Do desfile de escola de samba à Carreta Furacão
O Comitê Olímpico Internacional está perdendo tempo. O Brasil tem muito a contribuir para a renovação que o órgão está tentando propor aos jogos. As Olimpíadas já têm em seu quadro de modalidades o surfe, o skate e o breaking (como esporte convidado), com a intenção de trazer o público mais jovem para a torcida.
Os três exemplos acima são considerados esportes “jovens”, criados muito mais como diversão e expressão do que engessadas modalidades que demandam treinamento pesado desde a infância em ginásios que mais parecem quarteis militares. O skate só precisava de um corrimão ou uma praça para ser praticado. O breaking, uma superfície lisa em que se pudesse dançar.
Preparamos a sopa para o COI saborear: cinco modalidades esportivas brasileiras que deveriam estar nas Olimpíadas.
Desfile de escola de samba
Imagine uma competição entre Acadêmicos de Paris, Império Real Britânico, Unidos do Congo e mais agremiações de todos os países em um grande sambódromo olímpico. Modalidade artística e muito atlética, uma competição de escolas de samba mundiais seria incrível. Demanda groove, talento e resistência física. Afinal, carregar um surdo de bateria durante todo um desfile, com sorrisão na cara, não é nada fácil. Um vestido de porta bandeira, então, chega a pesar incríveis 30 quilos.
Batalha de passinho
Se o breaking já abriu a porteira para as danças de rua, então que venha o passinho. Ginásio lotado, torcida animada e, no centro, jovens periféricos de todo o mundo de boné, tênis e camiseta regata com as cores de seus países. Cada um disputa com equipes, e os pontos são dados pelo talento, criatividade e sincronia entre os atletas. O DJ solta um funkão e começa a briga pela medalha de ouro. Não tem erro.
Batalha de rimas
Apesar do problema relacionado aos diferentes idiomas (o tradutor simultâneo que lute), uma batalha de rimas seria sensacional nas Olimpíadas. Ver a molecada das quebradas de diversos países do mundo, frente a frente, disputando pela medalha para o time com maior rapidez de pensamento, criatividade e talento para rimar. Pode chamar que vai dar bom!
Roda de samba
No centro do ginásio, uma mesa e os músicos de cada país em volta. Toca o apito e cada turma tem cinco minutos para soltar o som. A câmera está posicionada no alto, já que, nesta modalidade, uns 30 juízes ficam em pé em volta da mesa. Pela primeira vez na história olímpica, é permitido o consumo de cerveja, cachaça e torresmo durante a apresentação, inclusive pelo corpo de juízes.
Carreta Furacão
Estádio Olímpico. Clima de festa. Muita gente assistindo. Na pista de atletismo, em vez de corredores, carretas coloridas se alinham em fila. Ao seu lado, dezenas de Fofões e Mickeys de diversos países se aquecem. O clima é tenso. Dada a largada, começa o rolê. Cada carreta dá uma volta, respeitando a distância uma da outra, para não atrapalhar a coreografia. Os pontos valem pela qualidade de som e principalmente as acrobacias dos atletas fantasiados. Paredes provisórias são montadas ao lado pista, para permitir os saltos mortais e dificultar o rolê. O COI também coloca motoboys e ciclistas para tentar atropelar os atletas, demandando ainda mais agilidade!