Oscar 2021: Conheça 22 livros que inspiraram filmes clássicos ganhadores da estatueta de Melhor Roteiro Adaptado
Que o Oscar é uma das premiações de maior prestígio dentro da indústria cinematográfica mundial a gente já sabe, né?!
Mas você já parou para pensar que muitas das histórias que emocionaram e continuam emocionando tantas pessoas são adaptações de obras literárias? Na ordem de critérios selecionados para a cerimônia de premiação, esta classificação é a chamada categoria Roteiro Adaptado. Selecionamos alguns filmes baseados em livros que ganharam estatuetas do Oscar e se consagraram eternamente como grandes clássicos do cinema mundial. Confira!
Little Women (1934)
Esse drama romântico de Gilian Armstrong é baseado no romance juvenil escrito por Louisa May Alcott, publicado em 1898. No Oscar de 1936 foi indicado nas categorias de melhor filme e melhor diretor, mas não ganhou. Venceu, então, como melhor roteiro adaptado com roteiro de Sarah Y. Mason Victor Heerman e Charles Bracket.
O filme teve mais duas versões para o cinema, uma em 1994 que sequer foi indicada e a de 2019 que foi indicada, mas não venceu.
The Informer (1935)
Esse filme estadunidense dirigido por John Ford é baseado no romance The Informer, de Liam O’Flaherty. Venceu quatro categorias, sendo Melhor Ator, Melhor Trilha Sonora, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado. Mas também teve indicações em melhor direção e Melhor Filme.
O mesmo livro foi adaptado, em 1929 e em 1968, sendo essa última dentro do gênero Blaxploitation, reestruturado para uma narrativa contemporânea aos anos 1960, sendo ambientado dias após o assassinato de Martin Luther King.
E o Vento Levou (1939)
Um verdadeiro clássico do cinema mundial, E o Vento Levou tem direção de Victor Fleming e roteiro baseado na obra homônima de Margaret Mitchell. O filme recebeu 13 indicações ao Oscar de 1940, vencendo em 8 categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz (Vivien Leigh), Melhor Atriz Coadjuvante (Hattie McDaniel), Melhor Roteiro Adaptado (Sidney Howard), Melhor Edição (Hal C. Kern), Melhor Fotografia (Ernest Haller e Ray Rennahan), e Melhor Direção de Arte (Lyle R. Wheeler).
O livro foi publicado pela primeira vez em 30 de junho de 1936. A autora descreve de forma incrível o cenário da Guerra Civil norte-americana e as mudanças sociais.
A volta ao mundo em 80 dias (1956)
Essa comédia de aventura norte-americana foi dirigida por Michael Anderson e John Farrow. Teve o roteiro baseado na obra homônima do escritor francês Júlio Verne, lançada em 1873.
O filme venceu o Oscar 1957 nas categorias de Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Montagem, Melhor Fotografia e Melhor Trilha Sonora. Além disso, também venceu o Globo de Ouro no mesmo ano nas categorias de Melhor Filme e Melhor Ator de Comédia ou Musical.
Julgamento em Nuremberg (1962)
Esse filme norte-americano, em branco e preto, tem direção de Stanley Kramer, com roteiro de Abby Mann baseado no episódio homônimo da telessérie Playhouse 90, por sua vez inspirado em histórias reais, principalmente no caso Katzenberger — o último julgamento dos processos de guerra ocorridos após a Segunda Guerra Mundial.
No Oscar de 1962 teve 11 indicações, mas levou na categoria de melhor ator com Maximilian Schell e melhor roteiro adaptado de Abby Mann. Também venceu o Globo de Ouro com Melhor Drama e Melhor Diretor.
O Sol É Para Todos (1963)
A adaptação cinematográfica deste livro de Harper Lee e vencedor do Pulitzer de 1960, entrou para a história do cinema mundial! Com o título original de How to kill a Mockingbird, ou Como matar um Mockingbird (uma espécie de pássaro), trata-se de uma obra grandiosa sobre o racismo e a injustiça. Na narrativa, um advogado que defende um homem negro, acusado de estuprar uma mulher branca, enfrenta o julgamento preconceituoso da corte e da sociedade.
Indicado em 8 categorias do Oscar de 1963, o filme saiu vencedor de 3, sendo melhor ator com Gregory Peck (que no final do filme faz um dos mais importantes discursos da história do cinema), melhor roteiro adaptado de Hoorton Foote (e o próprio Harper Lee) e Melhor Direção de arte de Henry Bumstead.
Tom Jones (1963)
Tom Jones é um filme britânico de comédia de aventura, dirigido por Tony Richardson. O roteiro é baseado no romance The History of Tom Jones, de Henry Fielding, publicado em 1749.
No Oscar de 1964 venceu na categoria de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Trilha Sonora. Mas foi indicado nas categorias de Melhor Ator (Albert Finney), Melhor Ator Coadjuvante (Hugh Griffith), Melhor Atriz Coadjuvante (Diane Cilento, Edith Evans e Joyce Redman) e Melhor Direção de Arte – Colorida.
Becket – O Favorito do Rei (1964)
Becket é um filme britânico-estadunidense de 1964, do gênero drama biográfico, dirigido por Peter Glenville, com roteiro de Edward Anhalt baseado na peça teatral Becket or the Honour of God, de Jean Anouilh.
Venceu o Oscar de 1969 com Melhor Roteiro Adaptado, mas foi indicado a Melhor Filme, Melhor Diretor – Peter Glenville, Melhor Ator – Peter O’Toole e Richard Burton, Melhor Ator Coadjuvante – John Gielgud, Melhor Fotografia – Colorida, Melhor Direção de Arte – Colorida, Melhor Figurino – Colorido, Melhor Edição, Melhor Som e Melhor Trilha Sonora.
****Aqui, vale frisar que são três anos seguidos (62, 63, 64) onde clássicos da literatura são vencedores de roteiro adaptado
Doutor Zhivago (1965)
Doutor Zhivago é um filme de 1965 dos gêneros drama, épico, guerra e romance, dirigido por David Lean. O filme é baseado no romance homônimo de 1956 de Boris Pasternak. O romance tem o nome de seu protagonista, Yuri Jivago, um médico e poeta. Conta a história de um homem dividido entre duas mulheres sob o fundo da Revolução Russa de 1917. Doutor jivago é um romance primoroso, escrito com poesia, romance e melancolia.
O filme teve um grande sucesso comercial e ganhou cinco Oscars. É amplamente considerado como um filme popular e clássico. Embora fiel ao enredo do romance, as descrições de vários personagens e eventos são visivelmente diferentes do livro.
No Calor da Noite (1967)
No Calor da Noite é um filme policial estadunidense de 1967 dirigido por Norman Jewison, com roteiro de Stirling Silliphant baseado no livro homônimo de John Ball. O longa é estrelado por Sidney Poitier, Rod Steiger e Warren Oates.
No Calor da Noite levou cinco Oscars, incluindo o prêmio de Melhor Filme, Melhor Ator (Rod Steiger), Melhor Som, Melhor Montagem e Melhor Roteiro Adaptado. Teve duas continuações, They Call Me Mister Tibbs! em 1970, e The Organization, em 1971.
***Aqui percebemos que, nas décadas de 1960 e 1970, o assunto racismo explodiu no cenário político norte-americano e do mundo, surgindo clássicos que abertamente denunciavam a segregação no dia a dia das famílias americanas, como é o caso de O Calor da Noite e o Sol é para Todos.
Poderoso Chefão I (1973)
Indicado a um número inacreditável de 15 Oscars, esta obra antológica de Mario Puzo ganhou em 4 categorias: Melhor Filme, Melhor Ator (Marlon Brando), Melhor Roteiro Adaptado (Mario Puzo e Francis Coppola) e Melhor Trilha Sonora. A epopeia de uma família de origem siciliana que imigra para os Estados Unidos é considerada, até hoje, um dos melhores filmes já feitos na história. O livro foi publicado originalmente em 1969 sobre uma família de mafiosos de origem siciliana que imigra para os Estados Unidos. Existem algumas diferenças entre o livro e o filme, mas são poucos os cortes.
O Exorcista (1973)
O Exorcista é um filme norte-americano de 1973 do gênero terror sobrenatural dirigido por William Friedkin e escrito por William Peter Blatty, baseado no livro homônimo de sua autoria. O filme aborda a possessão demoníaca de uma garota de 12 anos. Com 10 indicações, venceu o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Som. Foi o primeiro e único filme de terror até hoje a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme.
O livro é inspirado nos registros de um suposto caso real que aconteceu em Mount Rainier, no estado de Maryland. O jornal The Washington Post e supostamente outros periódicos locais relataram o discurso de um padre feito numa sociedade de parapsicologia amadora, na qual teria afirmado exorcizar um demônio em um menino de 13 anos, cujo sofrimento durou cerca de seis semanas.
O filme tornou-se um dos mais lucrativos filmes de terror de todos os tempos, arrecadando o equivalente a U$ 441.306.145,00 em todo o mundo e lançado pela Warner Bros. Pictures em dezembro de 1973 nos Estados Unidos.
O Poderoso Chefão II (1975)
Aqui, Francis Ford Coppola retorna dois anos depois após o fenômeno do primeiro filme e que para muitos, supera o filme original, com uma narrativa primorosa. The Godfather Part II recebeu onze indicações ao Oscar, ganhou em seis categorias, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor (Coppola), Melhor Ator Coadjuvante (De Niro) e Melhor Roteiro Adaptado (Coppola e Puzo), tornando-se a primeira sequência a ganhar na categoria de Melhor Filme. O filme foi considerado culturalmente, historicamente ou esteticamente significante e selecionado pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos para ser preservado no National Film Registry.
Para fazer o papel, Robert De Niro viveu durante um tempo na Sicília. Ele faz parte do grupo de atores que ganhou um Oscar falando a maior parte de seus diálogos numa língua diferente da inglesa (os demais foram Sophia Loren, Roberto Benigni e Marion Cotillard).
Um Estranho no Ninho (1975)
Este filme é baseado no romance One Flew Over The Cuckoo’s Nest. de Ken Kesey e lançado em 1962. A versão cinematográfica foi dirigida por Miloš Forman e lançada em 1975. No Oscar de 1976, o filme foi indicado para nove categorias, vencendo cinco: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Jack Nicholson), Melhor Atriz (Louise Fletcher) e Melhor Roteiro Adaptado.
O silêncio dos Inocentes (1991)
Escrito por Ted Tally, o filme O silêncio dos Inocentes é um filme norte-americado de terror, suspense e drama baseado no livro homônimo publicado em 1988 por Thomas Harris. O filme é o segundo a apresentar o Dr. Hannibal Lecter, um brilhante psiquiatra e assassino canibal em série, antecedido por Caçador de Assassinos de 1986, dirigido por Michael Mann.
O filme arrecadou mais de 130 milhões de dólares durante sua exibição no país e, das 7 indicações ao Oscar, venceu nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Atriz e Melhor Roteiro Adaptado.
A Lista de Schindler (1994)
Dirigido por Steven Spielberg, o filme A Lista de Schindler é um dos filmes mais emocionantes sobre o Holocausto. Foi lançado em 1993 e indicado para doze categorias do Oscar de 1994.
Entre todas as indicações, A Lista de Schindler conquistou sete prêmios: Melhor Filme, Melhor Diretor (Steven Spielberg), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Montagem, Melhor Fotografia e Melhor Direção de Arte.
O roteiro do filme é baseado no romance Schindler’s Ark, do australiano Thomas Keneally, lançado inicialmente em 1982.
Razão e Sensibilidade (1996)
A única adaptação de Jane Austen a vencer foi Razão e sensibilidade. Foi o primeiro livro de Jane Austen a ser publicado, em 1811. Adaptado para os cinemas em 1995, o roteiro adaptado, assinado pela atriz Enma Thompson, foi vencedor do Oscar de 1996.
Ao todo, o filme foi indicado em 8 categorias: Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Filme, Melhor Atriz (Emma Thompson(, Melhor Atriz Coadjuvante (Kate Winslet), Melhor Fotografia, Melhor Figurino e Melhor Trilha Sonora.
O Paciente Inglês (1997)
O Paciente Inglês, com direção de Anthony Minghella, foi vencedor de nove prêmios no Oscar de 1997. Este filme foi baseado na obra homônima (The English Patient), do canadense Michael Ondaatje.
Os prêmios conquistados foram: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz Coadjuvante (Juliette Binoche), Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora de Drama e Melhor Mixagem de Som.
O Pianista (2003)
O Pianista é um filme franco-germano-britano-polonês de 2002, do gênero drama biográfico, dirigido por Roman Polanski, com roteiro de Ronald Harwood baseado na autobiografia homônima do pianista Władysław Szpilman, interpretado por Adrien Brody, que perdeu 14kg para poder gravar o filme.
O filme foi indicado a sete Oscars, incluindo na categorias de melhor filme e venceu nas categorias de Melhor diretor (Roman Polanski), melhor ator (Adrien Brody) e melhor roteiro adaptado (Ronald Harwood). Vale dizer aqui que os pais do diretor Roman Polanski foram aprisionados em campos de concentração. Seu pai sobreviveu, mas sua mãe morreu em Auschwitz.
Senhor dos Anéis (2004)
Este é um dos filmes com maior número de indicações e prêmios recebidos na história da premiação do Oscar! “O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei” é o terceiro e último filme da série “Senhor dos Anéis”. Com direção de Peter Jackson, este clássico da fantasia conquistou onze estatuetas na premiação de 2004.
Todos os filmes da série O Senhor dos Anéis foram baseados nos livros de J.R.R. Tolkien, premiado escritor inglês. O último livro desta série (O Retorno do Rei) foi inicialmente publicado em 1955.
No total, o filme foi indicado a 11 categorias, vencendo todas: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhores Efeitos Visuais, Melhor Direção de Arte, Melhor Edição, Melhor Figurino, Melhor Maquiagem, Melhor Mixagem de Som, Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção Original.
Quem Quer Ser um Milionário? (2008)
O filme dirigido por Danny Boyle foi indicado a 10 Oscars, vencendo 8: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Canção Original e Melhor Mixagem de Som. A história é baseada na obra Q & A, do escritor indiano Vikas Swarup.
Quem Quer Ser um Milionário? lançou o single Jai Ho, que atingiu altos postos nas paradas de sucesso. O single inclusive foi tocado ao fim do filme, com direito a uma coreografia com os atores. Posteriormente, foi regravada pelo grupo Pussycat Dolls, com featuring de A. R. Rahman.
12 anos de Escravidão (2014)
Este incrível drama histórico foi baseado na autobiografia de Solomon Northup, um negro livre que foi sequestrado e ilegalmente vendido como escravo, em 1853. Com direção de Steve McQueen, 12 Anos de Escravidão foi indicado para 9 categorias no Oscar, ganhando três: Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante (Lupita Nyong’o) e Melhor Roteiro Adaptado.