Show comemorativo rola nesta quinta-feira (11), no Espaço Unimed
Há 30 anos, um trator passava por cima da caretice na música brasileira. A banda Planet Hemp chegava com tudo ao cenário nacional alternativo metendo o dedo na hipocrisia reinante no tema da legalização da maconha. O impacto foi imediato.
Em 1994, o cenário independente brasileiro fervilhava. A chegada da MTV ao Brasil abriu espaço para a divulgação de artistas em nível nacional, graças à linguagem do videoclipe. A programação da emissora recebia de braços abertos o que estava acontecendo no país. Foi graças a esse cenário que artistas como Chico Science, Raimundos e Autoramas explodiram de canto a canto do país. E o Planet Hemp estava nesse barco.
Formada no ano anterior por Marcelo D2, BNegão, Black Alien, Skunk e Bacalhau, a banda carioca ia muito além das facilidades midiáticas. O Planet Hemp chegava com um show sensacional, furioso, misturando rap com rock, caindo com uma luva para o que a molecada das ruas queria ouvir. Juntando isso com a temática da letras, que protestava contra a repressão aos usuários de maconha, então, foi uma avalanche.
Foram precisas décadas de amadurecimento para que os integrantes originais deixassem de lado as desavenças que separaram o grupo, em 2001, para aproveitar como se deve seu legado. Desde 2022, o Hemp (agora formado por Marcelo D2, BNegão, Formigão, Pedro Garcia e Nobru) vem se apresentando em grandes festivais, lançou disco novo de inéditas (Jardineiros, de 2022) e está vendo o público fazer a sua parte.
As boas vibrações atiçaram o grupo para celebrar a marca de 30 anos de história com um show repleto de convidados. Entre os amigos que se apresentarão nesta quinta (11) no Espaço Unimed, em São Paulo, estão Seu Jorge, Emicida, Pitty, BaianaSystem, Black Alien (hoje um ex-integrante da banda), Major RD, Rodrigo Lima (vocalista da banda Dead Fish), As Mercenárias e DJ Zegon. Uma mistura de gente que influenciou e foi influenciado pelo Planet Hemp.
“Desde que a gente voltou à ativa, percebemos que a molecada domina a plateia dos shows, de forma brutal e inconteste. Muita gente que foi barrada nas antigas por ser menor de idade; gente que cresceu ouvindo falar da banda, e que nem tinha perspectiva alguma de poder conferir ao vivo (numa situação que colocava o Planet quase que na categoria de ‘lenda urbana’). E o resultado final disso é que a potência da banda também se renova. Sem uma plateia energética e ativa, a catarse que a gente busca não atingiria esse grau todo, que acontece quando a gente pisa no palco”, comentou BNegão à imprensa.
No show marcado para hoje, Baseado em Fatos Reais, Planet Hemp 30 Anos de Fumaça, o Planet Hemp preparou um repertório com mais de 20 músicas, presentes nos cinco álbuns já lançados. Ainda há ingressos disponíveis, basta correr!