Na ansiedade pela exposição de Renato Russo, antecipamos curiosidades que você provavelmente verá em cartaz no MIS

Claudio Dirani
Por Claudio Dirani

Para marcar o aniversário de Renato Russo – que teria completado 57 anos em 27 de março – e fazer um esquenta para a exposição no MIS que deve abrir suas portas em julho, o Music Non Stop preparou um mix de curiosidades sobre o eterno líder da Legião Urbana e sua ligação com as infinitas variantes da música pop – inclusive com elementos deliciosos da eletrônica, claro.

A ideia da exposição partiu do filho de Renato, Giuliano Manfredini, que procurou o MIS em 2014, logo após ter sido impactado pela mostra de David Bowie apresentada pouco tempo antes no museu. A partir de então, uma equipe multidisciplinar começou a trabalhar no acervo do cantor, que se encontrava no apartamento de Ipanema, onde o artista morava no Rio de Janeiro, mantido fechado por 20 anos.

Veja uma prévia do processo de organização do acervo pela equipe do MIS

Depois de selecionado, o material foi trazido até o MIS para um trabalho mais aprofundado de reconhecimento, organização e conservação do acervo. Fotos pessoais, manuscritos de músicas, desenhos e roupas conhecidas pelos fãs estão entre os materiais separados para exposição.

SINTETIZADORES X BOB DYLAN

Uma das canções mais climáticas, hipnóticas e apocalípticas do disco Que País é Este? é Angra dos Reis, lançada em 1987 e que aparece em um disco cheio de antagonismos musicais. Enquanto Faroeste Caboclo e seus 159 versos distribuídos em 9 minutos mostravam o lado Bob Dylan de Renato, Angra dos Reis era a contraprova de que os elementos da eletrônica também eram bem-vindos no universo da Legião.

A faixa, aliás, foi uma das últimas a entrar no álbum, já que ele teve de ser gravado às pressas em 1987, por causa do megassucesso de Dois. Angra dos Reis também foi lançada num vinil promocional de 12 polegadas com o número de catálogo EMI 9951-075. Digno de caça.

O LP ANDA TÃO COMPLICADO

O álbum As Quatro Estações foi um dos mais complicados para a Legião. Renato teve de vencer um bloqueio criativo. E quando venceu produziu um dos discos mais bem-sucedidos da banda. Em Monte Castelo, um dos maiores hits do LP, os sintetizadores dão as caras como base principal da música atingindo efeito sensacional, combinando new wave dos anos 80 e traços de Brian Eno, Giorgio Moroder e até Vangelis.

CARLOS TRILHA E O EQUILÍBRIO 

Ainda na carona dos sintetizadores, o músico catarinense Carlos Trilha sempre foi fã desses instrumentos, em especial, os usados na década de 1980. Antes de lançar um disco especialmente sobre o tema (Retrotech, 2007), ele foi responsável pelos arranjos de Equilíbrio Distante – álbum solo em italiano de Renato, lançado em 1995, com hits novelísticos como Strani Amori, que rendeu até um videoclipe no qual Renato aparece pela última vez.

NA ESTANTE DE RENATO

Renato nunca disfarçou sua paixão pelo rock da Terra da Rainha Elizabeth II. Em sua estante, no apartamento na rua Nascimento Silva, 107, no Rio de Janeiro, ele guardava com carinho The Beatles Complete Recording Sessions, de Mark Lewisohn – obra que retrata todas as sessões da banda de Liverpool.

GOD SAVE THE QUEEN

A coleção de LPs de Renato sempre foi povoada pelos ícones do pop britânico. Além dos Beatles, os Smiths influenciaram suas canções até o fim – desde as composições, até a modulação da voz de Morrissey e seus passos de dança. No Top 5 do cantor ainda aparecem Sex Pistols, Joy Division e Rolling Stones.

MÚSICA INÉDITA 

A banda cover Urbana Legion recebeu um presente no último dia 27 de março. No aniversário de Renato, o grupo liderado por Egypcio musicou a letra inédita Apóstolo São João – a primeira das cinco inéditas cedidas por Giuliano Manfredini.

Claudio Dirani

Claudio D.Dirani é jornalista com mais de 25 anos de palcos e autor de MASTERS: Paul McCartney em discos e canções e Na Rota da BR-U2.

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