Os 10 melhores álbuns brasileiros de 2024
De Liniker a Alok, de Hermeto Pascoal a Black Pantera; confira a seleção dos dez melhores discos do ano feita pela redação do Music Non Stop
Para que serve um lista de melhores álbuns brasileiros do ano? Para deixar puto da vida quem discorda dos eleitos. Afinal, crítico nenhum de música ouviu todos os álbuns de 2024 para eleger, com conhecimento de causa, os que mais se destacaram artisticamente. Aqueles que propuseram algo novo, que emocionaram, que trouxeram uma nova sonoridade na produção e servirão de tendência para outros cem discos vindouros.
Ainda assim, elas são legais, divertidas e necessárias, principalmente porque convidam a deliciosas discussões, muitas vezes intermináveis. As listas geram alegria, indignação, homenagens e a sensacional “vocês não sabem de nada!”, quando a argumentação lógica finalmente pede o Uber pra casa.
Mas se você parar para pensar, dileto leitor, acaba entendendo algo mágico em tal polêmica. Estamos discutindo sobre qual foi o melhor álbum feito por um artista brasileiro em 2024. Quer bate-boca mais gostoso do que esse? Brigar para saber quem foi melhor. Ah, se todos os problemas do mundo fossem fáceis de resolver assim…
Na diversa, descontrolada e muito culta redação do Music Non Stop, ninguém abaixa a cabeça. Cada um aqui tem sua lista de dez melhores, e se estivéssemos num escritório de imprensa dos anos 70, voariam grampeadores de uma mesa para outra no momento da reunião de pauta. Mas a lista tem de ser feita, e nós não fugimos da raia. Abaixo, os dez melhores álbuns brasileiros de 2024. Com muita qualidade, muita emoção e nenhum consenso.
Jota.pê – Se o Meu Peito Fosse o Mundo
O mais importante disco da carreira do artista de Osasco, que lhe rendeu três Grammys Latinos. O orgulho da mãe um ano em que Jota.pê voou. Grande garoto!
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Liniker – Caju
“A prova de que o pop pode ser sofisticado.” Assim o mesmo Jota.pê aí de cima classificou o álbum que transformou Liniker em uma artista do mainstream. A resposta do público foi imediata. Zilhões de plays naquele grato dia de sol na linha do tempo, onde a pop art se mostra pop… e arte.
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Teto Preto – FALA
O álbum saído de dentro de uma das mais importantes festas independentes de música eletrônica de São Paulo conseguiu juntar todo o peso da existência paulistana a uma nova e diversa MPB brasileira. Algo improvável, para muitos, impossível — mas elas fizeram!
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Amaro Freitas – Y’Y
O pianista pernambucano Amaro Freitas é um dos grandes jovens nomes brasileiros do jazz. E em Y’Y, deitou. Usou como inspiração a Floresta Amazônica e botou na praça um álbum lindo, cheio de espiritualidade e ancestralidade.
Febem – ABAIXO DO RADAR
Abaixo do radar uma ova! Aqui no Music Non Stop, nosso sistema de identificação de bons discos é à prova de fuga. O sexto álbum do rapper Febem é bom pra caramba, e contou com a parceria do produtor CESRV.
Black Pantera – PERPÉTUO
O Black Pantera já escreveu seu nome na história da música pesada brasileira. Isso não significa que se dão por satisfeitos. Lançaram um senhor álbum que, somado ao show insano que fazem nos palcos do Brasil, consolida a banda como uma tempestade de boa música sobre o nosso teto. E sim, fogo nos racistas.
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Vintage Culture – Promised Land
Assim como fez Ricardo Guedes nos anos 80, que se posicionava bem em cima da linha que divide a house mainstream da underground, o sul-mato-grossense Vintage Culture vem pautando sua carreira tocando para um público que se encontra também no meio — nem muito playboy, tampouco muito under. Seu disco de estreia traz a sonoridade “midstream”, com cara de hit, especialmente em faixas como Chemicals, que têm um pé na house de Chicago e outro em timbres de techno melódico, o som queridinho das festas mais comerciais atualmente.
Ele também investe nos timbres oitentistas que são sua marca registrada desde o início da carreira (daí o seu nome de DJ), como na faixa Still Don’t Know What I Want. Um belo disco de estreia capaz de agregar desde faria limers até os inimigos do fim.
Céu – Novela
Novela é um álbum incrível, doce e sujo, gravado ao vivo nos moldes dos grandes discos dos anos 70, cheio de sonoridades que nos lembram que a música é de verdade, tocada por gente que existe.
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Hermeto Pascoal – Pra você, Ilza
Um álbum lançado por um dos maiores gênios da música brasileira, reconhecido internacionalmente há mais de 50 anos, dificilmente ficaria de fora de uma lista de melhores do ano. E se contarmos que o disco é uma declaração de amor à esposa, eterna namorada, Ilza? Aí fica difícil, né? Dá-lhe Bruxo!
Alok – THE FUTURE IS ANCESTRAL
Como um projeto de seu próprio Instituto, que ao mesmo tempo é um álbum de estúdio, Alok entregou em THE FUTURE IS ANCESTRAL um movimento de valorização aos povos originários do Brasil. Revertendo os royalties das faixas para os músicos indígenas, ele amplificou as suas vozes e atuou para preservação das suas línguas, levando-os a performarem no Global Citizen, em Nova Iorque.
Um álbum que chama atenção para assuntos tão importantes (e ao mesmo tempo delicados), conectando a natureza com as pistas de dança e criando uma verdadeira egrégora.
Bônus: Mu540 – 4×4
Tecnicamente é um EP, mas com sete faixas, está naquela linha tênue entre ser um extended e um long play. O que importa é que 4×4, do santista “Musão”, é uma pedra fundamental na música brasileira por finalmente juntar a música eletrônica de pista, vinda lá de Chicago e Detroit, com o funk das quebradas brasileiras. Agora não tem desculpa: é tudo música eletrônica sim, e tudo para a mesma pista de dança.
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