Lollapalooza Brasil 2025 Caribou no Lollapalooza Brasil 2025. Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

Música, barro e catarse: como foi o 1º dia de Lollapalooza Brasil 2025

Vitória Zane
Por Vitória Zane

Vitória Zane conta como foi a sexta-feira de perrengues e imprevistos, mas muita emoção

Durante visita técnica no Autódromo de Interlagos na quinta-feira, 27, encontramos uma tarde ensolarada e uma previsão sem porcentagem de chuva. Expectativas foram criadas. Mas Lollapalooza Brasil que se preze já recebe uma trovoada logo de cara. E foi o que aconteceu nesta sexta-feira, 28.

Lollapalooza Brasil 2025

girl in red no Lollapalooza Brasil 2025. Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

As apresentações dos DJs Paula Chalup, Cashu e L_cio aconteceram normalmente, bem como os shows de Allen Key, Dead Fish, Pluma, Juyê e MC Kako. Jovem Dionísio acabou tendo que encerrar mais cedo — e não tocou seu hit Acorda Pedrinho — devido à pausa necessária quando a coisa começou a apertar. Isso acabou gerando um atraso nos shows, mas que não atrapalhou a experiência do festival.

A banda irlandesa Inhaler foi a responsável por iniciar os trabalhos de volta no Palco Samsung Galaxy, seguida de BLANCAh, que estreou seu novo projeto HARPIA no Palco Perry’s by Fiat. White Denim, que veio para substituir o cancelamento de Fontaines D.C., fez o mesmo o palco Mike’s Ice, enquanto girl in red subia no Palco Budweiser. A cantora norueguesa, mesmo estando gripada, estava com a energia lá no alto, e entregou um indie pop recheado de letras que abordam o amor lésbico. Quase no mesmo horário, Tropkillaz apresentava um show totalmente criado para o Lollapalooza, cheio de remixes e edits, mostrando a potência da bass house.

O resultado da chuva com a grama foi barro. E as procissões do Palco Budweiser para o Palco Samsung Galaxy ajudaram a potencializar as manchas marrons nos sapatos e pernas. A primeira ocorreu com o show de Jão, que recentemente anunciou uma pausa na carreira. Mais uma vez ele dominou o festival, representando o pop brasileiro, e fez o público cantar todas as músicas. Teve cover de The Cranberries, dança com ballet, apresentação da banda, performance solo com guitarra e até mesmo em cima de um piano.

Lollapalooza Brasil 2025

Empire of the Sun no Lollapalooza Brasil 2025. Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

A segunda ocorreu depois do show de Empire of the Sun. A dupla australiana fez um show para ninguém botar defeitos, com um indie dance que agrada a qualquer público, desde os adeptos da música eletrônica — em que seu single We Are the People reina nos sets — aos viciados em TikTok, onde Walking on a Dream tem viralizado. Troca de looks, riffs de guitarra — que, inclusive, foi quebrada —, personagens fantasiados e um cenário colorido fizeram parte da viagem psicodélica que eles criaram. Chegaram até mesmo a descer para cantar com a galera.

E se vamos falar da relação entre público e artista, não podemos deixar de citar RÜFÜS DU SOL. O trio australiano é um dos nomes mais pedidos pelos fãs de música eletrônica, que lotaram o Palco Samsung Galaxy. Emendando hits com faixas de seu novo álbum Inhale / Exhale, criou uma atmosfera que envolveu a todos, criando momentos de catarse como o ocorrido com Innerbloom.

O Palco Perry’s by Fiat ainda contou com DJ GBR — que misturou funk com house —, Disco Lines, JPEGMafia e James Hype, enquanto o Mike’s Ice teve Caribou, que, com seu jeitão low profile, arrasou na sua mistura eletrônica psicodélica bem particular, arrancando gritos de “I love you!” da galera — e retribuindo com I love you too!”. Outro grande destaque da programação.

Lollapalooza Brasil 2025

Caribou no Lollapalooza Brasil 2025. Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

Olivia Rodrigo, sem dúvidas, era a atração mais esperada pela multidão, que usava camisetas com o nome da cantora e acessórios na cor roxa. O público cantou do início ao fim — e olha que acabou tarde, devido aos atrasos, depois das 23h30. Como uma diva pop, ela não perdeu sua essência rock, e com apenas 22 anos ainda tem muito tempo para trabalhar os dois lados. O que não falta é atitude e presença de palco.

Vitória Zane

Jornalista curiosa que ama escrever, conhecer histórias, descobrir festivais e ouvir música.