Sócios do Vegas abrem “clube social” no centro de SP

Claudia Assef
Por Claudia Assef

Abriu ontem para convidados no centro de São Paulo o Lions Night Club, nova casa noturna que reúne sócios do Vegas (Facundo Guerra e José Tibiriça), Royal (Cacá Ribeiro) e Clash (Augusto Arruda Botelho).

Com jeitão de clube privé dos anos 70, a casa manterá sócios num esquema parecido com o de boates que fizeram história em São Paulo, como o Gallery. Facundo Guerra explica como nasceu a reunião dos sócios do Lions. “Eu e o Tibira sabemos fazer muito bem programação. O Cacá tem muita habilidade pra fazer evento, tem um nível de serviços excelente. E o Augusto conhece um tipo de público que a gente não alcançaria. Fico pensando na fórmula do [histórico clube nova-iorquino] Studio 54, que conseguia reunir empresários, jet setters, travestis, manos, artistas plásticos, playboys, putas, todo mundo na mesma pista. Acho que a junção dos quatro sócios vai conseguir abraçar um espectro de público como nenhum outro clube na cidade”, aposta Facundo.

“Existe uma tendência grande dos clubes voltarem pro centro de São Paulo. Pra mim, é um dos lugares mais legais da cidade. A Augusta serviu de primeiro estágio pra gente chegar ao centro. Com o Lions, não tenho pretensão nenhuma, se vai ser um sucesso, se vai ser um fracasso, se vai acabar preenchendo as vontades que a gente tinha… Uma vez que você coloca um filho no mundo, não sabe o que vai ser dele. O clube é feito pelas pessoas que passam a freqüentá-lo.  Agora não me cabe dizer se ele vai ser um marco na noite, seria muita pretensão”, diz.

Com decoração austera, bem masculina, o clube pretende reunir um público mais adulto. “O Lions é um projeto pensado pra pessoas que começaram a sair à noite nos anos 90, gente que não está mais a fim de repetir a mesma experiência, que não quer tomar um drinque num copo de plástico. A gente vai ter sócios no lugar de VIPs. Nada mais é do que a institucionalização do VIP de porta de boate. A gente define quem são essas pessoas, e elas terão um tratamento diferenciado. A ideia é oferecer uma experiência menos agressiva do que a convencional. A gente queria atualizar aquela ideia do clube de cavalheiros, como era o Gallery”, explica Facundo. “Se isso vai funcionar ou não, realmente não sei. Mas, nada mais é do que uma rede social, tipo o Facebook”, compara.

Musicalmente, a casa vai seguir o mesmo perfil do Vegas. Cada dia da semana será voltada pra um tipo de público. A quinta-feira será dedicada à música negra (disco, funk), terça, ao rock, sábado abrigará festas de música eletrônica…

A pista de dança, segundo Facundo, é a primeira em 3D do mundo. A iluminação circula a pista em 360 graus pelas laterais. Há novidade, segundo ele, também no sistema de cartões. “O cartão do sócio já serve como cartão de consumo, então esses clientes entrarão sem pegar fila”, diz.

O Lions foi erguido no mezanino de um prédio no início da rua Brigadeiro Luiz Antônio, ponto que abrigava, nos anos 50,  um clube de cavalheiros (“uma dissidência do Circulo Militar”), o que ajudou a inspirar o nome: “pesquisei sobre sociedades filantrópicas, clubes sociais, clubes privé…”, diz Facundo.

Apesar de não ser muito grande, o pé direito alto dá um ar imponente ao Lions. Mas a maior atração mesmo é a enorme varanda, com vista para o centro da cidade, Catedral da Sé inclusa, que deverá ser o novo oásis dos fumantes irritados com o tratamento de cidadãos de segunda classe.

Veja abaixo uma galeria de fotos do novo ponto noturno de São Paulo:

O hall lotado do Lions Club

Como toda inauguração que se preza, à certa altura era impossível andar

Se eles queriam público eclético, conseguiram, pelo menos na estreia

Pista que fica anexa ao hall de entrada

Detalhe da decoração

Detalhe da decoração macha do clube

A pista de dentro, com iluminação em 3D

A pista de dança com iluminação 3D: o acesso é feito por uma porta giratória

O DJ André Juliani, que tocou na inauguração, e o light jockey

A mesma pista vista de um ângulo diferente

A mesma pista vista de um ângulo diferente

A super varanda emocionou os fumantes

Da sacada, a vista do centro de SP, com destaque pra Catedral da Sé

Da varanda, a vista para dentro do clube

Sobre a infra-estrutura, uma coisa é digna de dizer: mesmo com o clube transbordando de gente, o ar condicionado funcionou tremendamente bem.

LIONS NIGHT CLUB

Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, 277, 1 andar (tel. 0/xx/3104-7157)

Quinta (25/2), a partir da meia-noite

Festa Groovelicious (disco, funk, rare grooves)

Com os DJs Dubstrong, Tanenpi e Zegon

Preços: de R$ 40 a R$ 120

Sexta (26/2), a partir da meia-noite

Aniversário de 10 anos do programa Beats’n’Space

Com Tim Sweeney, Eduardo Christoph e Diogo Reis

Preços: de R$ 40 a R$ 120

Sábado (27/2), a partir da meia-noite

Noite Flip Side (da agência 3 Plus)

Com Glocal (residentes), Renato Cohen, Silvio Colchon e Jr. C

Preços: de R$ 40 a R$ 120

Claudia Assef

https://www.musicnonstop.com.br

Autora do único livro escrito no Brasil sobre a história do DJ e da cena eletrônica nacional, a jornalista e DJ Claudia Assef tomou contato com a música de pista ainda criança, por influência dos pais, um casal festeiro que não perdia noitadas nas discotecas que fervilhavam na São Paulo dos anos 70.