Quentin Tarantino Foto: Reprodução

Tarantino revela qual seu filme definitivo, seu favorito e sua obra-prima

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Declaração foi dada recentemente ao podcast americano The Church of Tarantino

Os fãs de cinema querem logo o novo filme de Quentin Tarantino. Ele, no entanto, não compartilha da mesma pressa. Por enquanto, o aclamado diretor vai servindo aperitivos de notícia, aqui e acolá, deixando claro que sua obra de despedida (ele já afirmou categoricamente que só vai fazer mais um filme) vai sair quando ele “se empolgar”. A mais recente é a lista de seus melhores trabalhos. Em um podcast americano dedicado à sua obra, The Church of Tarantino, o homenageado foi convidado a escolher qual era o melhor trabalho que já fez. Para não cravar um só, citou três que o tocam de forma diferente: sua obra-prima, seu filme definitivo (“the ultimate Quentin movie”) e aquele que ele mais gosta.

“Acho que Kill Bill é o filme que eu nasci pra fazer. Bastardos Inglórios é minha obra-prima, mas Era Uma Vez em… Hollywood é o meu favorito”, contou no podcast (via The A.V. Club).

Não há como negar que a tríade faz parte dos melhores de sua carreira profissional, embora muitos fãs jamais deixariam de fora seu debut, Cães de Aluguel, nem o glorioso Pulp Fiction.

Tarantino está sentado em cima da fama. Cometeu poucos erros na carreira, e seus filmes mais fracos, geralmente pecando por alguns roteiros embarrigados, ainda assim estão bem acima da média no cinema pop. Dinheiro, não lhe falta. E sua obra é tão cultuada que teorias meio malucas sugerem que, em toda sua carreira, ele fez um filme só, com uma história única, contínua, em metaversos. Sabedor de que isso só aumenta sua audiência, não nega nem confirma. E quanto mais demorar a decidir sobre a nova produção, mais comichões vai causando em seu enorme público.

Claro que o diretor que começou trabalhando em vídeo-locadoras não quer errar em sua despedida. Quentin pretende se aposentar deixando para o mundo um filmaço. Escreveu um roteiro pronto para sua última película, The Movie Critic, mas desempolgou. Pensando com mais cautela, trocou o projeto por uma peça de teatro que, segundo afirmou, vai servir como teste de roteiro. Se for aceita pelo público, pode se transformar em uma produção cinematográfica.

Enquanto isso, serve como anestésico uma espécie de sequência de um dos personagens de seu último filme. Spin-off de Era Uma Vez…, The Adventures of Cliff Booth, protagonizado por Brad Pitt, já está no forno, mas não é dirigido pelo ícone do cinema. Em vez disso, ele escreveu o roteiro e entregou a direção a David Fincher.

Novamente, sem pressa. Atualmente, o foco do diretor é ver crescer seus dois filhos pequenos (dois e cinco anos) em Israel, onde mora. Ele já afirmou querer que “seus filhos entendam o filme” que ele virá a lançar. Seis anos já é o maior espaço de tempo sem novas obras na sua carreira, desde que estreou para o mundo com Cães de Aluguel, de 1992. Desde então, de três em três anos, às vezes menos, podia-se contar com um novo lançamento.

Quentin Tarantino, no entanto, não está nem aí para sua saudade. Esperamos que a espera valha a pena!

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.