
Por que vale assistir a The Last Dinner Party no C6 Fest
Celebrado como grande revelação do rock britânico, grupo se apresenta no domingo, dia 25 de maio, na Tenda Metlife
A banda inglesa The Last Dinner Party, escalada para se apresentar na Tenda Metlife das 17h50 às 18h50 do domingo (25) do C6 Fest 2025, é uma novidade. Foi celebrada no ano passado como uma grata revelação do rock pela imprensa mundial. Formada em 2021 por cinco garotas, Abigail Morris, Lizzie Mayland, Emily Roberts, Georgia Davies e Aurora Nishevci, a verdade é que o grupo não tem muito de rock. O que, em 2025, é um baita elogio.
O que mais impressiona nos shows é justamente como elas se distanciam do que se tem, no imaginário musical, como “banda de minas”. O grupo faz um pop radiofônico oitentão, com influências pesadas de outras protagonistas femininas como ABBA, Annie Lennox e Pretenders (que também toca no C6 Fest, mas no dia anterior, sábado), além de The Bangles e The Go-Go’s. Aliás, se você comprou ingressos para ver Chrissie Hynde e os Pretenders, saiba que irá adorar o show da The Last Dinner Party. Do vozeirão aos arranjos, está tudo lá, incluindo aquela sonoridade limpa e metalizada dos anos 80.
Nas universidades inglesas, rola um programa de “iniciação” aos novos alunos chamado “frescher’s week”, uma semana de atividades feitas para integrar os calouros à rotina do lugar onde passarão os próximos anos. Foi nesse rolê, na King’s College de Londres, que as meninas da banda se encontraram, em 2018. Doidas por música, ficaram sabendo de um pico em que os futuros grandes grupos locais estavam se apresentando, às segundas-feiras: o já icônico The Windmill em Clapham (bairro coladinho em Brixton, grande ponto efervecente da música londrina). Estudar, que nada. O grande ensinamento da King’s foi de que o momento era ótimo para montar uma banda e cair no mundo. E foi o que elas fizeram.
Seu primeiro single virou hit no Reino Unido. Nothing Matters foi lançado em 2023 e chegou ao top 20 no ranking de mais ouvidas por lá. Em 2024, The Last Dinner Party botava na rua seu primeiro álbum, Prelude To Ecstasy, com o qual chegaram ao primeiro lugar nas paradas de seu país. Fenômeno, que chama.
E se tem uma coisa que os ingleses gostam, é de um fenômeno. Em menos de uma ano (e antes mesmo de lançarem seu primeiro álbum), o grupo já havia se apresentando no Glastonbury e no disputadíssimo programa de TV de Jools Holland, da BBC.
Como não poderia deixar de ser, a misoginia e o machismo são constantes nas letras do grupo.
“Cansei de ouvir: ‘muito bem, meninas, mandaram bem'”, contou ironicamente Morris ao The Guardian. “É uma espécie estranha de vigilância masculina, como se eles fossem os árbitros do rock: ‘você já ouviu falar das Slits?'”.
“Éramos tratadas como se fôssemos as primeiras mulheres do mundo a pegar guitarras”, completa Georgia Davies, baixista.
A régua musical inglesa, berço de tanta banda boa, é alta. Para se conseguir um progresso tão rápido é imprescindível um baita show ao vivo. The Last Dinner Party marca gol também no quesito live. A performances das meninas é precisa, com destaque para o vozeirão de Abigail Morris e a guitarra de Emily Roberts. Junte a tudo isso o efeito visual. O grupo também se diferencia do normal, com referências de figurino que vão “do Rococó ao New Romantic, passando por Jane Austin e a resistência francesa”, conforme explicou a própria Morris em entrevista à revista PAPER.

No C6 Fest, teremos a chance de assistir a uma banda que está “na crista da onda”, empoderada e muito motivada, em sua primeira visita ao Brasil. Espere testemunhar, em The Last Dinner Party, umas das pérolas do festival.