Banda Kiss Banda Kiss – foto: divulgação

Monsters Of Rock anuncia o line-up para a edição brasileira. Kiss manda no festival

Matheus Henrique Pires
Por Matheus Henrique Pires

Foi anunciado nesta quarta-feira (14) o line-up da próxima edição brasileira do festival Monsters of Rock, que acontecerá no Allianz Parque, em São Paulo, no dia 22 de abril de 2023.

Será a terceira edição do Monsters Of Rock no país nos anos 2000, e sete anos depois da última, em 2015.

A atração principal será o Kiss, que foi um dos headliners da última edição em 2015, e inclusive já passou pelo país em 2022. As outras bandas do line-up são Scorpions, Deep Purple, Helloween, Saxon, Symphony X e Doro.

Os quatro mascarados, que não tem planos de lançar um novo álbum de inéditas – o mais recente (Monster) já completa dez anos de seu lançamento –  estão em meio a sua turnê de despedida (desconta-se o fato deles já terem feito uma turnê “final” entre 2000 e 2001, só pra voltar a ativa pouco depois), que teve início em 2019 e deve se estender no mínimo por todo ano que vem.

Divulgando o álbum mais recente, Rock Believer, o Scorpions já é uma espécie de figurinha carimbada no circuito de shows internacionais – e também no quesito turnês de despedida que não se concretizam. Até hoje já foram mais de quarenta shows em solo braisleiro desde a primeira passagem por aqui, no Rock in Rio de 1985 – só em São Paulo, onde acontece o Monsters, foram quinze apresentações.

 

 

Quem também a anos fala de aposentadoria mas vem ao país divulgar um novo registro é o Deep Purple, só que ao contrário do Rock Believer, Turning to Crime é um disco de versões. Os britânicos estiveram no país pela última vez em 2017, no festival Solid Rock, mas antes já tinham passado pelo país várias vezes, a primeira sendo em 1990.

O Helloween, assim como o Kiss, esteve no Brasil em 2022. E a apresentação no Monsters será a terceira passagem da banda desde o retorno dos antigos membros Michael Kiske (vocalista) e Kai Hansen (guitarrista) a formação – a banda agora conta com sete integrantes, já que nenhum dos atuais foi substituído. 

Helloween

Banda Hellowen – foto: divulgação

Doro Pesch, que teve uma turnê brasileira em 2020 adiada pela pandemia, já se apresentou em um festival nacional anteriormente – Live n’ Louder, em 2006 – assim como o Symphony X, que foi uma das poucas a subirem ao palco no fatídico Metal Open Air de 2012, no Maranhão. Já o Saxon faz sua segunda apresentação em um Monsters of Rock tupiniquim, tendo tocado já em 1998 – Kiss e Helloween também já estiveram em edições do festival nos anos noventa.

A venda de ingressos terá início na próxima sexta-feira (16), tanto pelo site da Eventim quanto pelas bilheterias físicas – com taxa de serviço para compras na primeira.

 

O MONSTERS OF ROCK ORIGINAL

A primeira edição do Monsters of Rock aconteceu em 16 de agosto de 1980, em Donington, na Inglaterra. O promotor Paul Loasby, que trabalhava com o Rainbow na época, organizou o show como um grande encerramento da turnê britânica da banda naquele ano, e chamou bandas como Judas Priest, Scorpions e Saxon – a mesma que estará no Brasil em 2023, e que escreveu a música “And The Bands Played On” sobre o evento – para completar o festival. 

A ideia era ser apenas um evento isolado, mas com o sucesso da edição inaugural, o festival continuou acontecendo durante os anos seguintes, sempre no mesmo local e no mês de agosto. Alguns dos maiores nomes do rock pesado da época, como AC/DC, Ozzy Osbourne e Iron Maiden, estiveram as atrações principais, e a capacidade de público foi crescendo até chegar a mais de 100 mil pessoas no festival de 1988 (em comparação, 35 mil assistiram à edição inicial). Foi também nesse mesmo ano que ocorreu a morte de dois fãs pisoteados durante o show do Guns n’ Roses, o que causou o adiamento da edição de 1989 e uma limitação de público para até 75 mil pagantes a partir de 1990.

No início dos anos noventa, com a queda de popularidade do hard rock e heavy metal em geral, começaram as dificuldades. Em 1993, o evento acabou não acontecendo, após os organizadores não conseguirem um headliner que considerassem grande o suficiente para atrair público. Dois anos depois, o Metallica só topou participar como atração principal com a condição de que teriam total controle sobre o line-up. Por fim, em 1997, após mais um cancelamento, o festival foi descontinuado, tendo sua última edição, acontecido no ano anterior.

Em 2003, Donington voltou a receber um festival anual de música, com o surgimento do Download Festival. Com o evento agora tendo mais de uma noite de atrações – duas em 2003 e 2004, três a partir de 2005 – e vários palcos simultâneos, o espaço acaba sendo aberto a bandas de outros estilos que não heavy metal e seus subgêneros – My Chemical Romance chegou a ser headliner em 2007 – e segue anualmente (anos de pandemia a parte) até os dias de hoje.

 

O FESTIVAL FORA DA INGLATERRA

A partir de 1983, o festival passou a ter edições em outros países, começando com uma mini-turnê pela Alemanha, que salvo uma ou outra exceção incluía as mesmas bandas do festival de Donington. A franquia logo se expandiu nos anos seguintes, com tours não só pela Europa ,mas também por outros continentes, com um giro norte-americano em 1988 encabeçado pelo Van Halen.

A primeira vez em que o festival chegou à América do Sul foi em 1994, com edições na Argentina, Chile e Brasil. A aração principal, curiosamente, foi o Kiss, que também encerra o evento no ano que vem. Por aqui, o festival aconteceu novamente naquela década, mais três vezes, pelos quatro anos seguintes – a exceção foi o ano de 1997, onde foi realizado o festival Skol Rock ao invés do Monsters.

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