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Do remix de Luedji Luna ao Coachella: conheça Maz, único DJ brasileiro anunciado no festival americano

Maz

Foto: Divulgação

Artista carioca vem chamando a atenção de nomes como Black Coffee e Keinemusik

Com mais de 25 milhões de streams somados no Spotify, o DJ e produtor Maz tem carregado a bandeira do Brasil pelos charts e palcos internacionais. Catapultado no mercado após seu remix de Banho de Folhas, original de Luedji Luna, alcançar o topo do Beatport — plataforma de venda de músicas —, o carioca não parou de ver seu nome estampado nos locais mais hypados da cena eletrônica.

De clubs em Ibiza a turnê nos Estados Unidos, Thomaz Prado vem levando para todos os cantos do mundo os vocais em português e os elementos tipicamente brasileiros, como tambores e percussões, misturados ao afro-house. Tal sonoridade chamou atenção de grandes referências atuais da vertente, como Keinemusik e Black Coffee.

O lançamento mais recente do artista é Corpo e Canção, um remix do som da cantora Letícia Fialho, feito em colaboração com Antdot, com quem o carioca tem uma amizade de longa data e divide os trabalhos na gravadora Dawn Patrol, cujo nome faz referência ao surf — uma de suas inspirações.

Depois de apresentações no Rock in Rio, Lollapalooza Brasil e Tomorrowland Brasil, Maz se prepara para um dos shows mais importantes de sua carreira: no Coachella, festival que começa nesta sexta-feira, 12 de abril, em Indio, Califórnia (Estados Unidos). Marcado para 20 de abril no palco Yuma, o artista é um dos únicos nomes brasileiros do lineup de um dos festivais mais icônicos do planeta, sendo o único DJ a representar o país nesta edição. Com tantos acontecimentos em tão pouco tempo, batemos um papo com ele para saber mais.

Vitória Zane: Maz, o Coachella é um festival de grande reputação mundial, e você é um dos únicos brasileiros no lineup! Como recebeu o convite e qual foi sua reação?

Maz: Eu não estava em casa e recebi o print do e-mail de confirmação do Coachella em um grupo no WhatsApp. Na hora, eu não acreditei, até não entendi direito e achei que estava lendo errado… Tive que reler umas duas ou três vezes até entender que eu fui convidado para tocar no Coachella, e na hora foi muito foda!

A gente não imaginava em 2024 estar acontecendo isso já, era algo que a gente tinha como meta para 2025 ou 2026, pelo menos. Obviamente a gente ficou incrédulo. Eu e minha equipe ficamos muito gratos, felizes e surpreendidos ao mesmo tempo. 

Você toca no palco Yuma, ao lado de lendas da indústria. Pode nos contar o que tem preparado para a apresentação? 

Vai ser um set bem rápido, na verdade, de uma hora só. Então, não sei se vamos ter muito espaço pra pensar em algo diferente do que tocar minhas próprias músicas; vai acabar sendo um set praticamente autoral, em que eu vou apresentar músicas novas e músicas de sucesso.

Você é um dos grandes destaques da cena eletrônica nacional atualmente, e faz questão de manter elementos dessa brasilidade em suas produções e sets, misturando timbres, melodias e instrumentos orgânicos — além de vocais em português. Sempre presente nos charts de afro house e organic house, podemos dizer que o Maz está criando o brazilian house?

Acho que seria um pouco de prepotência eu dizer que estou “criando o Brazilian house”. Eu concordo que a Banho de Folhas foi a música-chave pra mim e, em parte, pra cena eletrônica brasileira também. Mistura muitos dos nossos ritmos característicos do Brasil com o afro house, e abriu um caminho de possibilidades na minha cabeça para um tipo de som que eu, antigamente, achava que não funcionaria.

Na verdade, um vocal em português na música eletrônica nunca encaixou na minha cabeça. Foi a primeira vez que eu me permiti tentar fazer algo desse tipo, e acabou influenciando outros produtores brasileiros a se apossar das nossas riquezas musicais também. Mas acho que é um movimento feito por muitas pessoas.

Talvez a Banho de Folhas tenha sido chave pra mostrar que esse caminho é possível e tem muita coisa pra gente explorar na nossa cultura.

Seu lançamento mais recente é Corpo e Canção, uma colaboração com Antdot, parceiro de longa data, e com a cantora Letícia Fialho. Trata-se de um remix cheio de percussões e batuques. Como tem sido a repercussão?

É uma música que a galera já vem pedindo há bastante tempo, que eu e Bruninho [Antdot] já estamos tocando e testando há muito tempo. Já chegamos na nossa versão preferida dela e, para começar o ano com o pé direito,  foi muito bom. É um som que a gente acredita que tem bastante potência, e nos levou ao Top #1 Afro House e Top #10 Geral [todos os gêneros] no Beatport, como uma das faixas mais vendidas na plataforma recentemente, e estamos muito felizes com isso.

Por falar em singles, mesmo com suporte de grandes nomes da cena, como Keinemusik e Black Coffee, você tem optado por lançar a maioria das faixas em seu próprio selo, Dawn Patrol. Qual a estratégia por trás disso? 

A ideia de ter minha própria label surgiu da urgência em lançar minhas músicas que, na época, nenhuma das gravadoras que eu queria aceitava. Então, a primeira necessidade foi a nossa liberdade de conseguir lançar as faixas quando a gente quisesse, e de ter o controle sobre os lançamentos. Acho que ninguém vai ter tanto amor e carinho por uma música quanto o dono dela.

Vindo de apresentações recentes durante o Miami Music Week, de dois anos para cá você tem rodado o mundo. Já fez parte da programação do Lollapalooza Brasil, Rock in Rio e Tomorrowland Brasil, além de festas em Ibiza, e está seguindo para o Tomorrowland Bélgica em julho. Onde mais você tem o sonho de se apresentar?

Burning Man é um dos lugares que ainda não fui e tenho muita vontade de conhecer e de tocar.

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