
5 artistas para conhecer o rap tibetano
De MC Tenzin a Lonsang Jime, Jota Wagner lista cinco grandes nomes do hip-hop do Tibete
Quando falamos de rap, ouvir artistas latinos parece ser a última bolacha do pacote decolonizador. Há muito mais do estilo, no entanto, espalhado pelo mundo, e estendendo sua influência até mesmo a países de expressão artística bastante controlada, como o Tibete.
Tudo bem, a maior parte da lista abaixo, primeiro capítulo da série que vai lhe indicar artistas muito bons de lugares menos conhecidos por nós, precisou se mudar do país para poder falar ao mundo sobre os problemas internos de sua sociedade. A outra parte decidiu permanecer por lá, dando seus pulos para manter a carreira, fazendo críticas sociais através de códigos subjetivos ou fritando sua rima na chapa-branca. Mas há, sim, gente fazendo rap, gravando disco e levando fãs aos seus shows, embora a informação seja dificílima de se acessar por aqui.
Bora ouvir cinco nomes do rap tibetano que você ainda não conhece!
MC Tenzin
MC Tenzin cresceu bem próximo ao “Everest” ouvindo rappers como 50 Cent e Dr. Dre. Lançou seu primeiro álbum em 2010 e é considerado o padrinho do rap tibetano.
Gytha
Gytha é uma das poucas rappers mulheres tibetanas. Cantando em inglês, e fazendo um som bem legal, traz a perspectiva feminina ao gênero que ainda engatinha no país. Assim como outros de seus pares, ela faz parte da geração que cresceu fora do Tibete, em nações como Índia e Nepal, ou na própria Europa, onde a liberdade de expressão permite abordar temas como a preservação da cultura e a situação política do seu país natal.
SCARK!D (Uncle Buddhist)
Varrendo o quital do trap, SCARK!D é, ao lado de Tenzin, um dos rappers mais conhecidos de seu país. Para fugir da repressão governamental, lida com a cultura tibetana de forma mais, digamos, sutil. Antes conhecido como Uncle Buddhist, trocou seu nome artístico em 2019.
Anu
Anu é um duo tibetano com pegada pop — curiosa semelhança com o rap latino-americano — e temas regados a positividade e em conceitos implícitos na cultura do seu país, como carma e desapego.
Mr. Jin (Lonsang Jigme)
Outro rapper que procura manter viva a cultura tibetana através do idioma original, também dando seus pulos para fugir de problemas com a China. Curiosamente, Mr. Jin ficou famoso quando uma música sua com refrão em espanhol, Mama Hizo La Mantequila.