Data celebrada hoje surgiu nos Estados Unidos em 2007 para lembrar às pessoas de como são legais as lojinhas de disco
Celebrado dia 20 de abril, o Record Store Day é uma declaração de amor às lojas independentes de discos. O dia, que surgiu nos Estados Unidos em 2007, ganhou o mundo (muito mais do que no Brasil, onde as campanhas ainda engatinham) e extrapolou o movimento. Hoje, grandes redes, lojas online e até gravadoras preparam lançamentos e promoções especiais, tornando a data uma espécie de Black Friday do vinil.
Quem frequenta sabe. Um dia especial para honrar a vibe de uma lojinha de discos é mais do que bem-vindo. Necessário até. Em esquinas e galerias de todo o mundo, pequenos, caóticos e às vezes empoeirados estabelecimentos tocados por donos apaixonados por música atrás do balcão, exibem orgulhosos, em suas paredes e prateleiras, grandes obras da música, dedicadas ao cliente.
Dedicadas mesmo. Invariavelmente, o álbum que está em lugar de destaque não é o campeão de vendas. É o disco que o dono ama e quer que o cliente conheça. E assim evoluiu a humanidade, batendo papo dentro das lojas de disco. Em muitos casos, era comum estabelecer, quase acidentalmente, dias da semana onde a diversão era ficar parado na frente delas, encontrando amigos. Algumas, como a London Calling, no centro de São Paulo, e a Techno Records, na Galeria Ouro Fino (Rua Augusta), reuniam dezenas, senão centenas de pessoas. Um verdadeiro rolê.
De olho no ressurgimento da cultura de colecionar vinil a partir dos anos 2010, artistas e gravadoras também têm preparado lançamentos especiais, colocados à venda no Record Store Day.
Ontem (19), por exemplo, David Byrne colocou à venda um doze polegadas exclusivo, fazendo um cover da banda Paramore, sucesso entre garotas e rapazes com idade para serem seus netos. Inédito e surpreendente. O afago de um dos mestres da música foi, segundo Byrne, uma retribuição ao fato do Paramore ter regravado uma das músicas do Talking Heads, Burning Down The House.
No Brasil, a Universal Music está dando uma boa fermentada nesta data tão importante, lançando uma reedição especial do álbum Vida, de Chico Buarque, originalmente lançado em 2024 e, até ontem, acessível somente em versões de segunda mão a preço de ouro.
Muitos músicos recorrem a gravações ao vivo (antes muito comuns em versões piratas) de shows que deixam qualquer fã alucinado. Iggy Pop é um deles. Preparou, para celebrar o dia e faturar uns trocos, um álbum com uma compilação de suas canções ao vivo em vários shows diferentes, como o do Lokerse Feesten, em 2005. Somente 2.500 cópias disponíveis, para hypar o projeto!
Já o The Hives chega com duas novidades. Uma reedição de seu album de 2012, Lex Hives, com direito a duas faixas exclusivas, e o ao vivo A Midsummer Hives Dream, gravado no Terminal 5 do Aeroporto de Nova Iorque.
Outra queridinha do movimento indie 2000, Death Cab For Cutie segue a estratégia dos colegas e coloca à venda um show gravado em Seattle em 2020. Todos preparados para virar ítem de colecionador.