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Confira como foi o primeiro dia da WME Conference

Amanda Sousa
Por Amanda Sousa

Unir as mulheres profissionais de música em um grande congresso, discutindo o panorama atual e as perspectivas futuras da industria musical, com foco no que é pensado ou executado por mulheres, função da WME Conference.

O evento, cuja programação você já teve a oportunidade de conferir aqui no Music Non Stop, teve inicio na tarde desta sexta feira com painéis oficinas e shows. A equipe do Music Non Stop acompanhou tudo de perto e conta os destaques desta sexta feira.

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Sala TNT

No painel Fundos, Editais e auxílios emergenciais para trabalhadores da Música, Fernanda Paiva (Natura Musical), Luciana Adão (Oi Futuro), Isabel Amorim (ECAD), mediados por Ciça Pereira, falaram sobre quais os pontos relevantes em um projeto do ponto de vista dos curadores.

Isabel Amorim (ECAD) pontuou quais ações e perspectivas da entidade em relação aos novos modelos de arrecadação de direitos autorais no cenário atual.

Das plataformas para o hipotálamo: como os podcasts podem ajudar a amplificar discursos e projetos com os propósitos mais diversos. Cris Fernandes (Ideias Negras), Ju Andrade (Musonas), Maitê Freitas (Maternativa) . Com mediação de Juli Baldi.

Julia pontou o crescimento de 67% na audiência de podcasts em 2019 e mais 18% durante a pandemia, tornando o Brasil o segundo maior mercado de podcasts do mundo. “A gente tem uma cultura de oralidade. Eu cresci com minha vó com o rádio ligado o dia inteiro em casa. As pessoas aqui gostam muito mais de mandar áudio do que escrever. Faz parte da nossa cultura” – explicou Cris Fernandes. “O podcast cumpre um papel que as rádios e TVs perderam, que é a diversidade de assuntos. Um espaço onde se pode falar de tudo” – completa Maitê Freitas.

A despeito da qualidade e quantidade de podcasts disponíveis no Brasil, a monetização da produção deste conteúdo ainda é um desafio e foi bastante discutido entre os participantes da mesa. “No Brasil temos de fomentar o apoio financeiro individual. Temos de crescer neste sentido. De entender que as coisas tem um custo e se aquilo é importante para mim eu preciso apoiar” – completou Cris.

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Palco Budweiser

Ganha-ganha: Ideias e soluções de ativações de marcas para enriquecer seu evento online – por Carol Soares (sócia e fundadora da OCLB e Projeto Pulso) 

Pesquisadora e com uma grande sapiência em eventos e nas experiências que eles proporcionam, Carol Soares, sócia e fundadora da OCLB e Projeto Pulso, ofereceu uma oficina: Ganha-ganha: Ideias e soluções de ativações de marcas para enriquecer seu evento online. 

Carol iniciou apresentando todo um contexto de ativações de grandes marcas antes da pandemia e como elas estão trabalhando nos eventos online. Dicas de proposta de patrocínio, foi o ponto alto da oficina, onde muitos participaram tirando dúvidas a respeito do tema e por fim, a mesma exemplificou alguns grandes eventos online (Tomorrowland, Festival Sarará, Youpix Summit e outros)  que aconteceram recentemente e pode dar várias ideias para seu projeto. 

“Estamos vivendo um momento completamente único de processos e acelerações intensas. E eu acho que é muito importante as produtoras de eventos e as pessoas que trabalham com eventos de forma geral, pensar que nada vai ser como foi um dia. E se nada vai ser como foi um dia, aquelas habilidades do passado vão ser importantes, mas será necessário somar outras habilidades para esse futuro que está por vir ou esse momento de transição…”, comenta Carol. 

A falta de interatividade nos eventos onlines é o grande desafio atual e por isso, grandes marcas estão apoiando ideias que tenham um direcionamento para eventos híbridos, ou seja, que tenham um aspecto presencial (para poucas pessoas) e potencializados pelo streaming. Pensar em algo que forneça inclusão social ou questões colaborativas é uma ótima oportunidade para quem busca patrocínio de marcas.

Existem dois tipos de podcasts, os bons e os ruins. Aprenda a fazer o seu com qualidade – Por Fabiana Lian Diretosa On Stage Lab

Produzir podcast em meio à pandemia, se tornou uma alternativa para muit-*os produtores de conteúdos, a fim de compartilhar algum conhecimento, opinião ou gosto. Fabiana Lian, diretora da On Stage Lab deu uma oficina sobre: existem dois tipos de podcasts, os bons e os ruins. Aprenda a fazer o seu com qualidade. Ela que comanda dois podcasts, ‘Minas da Quinta’ que aborda mulheres na economia criativa e o ‘Fica em Casa’ que surgiu em meio ao isolamento social por conta do Covid-19.

“Para fazer um podcast é importante você ter um assunto. Do que você entende? Do que você sabe?”. É com essa pergunta que ela inicia a oficina mencionando o quanto é importante ter um olhar diferenciado ao produzir um podcast e principalmente, tentar observar por uma perspectiva que ninguém esteja olhando. Segue alguns pontos que Fabiana aconselha: Qual assunto? Pra quem? Quem vai te ouvir? Qual será seu nicho? Como eu conto meu podcast?  Cuidar e cultivar nas mídias sociais.

Nos comentários, muitos participantes estavam presentes tirando dúvidas a respeito de como fazer um podcast e a Fabi interagiu respondendo todos. Por fim, ela deixa uma frase de inspiração: “Pense como o público e divirtam-se”.

Natura Musical apresenta: Para Todos: Aprenda a tornar o seu evento online acessível – Por Luiza Caspary

A falta da acessibilidade nas produções culturais, visuais, musicais e outras indústrias é uma realidade. E agora em meio ao isolamento social, como fornecer acessibilidade necessária já que todas as informações estão sendo compartilhadas por canais que muitas vezes não fornecem os acessos necessários para deficientes auditivos, visuais e outros.  Luiza Caspary, artista de voz e produtora de acessibilidade cultural forneceu a oficina: Para Todos: Aprenda a tornar o seu evento online acessível. 

“Acessibilidade é um mundo. Existem diversos tipos de limitações e de deficiências e diversas forma de incluir essas pessoas”. Luiza começa exemplificando projetos cinematográficos que fazem a utilização da legenda em português, ação que não é muito comum dentro da indústria do cinema. Com base na sua história e há mais de 10 no mercado promovendo acessibilidade, Caspary em conjunto com sua mãe e atual sócia, decidiram fazer isso em shows musicais pelo Brasil através da audiodescrição, libras e legendas. Sua grande produção foi confeccionar um disco inteiro para ouvir e ver “Mergulho”, que foi pensado para as pessoas surdas.

No fim, Luiza deu algumas dicas em como tornar seu conteúdo de mídia acessível nas redes sociais, como por exemplo, utilizar a #paracegover e descrever a imagem de forma objetiva é uma forma de acessibilizar seu conteúdo visual no Instagram.

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Palco Natura Musical

As atrações do WME conference RMX 2020 no palco Natura Musical começaram hoje com um bate papo sobre literatura em alta: como a pandemia aproximou as pessoas dos livros, com Adriana Ferreira, Lorena Calabria, Selma Caetano e mediado por Gaia Passarelli.

Um universo em expansão: as muitas faces do mercado das lives

Desde o começo da pandemia, as lives bombaram como nunca antes e foi preciso se adaptar a essa nova realidade. Para entender um pouco sobre isso, o Palco Natura trouxe Negra Li, Luísa Sonza e Karol Conká em um bate-papo mediado por Camila Zana e, juntas, discorreram sobre esse novo formato, aprendizados, mercado e tendências. Algumas delas usaram as lives para entretenimento e diversão, como foi o caso de Luísa Sonza.

“Como a maior parte do tempo eu também estava fazendo shows, não conseguia prestigiar outros artistas. Nesse período aproveitei para ver muitos shows e usar as lives como forma de espairecer e me divertir.”

Karol Conká foi mais além e usou as lives para aprender a meditar e fazer atividades físicas. “Vi que seria um momento propício para manter o equilíbrio e sanidade mental.” Negra Li também aproveitou para fazer cursos e Luísa Sonza comentou que, apesar de ser jovem e muito presente no mundo digital, fazer lives foi um processo de aprendizagem e adaptação.

Com a falta de equipe, Karol Conká contou que se descobriu em outras frentes. “Virei diretora, editora e minha própria produtora executiva e artística e descobri que também quero produzir outros artistas.”

Sobre o futuro das lives, as meninas comentaram que não veem que este seja um formato que perdure por muito tempo. “Por mais que tenha nos aproximado do público e esta ser uma alternativa em meio ao que estamos vivendo, não acredito que esse formato continue pós-pandemia, pois a artista precisa da presença física do público. “A energia é diferente, não tem como comparar e o que fizemos foi pensar mais na solução do que no problema.”

A fisioterapeuta Andrea Narita, 35, acompanhou o painel e comenta sobre a falta que faz estar no local como público. “Gosto muito de ir aos shows e, neste período, ter as lives foi muito importante para mantermos o contato com os artistas e bandas.” Para finalizar o painel, as cantoras responderam perguntas enviadas pelo público via chat.

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Um Q&A com Daniela Mercury – madrinha desta edição da WME

Claudia Assef entrevistou Daniela Mercury, madrinha desta edição da WME Conference RMX. Durante o Q&A, Daniela contou toda a sua história, desde quando começou no meio artístico, com a dança. “Eu era muito pequena e, dentro de casa, sempre tive muito a música presente na minha vida por influência dos meus pais. Depois criei um vínculo muito forte com a dança.”

Multiartista desde a época da tropicália, Daniela Mercury contou também sobre sua participação na Companhia Clic, de axé e samba-reggae que surgiu em Salvador e que atuou de 1988 até meados da década de 1990. “Ganhei espaço a partir desta época e fui me ligando a esse universo do samba-reggae.”

Sobre sua vinda para São Paulo e até ser reconhecida pelo seu trabalho, Daniela conta que, em 1992, participou de um projeto voltado para artistas iniciantes, no Museu de Arte de São Paulo.

“O show foi ao meio-dia, com um público de mais de 20 mil pessoas. No dia seguinte, um jornal dá a manchete: “Uma baiana para São Paulo”. A partir daí pessoas começaram a ter curiosidade pelo meu trabalho.”

A partir deste momento, a baiana ganhou a mídia de todo o Brasil, conseguiu romper as barreiras e abriu espaço para a axé music. Após isso, começou a fazer shows por São Paulo e a ganhar notoriedade. A respeito de ser madrinha do WME Conference RMX 2020, Daniela Mercury comenta sobre honra, representatividade, força e empatia.

“Estar dentro desse evento de mulheres é genial, é uma honra participar desse momento, vamos nos lembrar para sempre desses dias. Agora é o momento de juntarmos todas as forças para dar espaço para novas vozes. Espero que isso aconteça agora logo depois da pandemia e quero que o povo conte comigo, minha música é sobre isso e estamos juntos nessa luta”.

Para finalizar, respondeu às muitas interações do público via chat e finalizou sua participação deixando um recado: “todos que amam a arte, usem a para espalhar o amor.”

Para fechar o dia de atrações, às 18h30 rolou um show com Maria Rita Stumpf que lançou, no final de maio desse ano, um novo álbum (aqui a gente conta tudo sobre) e, às 20h30, show potente com a cantora, compositora e atriz Larissa Luz, todos transmitidos via Youtube TNT Energy Drink.

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Amanda Sousa

Amanda Sousa é mãe, feminista, tem 30 anos e é formada em Comunicação Social. Natural de São Paulo, atualmente mora em Jundiaí. É apaixonada por música desde que se entende por gente. Vai do punk ao pop, gosta de descobrir sons em todas as vertentes.

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