Chemical Brothers sedia exposição surreal em casa de Gaudí, em Barcelona
Exposição está aberta para visitas até o dia 31 de julho
O duo inglês de música eletrônica The Chemical Brothers e o arquiteto espanhol Antoni Gaudí têm algo em comum. Ambos se dedicaram a proporcionar, a quem tivesse coragem de se aventurar por suas entranhas, a sensação de derretimento da realidade, na frente dos nossos olhos e ouvidos, em tempo real (embora seja um sacanagem colocar “tempo” e “real” em qualquer texto envolvendo os dois artistas).
Ambos nos convidam, através de tais experiências, a uma libertação das amarras dos cantos retos, do fisicamente possível e, no caso dos shows musicais da dupla formada por Tom Rowlands e Ed Simons, da solidez. Chemical Brothers e Gaudí são artistas líquidos em um mundo concreto.
Unir os dois, ainda que indiretamente, foi uma sacada sensacional dos curadores do espaço The Cube, no porão da Casa Battló, a icônica residência projetada por Gaudí em Barcelona para um empresário da indústria têxtil em 1904. Aproveitando a movimentação do festival Sónar, a administração da casa convidou os artistas visuais Smith & Liall para uma instalação em 360 graus inspirada na música do duo inglês, aberta para visitações até o dia 31 de julho.
Muito louco. Na proposta, os sintetizadores ácidos presentes na música dos Chemical Brothers se unem a projeções visuais imersivas, que agora servem de alicerce para a casa surrealista mais famosa do mundo.
O diretor de cinema Adam Smith não é novo para Rowland e Simons. O artista foi responsável por alguns dos mais brilhantes videoclipes da dupla, como Don’t Think, Galvanize, e uma outra instalação visual com a trilha sonora dos Chemical Brothers, We Are The Night, em 2010, também ao lado de Marcus Lyall, um artista gráfico com dezenas de trabalhos expostos na Inglaterra e em festivais como Bluedot e Merge.
Os ingressos para a exposição custam entre 15 e 19 euros, dependendo do horário de visitação, e podem ser adquiridos aqui. Com projeções preparadas por Smith e Lyall nas paredes e no teto do espaço, o espectador é convidado e explorar, por dentro, o cérebro criativo dos Chemical Brothers, lugar que Gaudí certamente visitou centenas de vezes para atuar como inspiração à música dos ingleses.