R.E.M. Foto: Reprodução

R.E.M. à vista? Aparições surpresa reacendem esperança de reunião da banda

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Integrantes da saudosa banda americana têm se reencontrado em shows na cidade de Athens, nos Estados Unidos

Os integrantes da banda R.E.M., um dos maiores patrimônios do rock estadunidense, vêm surpreendendo o público do país fazendo aparições surpresa em shows de tributo ao grupo. Incluindo aí o icônico vocalista Michael Stype, que desde 2011 decidiu dar um fim à banda graças a uma “sensação de conclusão” e a vontade de trilhar novos caminhos musicais.

Não houve brigas ou desentendimentos entre os integrantes, mas a decisão não foi unânime. O guitarrista Peter Buck foi o que mais sentiu entre os quatro. Não queria o fim, e passou por mais momentos com a síndrome do ninho vazio. Após uma bela fossa, resolveu o problema tocando alguns projetos musicais beneficentes em sua cidade natal, Athens, no estado da Geórgia.

Uma das mais recentes empreitadas de Buck foi se reunir com o músico e ator conterrâneo Jason Narducy e o cantor e ator Michael Shannon (além de um belo time de músicos, que inclui o baterista original do R.E.M., Bill Berry), para tocar na íntegra o álbum Fables of the Reconstructionde 1985 (título bem enigmático, não é?), para arrecadar fundos a uma instituição pró-aborto da cidade. Para alegria do guitarrista e do batera, parece que o rolê andou despertando uma certa saudade nos seus colegas de banda, o baixista Mike Mills e Stype.

Ambos andam aparecendo nos shows e subindo no palco para tocar algumas músicas ao lado dos antigos colegas, fazendo com que o evento, que vem acontecendo regularmente em Athens, hypasse tanto que os produtores já mudaram o local para um teatro três vezes maior, cheio de gente esperançosa para uma chance de assistir a uma reunião com os quatro integrantes do R.E.M.

A revista Spin perguntou a Narduci sobre as constantes aparições de Mills e Stype no projeto:

“Eles estão todos felizes, vivendo bem e confortavelmente com seu legado e sua história. Então, estão tranquilos em fazer isso. Não há nenhuma estratégia por trás destes shows. Era só Michael Shannon e eu fazendo isso a cada dez anos do aniversário de um disco que nós amamos, e desta vez, particularmente, o projeto decolou. Eu amo como tudo aconteceu organicamente. Quem poderia imaginar que os outros membros da banda e seus empresários seriam tão generosos e nos dariam tanto apoio? É realmente lindo”.

Será que isso pode se tornar algo ainda maior? Potencial para isso, sabemos que há.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.