Dupla carioca formada por Fabio Santanna e Bernardo Campos lança novo single, antecipando álbum e apresentação no Rock in Rio em setembro
Você está sentado na praia, olhando as ondas quebrarem. O sol está se pondo e você não sabe direito se o calor no rosto vem de seus últimos raios ou se é resultado das várias caipirinhas que tomou durante a tarde. Na mente, a falta que aquela pessoa faz na sua vida e você queria que ela estivesse ali. Saudade.
O novo single do Nu Azeite, aperitivo para o álbum que será lançado às vésperas do festival Rock in Rio, no qual a dupla se apresentará, invoca o soul brasileiro dos anos 70 e 80, obra de gênios como Azymuth, Hyldon e Tim Maia. O álbum será lançado pelo Cocada Music, selo carioca que toma a frente do movimento boogie e house brasileiro, com nomes como Mary Olivetti (filha de Lincoln Olivetti, Leo Janeiro e Bruce Leroys.
Em Saudade, o Nu Azeite apresenta seu lado mais, digamos, “charme”, nome dado ao movimento dos bailes suburbanos cariocas que privilegiavam o R&B e o new jack swing em seus toca-discos, tocando sempre para uma galera mais arrumada e romântica. No contraponto entre o charme e o funk, uma turma andava bonita, e a outra elegante.
Para adicionar doçura à faixa, que fala sobre a falta de alguém amado -“A saudade queima o coração” – o Nu Azeite convidou a cantora carioca Maria Thalita. Estreando no universo da música eletrônica, Maria Thalita de Paula – criadora do famoso Bloco das Trepadeiras, no Rio de Janeiro – empresta seu sentimento e dá um tempero soul perfeito à canção, flutuando sobre a produção modernosa de Fabio Santanna e Bernardo Campos.
“Trabalhar com o Nu Azeite foi renovador. Não frequentava muito este universo da música eletrônica por causa do meu trabalho. Este mundo me foi apresentado pelos meninos e é uma cena que comecei a gostar. Isso me abriu uma vontade de fazer música eletrônica e foi uma delícia. Eu não saberia como entrar neste mundo e olha só, o universo tem seus caminhos. O resultado ficou incrível” – conta Maria Thalita.
Os bailes do Rio de Janeiro foram responsáveis por um “sincretismo” musical único, juntando os batuques dos morros e terreiros com o funk americano, criando uma identidade cultural única. De Elza Soares a Sandra de Sá, de Tim Maia a Jorge Ben. O soul sempre esteve aliado à percussão africana presente no Rio. E, para seguir com esta tradição, temos agora o Nu Azeite.
Depois de fazer com que a gente experimentasse sua Água de Coco, música da qual falamos aqui no Music Non Stop no mês passado, agora a dupla aquece o coração do povo com uma faixa dançante e apaixonada.