Rap no espaço Vênus. Foto: Vito Technology/Reprodução

NASA manda rap ao espaço pela primeira vez

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Primeiro single de Missy Elliott foi enviado diretamente ao planeta Vênus

O físico teórico Stephen Hawking já avisou: parem de ficar enviando sinais de rádio para o espaço. Segundo o astro da ciência falecido em 2018, nós estamos oferecendo “milho para bode”. É muito mais provável que, caso exista vida fora da Terra, ela tenha comportamento predador — igualzinho a nós, seres humanos. Enviar tantos sinais de contato, como temos feito, seria um convite para povos mais avançados, do tipo: “olha que planeta lindos temos aqui, venham tomar da gente!”.

Os cientistas terráqueos, no entanto, não estão nem aí. Conforme te contamos há algumas semanas, mandar música e informações sobre a raça humana para o espaço virou modinha. Estamos desesperados por atenção, um contato, um carinho… Um “oi”, que seja. E se já enviamos, através de sinais de rádio ou gravado em cápsulas do tempo, Mozart, Beatles, Michael Jackson e até mesmo música eletrônica, a NASA notou que estava faltando rap.

No último dia 12, o problema foi resolvido. Usando uma espécie de estação de rádio interestelar, o transmissor de ondas Deep Space Network 13, a agência espacial estadunidense mandou para o espaço, com destino ao planeta Vênus, o primeiro single de Missy Elliott, The Rain (Supa Dupa Fly), lançado originalmente em 1997. Segundo a comunicação da empresa e a própria artista, esta foi a primeira vez que uma música de hip-hop foi enviada para fora do planeta.

“A exploração espacial e a arte de Missy Elliott vêm, ambas, rompendo barreiras. Missy conta em sua música uma história espacial, com visuais futuristas em seu videoclipe. Logo, sua possibilidade de contribuir para a arte extraterrena é real”, disse Brittany Brown, assessora de comunicação da NASA.

 

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Segundo o departamento de astrofísica do Music Non Stop, o feito abrirá a possibilidade do empresário de Elliot receber logo mais uma ligação em língua estranha, desesperada por contratar a cantora de rap para um festival interplanetário. Mas também achamos prudente levar em consideração a suposição de nosso concorrente, Stephen Hawking, de que a música é mais uma provocação à alguma raça alienígena que, de saco cheio de tanto ruído espacial emitido pelo vizinho, promova uma destruição nos moldes do que tantos vimos em fílmes catástrofe de Hollywood.

O tempo dirá.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.