O Music Non Stop te conta tudo sobre o final de semana da WME Conference 2020

Amanda Sousa
Por Amanda Sousa

Por Jota Wagner, Amanda Sousa e Tawanne Villarin

Depois de uma sexta feira com muita trota de informações e insights sobre o mercado musical brasileiro, o final de semana da WME Conference seguiu firme com seu papel, com direito a shows, mais discussões e uma festinha no Zoom pra não faltar descontração.

A equipe do Music Non Stop acompanhou a conferência de ponta a ponta e te conta quais foram os destaques. A conferência ainda teve muito mais. Shows, café da manhã com a artista Tiê, festão (via Zoom, claro) na madruga com DJs e muito mais.

Quem adquiriu ingresso terá acesso à toda a programação do WME por mais 30 dias. Alguns painéis no entanto, estão liberados par que você os assista (recomendamos: faça-o) através deste canal oficial no Youtube.

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Etarismo e sucesso

A terceira idade hoje nada mais é do que uma prolongação da juventude com maior experiência. Atualmente a rotina de uma pessoa com 50 anos é diferente de uma pessoa que tinha 50 anos há 20 anos atrás. Hoje a movimentação e o aprendizado são constantes. Para discorrer melhor sobre o tema, o Palco Natura Musical do WME promoveu um encontro de peso com a jornalista do Vozes do Brasil Pat Palumbo, a guitarrista e compositora Lucinha Turnbull e a produtora cultural Marta Carvalho. A conversa foi mediada por Fabiana Lian e juntas, as profissionais comentaram sobre como driblar restrições e preconceitos que vêm com a idade.

O bate-papo começa com todas mencionando que, em nenhum momento paramos para pensar em como será envelhecer. Mas fato é que o mercado dá conta de pensar sobre isso e impõe algumas restrições. Marta Carvalho comenta sobre o tempo

“Não tive muito tempo de pensar em como seria envelhecer. Uma mulher como eu, preta nascida na periferia, produtora cultural, tendo feito os maiores eventos de música do Brasil, estava na luta e, então, não tive muito como prestar atenção no tempo. Mas posso dizer que o tempo me manteve com uma saúde mental e saúde física para fazer o corre da luta. O principal é não estar estacionada, independentemente da idade.”

Pat Palumbo comenta que a passagem do tempo não deve ser uma coisa assustadora. Deve ser apreciada e viver todos os tempos que nos são dados. “Precisamos levar com leveza esse tema e não nos cobrar tanto e aproveitar mais todos os períodos das nossas vidas.” Sobre às equipes com pessoas jovens e mais velhas, comenta que “manter-se contemporâneo não depende da idade, mas da curiosidade que a gente tem pela vida.”

 

Com relação a entender o que pensam e como pensam os mais velhos, Lucinha Turnbull comenta sobre a importância de ouvirmos os mais velhos e entendermos os contextos e antepassados e tudo o que envolve a idade.

“A gente não vai para frente se não entendermos o que falavam os nossos pais. E os nossos filhos precisam entender que somos humanos, que erramos, que choramos e que não somos uma fortaleza. Precisamos perceber que os nossos pais erram e que isso é normal.”

Para finalizar, Marta comenta que as mulheres atualmente não precisam mais provar nada. “Não precisamos mais provar que somos capazes. Nós já somos e já fizemos… você enxerga se quiser.” Ao final, todas responderam às interações do público online.

Projeções para o futuro e a recuperação do mercado

Eliane Dias (empresária musical), Camila Zana (Music2) e Fabiana Batistela (Diretora da Semana Internacional de Música de São Paulo – SIM) comentam sobre como vai ser daqui para frente em termos de mercado, músicas, eventos e projetos. A conversa foi mediada por Cris Falcão e juntas discorreram sobre o que está acontecendo no mercado, na parte artística social e sobre o universo das lives.

Fabiana comentou sobre as mudanças na SIM São Paulo e ressaltou que durante a quarentena, a procura por conteúdos ao vivo teve um crescimento de 4.900% no Brasil.

Para finalizar, a discussão partiu para a dificuldade que artistas independentes têm e Elaine deixa uma dica para os artistas que estão começando agora “Continuem criando, se aperfeiçoando, vão com calma e acreditem em si.”

Vidas negras importam!

Para falar sobre representatividade negra e as oportunidades no campo da indústria musical, o palco Natura Musical recebeu a cantora Paula Lima, Mafalda Ramos (Batekoo) e Brisa Flow (artista, pesquisadora e comunicadora). A jornalista Didi Couto intermediou a conversa e juntas, conversam sobre a importância da mulher no mercado da música. O papo já começou com uma reflexão sobre a apropriação da música e das oportunidades.

Paula Lima pensa que atualmente há uma democratização da música que é forçada e, antes, isso não existia. A comunicadora Marcela Ramos (Mafalda – Batekoo) acredita que o que está acontecendo agora é reflexo das ações e uma resposta a esse atual mercado. “Não é que as portas foram abertas para nós. Nós já estávamos ali e houve um impacto muito grande e é hora de começarem a aceitar outras vertentes e outras etnias no meio musical. “Brisa Flow comenta sobre a luta contra o mercado da arte, luta para ser incluída nas pautas. O Brasil ainda trata de forma muito racista, as etnias.

“Existem muitos artistas indígenas que fazem coisas maravilhosas e precisamos parar de chamar os índios só para conversar em rodas e chamar para os festivais.”

É preciso transformar o mundo com o que temos ao nosso alcance e com as ferramentas que temos. Nesse contexto, Paula Lima diz “meu ódio se transformou numa luta e uso isso por meio da música e dos meus textos. Depois, responderam perguntas do público e, fechando o ciclo de atrações do dia, o canal oficial da Budweiser no Youtube foi palco para um show com Rakta e As Baías e uma festa eletrônica, pelo zoom, com as DJs Due, Blancah e Eli Isawa.

Para encerrar o final de semana de atrações, no domingo (20) foram transmitidos shows de Tiê (Pelo Facebook da Eqlibri) às 11h, MC Souto às 17h, Xênia França às 18h e Céu às 19h30  – esses três últimos pelo palco canal do Natura Musical no Youtube.

Como resolver a sua live: dicas valiosas sobre áudio e vídeo. Por Roberta Cunha (vídeo) e Alejandra (áudio)

Com uma bagagem e experiência com grandes artistas e em diversos festivais no Brasil e mundo afora, a engenheira de som, Alejandra Luciani, deu algumas dicas de como fazer sua live (até mesmo com seu smartphone), deixando ela com a melhor qualidade possível. As orientações serviram para timbres e sons gravados, sendo assim, servindo para bandas e cantores.

“Quem busca o equilíbrio sonoro em suas produções é também um forma de mostrar qualidade em seu som”, afirma Alejandra.

Já na segunda parte da oficina, entra Roberta Cunha, diretora de vídeo e live que já começa falando sobre o que é streaming e o que é Live streaming. Em seguida, ela aprofunda dando toques básicos de vídeo Live, se referindo à qualidade da imagem e som. São elas:

Fundo com uma boa profundidade de campo;
De preferência utilize ambientes claros;
Se ligar no enquadramento;
Roupa: se atentar nos contrastes e profundidade de campo;
Entre outros.

Finalizando toda essas recomendações, Roberta exemplifica, projetos que ela produziu que foram adaptados ao universo virtual por conta da pandemia. A profissional também comenta sobre os objetos utilizados no ambiente de gravação e das configuração para que a galera pudesse entender tecnicamente como é que funciona as lives desses programas, sendo eles “Todo Mundo é DJ” com a Claudia Assef e Carne de Mulher, peça de teatro com Paula Cohen.

UBC Apresenta : Como funciona o fluxo de rendimentos de Direitos Autorais. Por Angela Johansen

Neste painel Angela Johansen, comenta sobre o fluxo de criação da obra do artista, consequência, onde o dinheiro está e por fim, onde encontra-se sua proteção. Iniciando o papo, a advogada começou explicando sobre como é diferente o mundo obra e o mundo do fonograma.

Com muita propriedade no assunto, Angela deu algumas instruções sobre o Direito moral e patrimonial, duas áreas jurídicas de extrema importância que um artista precisa saber saber sobre. 

Por ser um um assunto com diversos termos jurídicos em uma linguagem não muito acessível, a advogada comenta:“É fácil? Não é! É impossível de entender? Também não é! Por isso, leiam muito e se informe no site e no canal do youtube da UBC… Se eu puder dar uma dica para todos os artista é que, repertório bom é repertório organizado. Não adianta você ter uma música “estourada” com trilhões de views e não saber se ela ta sendo cuidada, se alguém está usando sua música sem autorização, se não está cadastrado no sistema do Ecad. Então, cadastrem, organizem e cuidem do seu repertório”. 

O show tem que continuar, mas como? Protocolos, EPIs e fases da retomada das atividades culturais – Por Ana Helena Curti

Com muita instrução e clareza em todo seu raciocínio, Ana Helena discorre sobre algumas análises e possíveis protocolos biosseguros para uma volta progressiva dos eventos. A profissional não deixou de comentar sobre em como a criatividade e informação foram amigas neste período pandêmico. E claro, relembrando e reforçando sempre, a importância da produção cultural no país.

Ana comenta que os artistas mais do que nunca vão precisar falar com seu público, a fim de mobilizá-los e instruí-los a respeitarem os protocolos de segurança. 

“A gente agora tá vendo uma série de serviços sendo desenvolvidos, por exemplo onde ingressos devem ser vendidos apenas de forma online… E estamos vendo diversas empresas e startups trabalharem para trazer nossas ferramentas com o objetivo de ajudar a área da arte e cultura, para que nós possamos de fato, oferecer cada vez mais e da melhor maneira uma troca com o público a partir da arte e da produção cultural.”, comenta Ana.  

Você pode encontrar diversas oficinas, painéis e shows no canal de youtube da WME.

 

 

Amanda Sousa

Amanda Sousa é mãe, feminista, tem 30 anos e é formada em Comunicação Social. Natural de São Paulo, atualmente mora em Jundiaí. É apaixonada por música desde que se entende por gente. Vai do punk ao pop, gosta de descobrir sons em todas as vertentes.

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