Nightcall

Nightcall

Angèle / Kavinsky / Phoenix

Indie dance | 2024

5.8/10

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Os artistas franceses seguem espremendo a laranja da repercussão a eles ofertada nas Olimpíadas de Paris. O comitê olímpico valorizou (muito) a música nacional, com apresentações nas cerimônias de abertura e encerramento. O último a aproveitar a maré foi o DJ, produtor e ator Vincent Belorgey, o Kavinsky. O artista acaba de lançar mais uma versão do single Nightcall, original de abril de 2010.

A nova Nightcall é basicamente a mesma música, mas com adição de arranjos e voz do Phoenix e vocais da cantora Angèle, substindo a brasileira Lovefoxxx, do Cansei de Ser Sexy. Foi com essa formação que a canção foi apresentada na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos. Quando executada no encerramento dos jogos de Paris, o Shazam, aplicativo que reconhece uma música ao aproximarmos o celular da fonte do som, bateu dois recordes de consulta entre usuários do mundo inteiro. Por que não, né?

Vale lembrar que esta não é a primeira vez que Kavisnky retrabalha a música. Em 2012, uma outra edição sua foi lançada em um disco de remixes, mostrando um apego especial pelo potencial da canção.

Embora repaginada e repleta dos elementos característicos da música do DJ francês, a Nightcall pós-olímpica perde para a original, que encantava as pistas de dança das festas indies da década passada. O vocal naturalmente inseguro e apaixonado de Lovefoxxx também dava à música muito mais excitação do que o croissant robótico ultrassintetizado de Angèle. A troca foi executada para que ficasse tudo dentro da França, na versão executada no encerramento dos Jogos.

Agora que cumpriram a missão de entregar mais este registro de época, vale a pena que Phoenix e Kavisnky voltem a olhar para a frente. O ciclo de vida de Nightcall já está cumprido.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.