Sebastião Salgado Sebastião Salgado. Foto: Reprodução

Obra de Sebastião Salgado entra na lista das 25 fotos que ‘definem a era moderna’

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Escolha, feita pela revista de estilo do New York Times, envolveu curadores de museus e fotógrafos de todo o mundo

A proposta é audaciosa. Estabelecer, entre milhares de fotografias jornalísticas e artísticas, 25 trabalhos que ajudaram a definir a era em que vivemos, a partir de 1955. Para segurar esta bronca, a T Magazine, revista de estilo do The New York Times, convidou um time de peso para cuidar da curadoria: o fotógrafo conceitual Stan Douglas, a produtora de fotografia vietnamita An-My Lê, a curadora de fotografia do MoMA (Nova Iorque), Roxana Marcoci, a documentarista Susan Meiselas, o fotógrafo americano Shikeith, a diretora de foto e vídeo da T Nadia Vellam e M.H. Miller, um dos diretores de conteúdo da revista.

O grupo se debruçou em milhares de trabalhos antes de finalizar a lista com obras de extremo impacto histórico, como a foto de um monge incendiando o próprio corpo em Saigon, registrada por Malcolm Browne em 1963, até o registro de momentos únicos nos tempos modernos, como o planeta Terra clicado a partir da superfície da Lua, pelo astronauta William A. Anders.

O Brasil está representado pelo mineiro Sebastião Salgado, com a foto Serra Pelada, trabalho que registra a dura vida dos garimpeiros que viajavam ao Pará para tentar fazer fortuna trabalhando sob condições extremas. A fotografia foi produzida em 1986.

Salgado aproveitou as viagens que fazia à África enquanto trabalhava para a Organização Internacional do Café para começar seus primeiros registros fotográficos, nos anos 70. Especializou-se em registrar expressões em preto e branco, repletas de significados e intepretações. Atualmente, o premiado fotógrafo brasileiro já fotografou em mais de 120 países.

Sebastião Salgado

A foto de Sebastião Salgado.

Publicar uma lista tão pretenciosa obviamente renderá inúmeras polêmicas, tanto pela sua amplitude geográfica (muitas das escolhidas retratam a sociedade estadunidense), quanto em relação à própria importância histórica do registro.

M.H. Miller explica que o “processo final da produção foi claramente não científico. Foi um debate entre um certo grupo de pessoas, em um certo dia, e é melhor que seja considerado desta forma. Ao final de algumas horas, à base de cafeína, o grupo se viu em frnete a uma pilha de obras de arte espalhadas pelo chão e uma seleção de 25 imagens sobre a mesa de reunião. Muitas das nossas questões não foram respondidas (e são impossíveis mesmo de resolver), mas os resultados, que não estão ranqueados, são nada menos do que surpreendentes”.

Para ver a lista completa, acesse aqui.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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