Porta-voz oficial do evento, Debby Wilmsen explicou ao Music Non Stop por que resolveram apostar no formato
O termo back to back (ou B2B) é utilizado para designar as ocasiões em que dois DJs tocam juntos, lado a lado, no mesmo set para uma mesma pista. Não é algo tão comum nas festas e nos festivais por aí, sendo escalado para momentos especiais ou para oferecer um diferencial em relação a outros eventos concorrentes.
Observando o line up do Tomorrowland Bélgica, a prática dos B2Bs não é tão habitual. Isso pode ser explicado pela complexidade do evento em abrigar uma programação que contempla 14 palcos em dois fins de semana. Mas, sem dúvidas, um dos destaques da última edição foi o aguardado B2B entre Martin Garrix e Alesso, reunindo dois dos maiores nomes da cena mainstream mundial, que ocorreu num palco secundário (The Library), mas atraiu uma multidão.
No Brasil, a curadoria musical apostou neste tipo de apresentação. Serão dez sets em back to back ao longo do três dias de festival (12, 13 e 14 de outubro), a maioria delas ocorrendo no palco Essence by Beck’s (back to Beck’s?) e compostas por nomes da vanguarda do mercado nacional.
“É um formato muito divertido, tanto para quem frequenta quanto para os artistas”, explicou a porta-voz global do Tomorrowland, Debby Wilmsen, ao Music Non Stop.
“É uma ótima oportunidade para os DJs mostrarem algo novo para o público, e o público realmente adora esse tipo de set porque eles são especiais. São uma experiência única na vida”, complementou.
Exemplos disso são as performances combinadas de Alex Stein B2B Victor Ruiz, Anderson Noise B2B Renato Ratier e Waltervelt B2B Silvio Soul, marcadas para o primeiro dia. Os seis artistas são conhecidos como pioneiros em cada área de atuação, sendo na promoção de festas e clubs, desenvolvimento de vertentes e exportação de sonoridades do país para o mundo.
O B2B entre Eli Iwasa e Valentina Luz, por sua vez, mostra duas gerações da cena. Eli é uma fomentadora da música eletrônica desde os anos 2000, sendo destaque em seus diversos papéis como DJ, produtora de eventos e proprietária de clubs (entre eles, Caos e Gate22). Enquanto isso, Valentina Luz é um talento em ascensão, que em pouco tempo de carreira vem consolidando sua luta pela causa LGBTQIA+ e ganhando os holofotes do mundo, participando de grandes festivais, como DGTL.
E falando de novos talentos, esse é o lugar de Antdot e Maz. Os artistas viram a potência do trabalho em conjunto após o desempenho do remix que fizeram para a canção Todo Homem, de Zeca Veloso, crescendo dentro do afro house. A partir daí, vieram outras colaborações e até mesmo uma gravadora que administram juntos. O mais recente trabalho entre os dois é Learning To Love, pela Tomorrowland Music, e o show no último dia do festival ocorre no palco CORE.
Mas provavelmente um dos back to backs mais esperados é o de ANNA e Vintage Culture. Estamos falando de dois dos DJs que mais representam a bandeira do Brasil no mundo, e que se unem pela primeira vez num palco. A expectativa do público é para entender como as diferentes sonoridades de ambos se encontrarão em unidade e sintonia no mesmo palco, visto que ANNA comumente toca algo mais pesado. Vale lembrar que esse set acontece no encerramento do festival (14), também no palco CORE, que promete uma superlotação.
Única artista escalada para os três dias do rolê, ANNA ainda se apresenta com a sueca Ida Engberg na quinta (12), no Essence by Beck’s, na mesma data e palco do B2B entre Nicole Moudaber e Layton Giordani — ambos shows com o techno como protagonista.
“A ANNA em B2B com a Ida deve ser uma combinação incrível para assistir no novíssimo Essence by Beck’s. Já o B2B entre Vintage Culture e ANNA encerra o palco CORE no sábado, que é o encerramento do festival, então não dá pra perder nenhum dos dois”, complementou Wilmsen.
E falando sobre back to backs gringos, Barely Alive e Kompany levam dubstep ao palco Tulip no primeiro dia, enquanto Azteck e Diego Miranda prometem o melhor do EDM/big room no palco Youphoria, no sábado (14).