(She loves you!) Yeah Yeah Yeahs prometem ser a surpresa do The Town
Não priemos cânico. O substituto do Queens of the Stone Age vai bancar a festa no palco Skyline
Calma Calma Calma! (ou No-No-Nos!). Não, não, a tradução não está errada, queridos the towners. Melhor. Antes de continuar, confessamos. A saída inesperada do Queens of the Stone Age do line-up de 9 de setembro do The Town foi um soco no estômago duplo.
Quem esperava pela volta de Josh Homme & gang, certeza que se frustrou ao testemunhar o sonho rochoso e elétrico virar pó. Ou seja: tem mais uma chance de rever a banda sozinha no Skyline – e por que não – com canja nostálgica de Dave Grohl (o cabeça do FF gravou batera em Songs For The Deaf de 2002 e esteve na turnê subsequente).
Já que falamos de pedras, elas rolaram por caminhos que ninguém esperava. Sem detalhar a razão, O QOTSA saiu do radar do The Town e cedeu espaço para um trio bem divertido: os Yeah Yeah Yeahs! (Foi para Portugal perdeu o lugar). Quem não curtiu a troca, bem… vale lembrar que os organizadores do festival concederão o reembolso dos tickets.
Yeah Yeah Yeahs – sim, foi assim mesmo a primeira vez
Mas enquanto isso, quem preferir experimentar o sol alternativo dos Y-Y-Y, que tal um pouco de história?
A primeira vez que ouvi falar da banda, eles nem tinham estreado em disco. Fever to Tell saiu em 2003, mas um cara muito bacana chamado Lúcio Ribeiro (não por acaso, colega da inigualável Cláudia Assef) nos grandes dias pop da Folha De S. Paulo dava espetáculo no rastreamento das bandas de guitarra do início do século.
Nunca cansei de ler sobre as aventuras dos Strokes, White Stripes, Foo Fighters e outros combos que viriam se tornar lendas, dos textos sempre impecáveis de LR. O contato inicial com os Yeah Yeah Yeahs vem da mesma fonte de sabedoria.
“A cena rock brasileira recebe a partir de hoje a edição nacional de “Fever to Tell”, badalada estreia em CD cheia da nova banda mais querida de Nova York, o Yeah Yeah Yeahs, trio que já carrega também o selo de a mais excitante formação conduzida por guitarras desde o advento de Strokes e White Stripes”, anunciava Lúcio Ribeiro em 23 de junho de 2003.
Coloque na cabeça a imagem de que não tinha ainda Wikipedia naquela época, e os fanáticos por música dependiam de Mojo, Q , New Musical Express e Melody Maker (by the way, que saudade desses jornaizinhos ingleses!).
Três anos depois da estreia fonográfica, os Yeah Yeah Yeahs deram um pulo por aqui para sentir a braza do Tim Festival 2006. O UOL elogiou a performance de 29 de outubro assim:
Karen O comanda público em show animado do Yeah Yeah Yeahs no Rio
“O grupo, formado ainda pelo excelente baterista Brian Chase e o guitarrista Nick Zinner (ao vivo o trio conta ainda com um quarto integrante na guitarra e violão), mostrou músicas de seus dois álbuns, “Fever to Tell” (2003) e “Show Your Bones” (2006), como “Honey Bear”, “Pin”, “Gold Lion”, “Y Control” e “Cheated Hearts“.
Fazendo mais contas, 17 anos depois os Yeah Yeah Yeahs estão de volta, armados com 5 discos (o mais recente de 2022, Cool It Down) e preparados para ser uma surpresa diferente. Vale o crédito? Se não por minha palavra, pode ficar na carga pop de nosso Lúcio Ribeiro.
“Antes de tocar um de seus principais hits, “Maps”, Karen dedicou a canção a Patti Smith e à plateia. O refrão da música traz os versos “they don’t love you like I love You” (eles não o amam como eu o amo)”.
Para fechar a conta (e receber mais uma vez o carinho dos brasileiros), ainda teve replay de Yeah Yeah Yeahs em 2013. Desta vez, abrindo para o Red Hot Chili Peppers em São Paulo, Belo Horizonte e Rio no Circuito Banco do Brasil. E se as pimentas acharam os YYY ardidos, well, you know that can’t be bad.