Quinze segredos do Bob Dylan Center, museu que acaba de abrir nos Estados Unidos
Bob Dylan Center: confira detalhes dos tesouros musicais de Dylan revelados ao público pela primeira vez
Com direito a shows de abertura de astros (e fãs do próprio Dylan) como Patti Smith e Elvis Costello, o Bob Dylan Center finalmente ganhou vida em Tulsa, Oklahoma, após mais de cinco anos em desenvolvimento.
A partir desta terça-feira (10/5), já é possível visitar suas instalações, erguidas na mesma que região da cidade que abriga o Woody Gutrhie Center desde 2013. Os ingressos para conferir as exposições no Bob Dylan Center custam entre US$ 10 e 12 e podem ser adquiridos online.
Se você ainda não pode bancar a viagem ou está planejando conferir o Bob Dylan Center em breve, não se preocupe. Preparamos uma lista especial com 15 curiosidades sobre o projeto e sobre alguns dos itens disponíveis para o público que vai precisar de fôlego para viajar por mais de 60 anos de carreira de um músico que se confunde com a própria história da música popular.
Bob Dylan Center – o espaço
Bob Dylan Center: lar de mais de 100 mil itens de Bob DylanToda a parte de tecnologia do Bob Dylan Center foi desenvolvido pela companhia especializada em mostras interativas, a 59 Produtctions. Já o design arquitetônico é assinado por Alan Maskin, do escritório Olson Kundig, que customizou uma área desocupada de 29 mil metros quadrados em um avançado centro de exibições.
Tesouros do arquivo
Adquirido em 2016 pela Universidade de Tulsa em parceria com a George Kaiser Family Foundation por US$ 20 milhões, o arquivo contém mais de 100 mil itens. Nem tudo será exibido em seu estado original aos visitantes. Parte desse arquivo, como manuscritos originais, estão reservados ao estudo de especialistas e autores que precisam reservar o local para poder explorar o material.
Timeline interativo
Para quem não dispensa um estudo cronológico da carreira de Dylan, uma timeline interativa de alta tecnologia foi montada no centro de exposições pela 59 Productions. Lá os fãs podem estudar detalhes que cobrem desde infância até os shows de sua mais recente turnê, Rough and Rowdy Ways.
Jukebox digital
Elvis Costello – um dos artistas escolhidos para os shows de abertura que antecederam a inauguração oficial – foi o curador do Jukebox digital interativo no Bob Dylan Center. Todas as músicas incluídas no play list foram escolhidas pelo músico inglês, incluindo hits e raridades de Dylan
A sala de cinema
Um dos ambientes mais interessantes do Bob Dylan Center é o Screening Room, destinado a exibir de forma rotativa filmes, documentários e projetos audiovisuais raros. Entre os filmes, destaque para o longa cult de 1973, Pat Garrett and Billy the Kid, dirigido por Sam Peckinpah.
Dylan Elétrico
Em 25 de julho de 1965, os fãs radicais da música folk de protesto não se conformaram com a apresentação revolucionária de Bob Dylan no tradicional Newport Folk Festival. A data ficou conhecida como o dia em que “Dylan ligou a tomada”, ao apresentar “Like a Rolling Stone” em seu set elétrico. Quem for ao Bob Dylan Center poderá conferir diversos itens ligados à data, incluindo a jaqueta de couro usada por ele no show.
Caderno de letras
Uma das estrelas da mostra de estreia é um dos três cadernos usados por Bob Dylan para escrever as letras das canções incluídas no clássico LP de 1975, Blood On The Tracks. Entre os manuscritos estão “Shelter From The Storm” e “Tangled Up In Blue”.
Cartas de fãs
Outro item curioso à mostra é um imenso saco de cartas do serviço postal dos EUA, contendo exclusivamente correspondências enviadas pelos fãs em 1966 – ano em que Bob Dylan lançou o álbum Blonde On Blonde.
Cartas de Bob Dylan
Muitas correspondências particulares de Bob Dylan aparecem na exposição atual no Bob Dylan Center, abrindo aos fãs detalhes íntimos jamais vistos. Entre elas, cartas trocadas com os amigos Johnny Cash e George Harrison.
Bob Dylan, o pintor
Em uma das seções, o visitante poderá conferir o talento de Bob Dylan como pintor – atividade que ele já exercia desde o auge de sua popularidade, nos anos 1960. A exibição atual no Bob Dylan Center é a série de retratos batizada como Face Value.
Hey, Mr. Tambourine man…
Composta em 1964 durante uma viagem de carro pelos EUA, “Mr. Tambourine Man” seria lançada somente no ano seguinte, no álbum Bringing It All Back Home. A fonte de inspiração da música – o próprio pandeiro da letra – é um dos itens de destaque da mostra no Bob Dylan Center. O instrumento pertenceu ao músico Bruce Langhorne, que toca guitarra em “Mr. Tambourine Man”.
Gravando!
Outra maravilha tecnológica criada para o Bob Dylan Center é um reprodutor de um estúdio real de gravação. O áudio escolhido pelos curadores revela detalhes inéditos das sessões, incluindo diálogos de Bob Dylan com seus produtores e engenheiros de som.
O coringa
Explorar os manuscritos originais de Bob Dylan é uma das regalias destinadas aos visitantes. Um dos itens à mostra é o processo criativo do single de 1983, “Jokerman”, apresentado no Bob Dylan Center em incríveis 10 páginas – cada uma delas apresenta frases e versos diferentes da versão original, incluída no álbum Infidels.
Dois livros
Antes da inauguração do Bob Dylan Center, diversos autores e pesquisadores interessados em escrever obras sobre o músico tiveram a chance de explorar o acervo de seus arquivos instalados em Tulsa.
Dois desses estudiosos já publicaram livros a respeito: Surviving in a Ruthless World: Bob Dylan’s Voyage to Infidels, de Terry Gans, e The Double Life of Bob Dylan: A Restless, Hungry Feeling, 1941-1966, de Clinton Heylin. Ambas as obras foram criadas a partir dos mais de 100 mil itens adquiridos pela Kaiser Family Foundation.