A cantora e compositora Bruna Lucchesi no Carnaval de Sao Paulo de 2020 (a esquerda) com as amigas Maria Beraldo (no meio) e Cau Levy. “Eu ia fazer uma foto da multidão e a Maria virou a câmera e tirou a selfie.”
Pedimos a alguns artistas queridos do Music Non Stop fotos de seus carnavais inesquecíveis. Confira com a gente estes grandes momentos em uma galeria de fotos especial
Na última década o carnaval de rua começou a renascer pelas capitais, atingindo seu ápice nos últimos anos. Bloquinhos, charangas e bandinhas ressuscitaram rolê clássico deste feriado que surgiu para como um último suspiro de luxúria antes da quarentena, que em séculos de dedicação católica precediam os quarenta dias de jejum (inclusive de música) antes da páscoa.
Ao se defrontar com uma maratona straight edge de mais de uma mês o ser humano (aaah o ser humano) definiu que ficaria 4 dias dormindo o mínimo possível abusando de tudo o que lhe seria proibido a partir da quarta feira de cinzas, dia em que só restava mesmo o pó. A regra era clara. Pecar o equivalente a 40 dias em 4. Praticamente o slogan de de Juscelino Kubitscheck do mundo invertido.
Mas eis que em 2021 a pandemia (aaaaah a pandemia) nos trouxe um ano sem carnaval. Que fique registrado, nem mesmo a festança de 2020 deveria ter acontecido, mas ainda não nos havíamos dado conta de que o assunto seria tão série. Quem não se lembra que os primeiros comunicados oficiais previam três meses de reclusão. Ledo engando.
A prova de o quanto a falta de carnaval doeu aos foliões que voltaram a se apaixonar pela festa a tão pouco tempo foi a enxurrada de fotos nostálgicas nas redes sociais. Muito glitter, muita fantasia, muito calor virtual certamente passou na sua timeline. Diversos blocos fizeram versões virtuais de seu desfile para que pudéssemos aliviar pelo menos um pouco a barra, nos jogando na luxúria solitária ou com um pequeno grupo de amigos.
Solidários ao fogo dos nossos leitores, pedimos a alguns artistas para nos contar um pouco dos seus carnavais passados, suas nostalgias e até mesmo, no caso de Daniela Mercury, que não quis ficar olhando para trás, suas expectativas para o futuro. Confira com a gente a galeria de carnaval do Music Non Stop
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- Daniela Mercury: “o carnaval virutal é uma possibilidade de fazer um circuito planetario, de nos reinventarmos. Ano que vem aremos uma catarse!”
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- DJ Mauricio Lopes tocando no Tambores do Olodum
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- Érika Martins: “fomos convidados, eu e Gabriel, pelo Retrofoguetes para tocarmos no trio Foguetão no circuito Barra / Ondina. Só tocamos rock e o pressoal pirou, acompanhou o trio… dava pra ver a carinha de surprsa dos gringos quando escutavavm por exemplo These Boots Are Mad for Walking no meio daquela loucura toda sonora. Uma experiência inesquecível”
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- Ana Cañas: “o carnaval de 2020 me marcou espeicalmente. Cantei “Como Nossos Pais” (numa versão baixo e voz) no bloco do Baixo Augusta para 1 milhão de pessoas. Foi muito emocionante, chorei e significou também um prenúncio da entrada do Belchior na minha vida de forma avassaladora. Também participei do bloco Pagú, que conta com 130 mulheres na bateria. O bloco é, entreoutros, um manifesto feminista do qual tenho um orgulho imenso de fazer parte.”
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- DJ Andy, antes de virar fera no drum´n´bass, era um folião mirim.
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- A DJ Dani Bany muito bem acompanhada no carnaval do ano passado.
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- Gaby Amarantos: “foto do carnaval em Recife, o melhor do Brasil!”
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- Débora dos Falsetes: “Este com certeza foi o carnaval masi incrível da minha vida e é a descrição perfeita de ‘e eu poderia ter ficado mais’. Foi em 1996 no sábandromo, no carro da Globeleza pela Escola dde Samba Mocidade Alegre em SP. Para sempre irei lembrar”
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- Tatá Aeroplano: “este ano vou pular o carnaval dentro de casa. Ano que vem voltamos com tudo!”
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- DJ Benjamin Ferreira: Minha última gig fora de São Paulo foi no sábado de carnaval do ano passado, em Brasília. Foi memor´ravel porque revi amigos de longa data, uns da época da BR Raves e outros de Belém, além dos amigos que temos em Brasília, um lugar onde amo tocar”
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- DJ Eli Iwasa: “meu último carnaval foi demais. Fechei ele tocando na festa Onda, no Rio de Janeiro. Encontrei amigos de Campinas, como o Jorge, que é frequentadordo Caos. Publico animadíssimo, e oi um fervo só.
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- O músico Raul Machado em priscas eras: Quanto riso, ó quanta alegria!!! Porto Alegre, 1977
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- Zé Ed: Um carnaval inesquecível com tema : somos todos tieta puxando o bloco tarado ni você, reuniu 20.000 pessoas pela primeira vez. O Carnaval de SP estava crescendo a passos largos.
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- Marilia Calderon: Divulgando o bloco Unidos do Inconsciente para o carnaval 2020. O clipe viralizou entre psicanalistas
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- Jo Mistinguett (na direita) e Gisele Dias AKA DJ Elle na festa Fuleira do Carnaval de Curitiba em 2019
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- Iara Rennó no carnaval do bloco Viemos do Egito em 2014, frame tirado do clipe filmado por Ava Rocha, que será lançado nesta 3a feira, da música Outros Tantos
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- Foto de quando foi feito o clipe Roseta em Sao Paulo ano passado. A canção fala sobre a história da famosa pedra encontrada por Napoleão e que foi crucial para a compreensão dos hieróglifos, eternizada num axé do último carnaval da humanidade
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- Essa é do carnaval de Olinda em 2014, eu tinha uns 11 anos e pedi pra ir fantasiado de “Steve”, o protagonista do jogo Minecraft, que tava bombando na época
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- A cantora e compositora Bruna Lucchesi no Carnaval de Sao Paulo de 2020 (a esquerda) com as amigas Maria Beraldo (no meio) e Cau Levy. “Eu ia fazer uma foto da multidão e a Maria virou a câmera e tirou a selfie.”
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- Silvia Tape, das Mercenárias: “nunca fui uma pessoa que se jogou no carnaval, mas os meus 3 últimos foram inesquecíveis no bloco do 77 – Os Originais do PUnk e outra vez no bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, quando tive a oportunidade de subir no caminhão e ver a festa de cima, com um outro ponto de vista. Foi demais!
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- Karen Menescé, vocalista do Allen Key: “Devia ter uns 8 anos nessa foto, foi tirada em itu, onde passei a maior parte da minha infância. Essa ao meu lado é uma das minhas melhores amigas, nos conhecemos em Itu, mesmo, há 16 anos.
Jota Wagner
Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.