Foo Fighers Dave Grohl: sem barba, mas com muita alma no Rock In Rio III

#TBT Foo Fighters: Enquanto o The Town não vem, relembre o primeiro show da banda no Brasil

Claudio Dirani
Por Claudio Dirani

Foo Fighters será a estrela do line-up do The Town em 9 de setembro. Veja o que rolou há mais de duas décadas no Rock In Rio

 

Se você perguntar a Dave Grohl onde ele estava em 13 de janeiro de 2001, não estranhe se o criador do Foo Fighters pedir apenas uma nota musical para dar a resposta: Cidade do Rock, Rio de Janeiro, na terceira edição do festival que trouxe o grupo ao Brasil pela primeira vez.

A coisa é séria. Se não bastasse o Rock In Rio III como lembrança, a apresentação do FF antecedeu a nada menos que o aniversário de 32 anos do ex-baterista do Nirvana – e com direito a um apropriado happy birthday após a performance de “Next Year”. 

Fato notório, a faixa do álbum There’s Nothing Left To Lose (1999) tinha muito a ver com o primeiro da série de shows que o Foo Fighters traria ao Brasil a partir de sua estreia em palcos nacionais – como o que acontecerá no próximo 9 de setembro, no The Town – com direito à cobertura completa do music non stop, claro!

O Rock In Rio III – verdade seja dita – foi talvez o último dos épicos da história da franquia iniciada em 1985. Simplesmente porque, além do Foo Fighters, a Cidade Maravilhosa recebeu naquela edição outros debutantes de peso, como R.E.M e Neil Young, além do retorno do (hoje extinto) Oasis após menos de três anos, e de um Iron Maiden equipado com a incomparável voz de Bruce Dickinson.

No caso de Neil Young, então, acredite: a apresentação de 2001 ainda permanece sendo a única da lenda canadense em nosso território.

Janeiro de 2001, como todos sabem, foi o primeiro ano do século 21 – e o mundo era ainda muito diferente.

Para começar, a internet de banda larga ainda engatinhava – e não havia agilidade na troca de imagens e vídeos de shows que hoje não escapam de jeito nenhum dos smartphones

#TBT Foo Fighters: a primeira vez no Rock In Rio

 

O Throwback Thursday do music non stop irá ajudar a refrescar a memória dos fãs mais novos sobre a primeira empreitada do FF em nossas fronteiras. Apresentação histórica, aliás, que deveria ter acontecido no ano 2000.

Em entrevista ao jornalista Lúcio Ribeiro, então na Folha de S. Paulo, Grohl explicou um dos motivos do adiamento.

“Uma semana antes de irmos ao Brasil, aconteceram algumas coisas que nos fizeram sentar e dizer: não vamos agora.

Foi um conjunto de coisas, não uma simples razão, como andaram falando”, apontou Grohl, sem destacar a morte do pai do guitarrista Chris Shifflet, além da desaprovação de um show que seria exclusivo para a extinta estatal Telemig.

Por fim, o set da banda, como é de praxe em festivais, seria bem curtinho (cerca de 1h02) – mas claro: bem melhor do que nada, para quem já esperava uns cinco anos para ver Grohl & Cia no Brasil. 

A maior parte das canções apresentadas no dia 14/1/2001 (7 faixas) foi extraída do segundo disco do FF lançado em 1997,  The Colour and The Shape. Na sequência aparecem There’s Nothing Left To Lose de 1999, com 4 e Foo Fighters – o primeirão da série iniciada em 1995 – com 3.

One By One – o complicado quarto álbum do Foo Fighters – ainda estava em gestação e chegaria às lojas apenas em outubro de 2002.

Pela ordem de apresentação no Rock In Rio:

“Breakout” (There’s Nothing Left To Lose), “My Hero” (The Colour and The Shape), “Learn To Fly” (There’s Nothing Left To Lose), “Up In Arms” (The Colour and The Shape), “Big Me” (Foo Fighters), “Stacked Actors” (There’s Nothing Left To Lose), “Next Year” (There’s Nothing Left To Lose), “Happy Birthday” (para Dave Grohil), “I’ll Stick Around” (Foo Fighters), Doll (The Colour and The Shape), “See You” (The Colour And The Shape),This Is a Call (Foo Fighters), “Monkey Wrench” (The Colour and The Shape) e “Everlong” (The Colour and The Shape). 

Você leu nos jornais em 2001

A edição de 14 de janeiro de 2001 da  Folha de S. Paulo elogiou bastante o primeiro show do Foo Fighters no Brasil, destacando que a primeira noite do festival “nada teve a ver com rock”.

“Depois da primeira noite do Rock in Rio 3 ter sido repleta de ritmos e estilos musicais que nada têm a ver com o rock, o show do Foo Fighters, que entrou na madrugada deste domingo, finalmente justificou o nome do festival.

Fazendo o show mais contagiante do festival até o momento, o Foo Fighters fez o público cantar junto com Dave Grohl, o vocalista da banda, a música “Breakout”.

O vocalista comemorou o aniversário no palco ganhando um “Happy Birthday” e brindou junto com o público.

Sempre falando com o público, o vocalista perguntou sobre a participação da plateia nos show de outras bandas, inclusive do Guns’n Roses. Em entrevista coletiva para os jornalistas ontem, ele brincou fingindo não conhecer a banda do vocalista Axl Rose.

Ontem à tarde, Grohl também disse que a formação do Foo Fighters estava no “estágio ideal”. No show, que terminou agora há pouco, Grohl, Taylor Hawkins, Nade Mendell e Chris Shifflett mostraram que o vocalista estava certo.

No meio do show, Grohl pediu à plateia que tirasse a camisa e abanasse, repetindo a mesma cena com os lenços brancos da abertura do Rock in Rio 3, ontem à noite.

Claudio Dirani

Claudio D.Dirani é jornalista com mais de 25 anos de palcos e autor de MASTERS: Paul McCartney em discos e canções e Na Rota da BR-U2.

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