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Lollapalooza Brasil 2023 – Dia 1: Show incrível de Lil Nas X e a colossal Billie Eilish dão o tom do primeiro dia de festival

Lollapalooza Brasil 2023

O mar de gente do Lollapalooza Brasil 2023 - foto: divulgação

Festival mantém o fôlego de sempre, agradando a gregos e troianos e criando valor imaterial na mente dos fãs

Para alguém que já foi em oito das dez edições do Lollapalooza Brasil, é claro que poucas coisas chegam a ser novidade. Mas esse clima familiar meio que faz parte da graça do rolê, chegar lá e sentir as vibes de Lolla. O clássico pôr do sol no palco Budweiser sentado na canga. As estratégias para pegar um bom lugar nos shows. As fotos nos murais espalhados pelas escadarias. As filas para tudo. O nervoso na barriga entre um show e outro. O perrengue de encontrar os amigos espalhados pelo lugar, lutando contra a lentidão do 4G. A caminhada de volta para o metrô, que mais parece uma procissão.

 

Fãs na grade de um dos palcos do festival – foto: divulgação

Sexta-feira de Lollapalooza Brasil é um dia tradicionalmente mais lento para encher, já que muita gente precisa trabalhar. Cheguei a tempo de conferir um pouco de Mother Mother e tudo começou a ganhar tração quando fui até o palco Perry para conferir Pedro Sampaio e entender a quantas anda a música popular pela ótica de um DJ. Valeu a pena; os mashups são frenéticos, é tiro atrás de tiro mesmo e o cara tem uma postura magnética. Todo mundo cantou os mais diversos hits nacionais e internacionais que, inevitavelmente, se fundem em algum momento com um ritmo brasileiro, como o funk e o piseiro.

 

Pedro Sampaio se apresentou no palco Perry’s by Johnnie Walker Blonde – foto: Fernando Sigma

Ao sair daquele show para atravessar o breu inexplicável que virou a passagem entre o palco Perry e o Budweiser já deu para sentir o Lolla bem cheio, quase caindo pelas beiradas. Nesse ambiente de mar de gente, estacionei mais cedo no Budweiser para conferir a aguardada Kali Uchis (que quase veio duas vezes para Lollas anteriores) e guardar lugar para Billie Eilish, que viria em seguida, com uma hora de pausa para a produção montar o show.

 

Kali Uchis, no palco Budweiser – Foto: divulgação

Apesar de ter uma presença de palco um pouco monótona para quem não é necessariamente um fã — entendo que trata-se de uma estética brisante dela — Kali Uchis tem um repertório muito atraente e dançante. São muitas músicas ótimas, explorando a dupla nacionalidade da artista colombiana-americana, os mais diversos ritmos e moods em uma atmosfera sensual. Deu para curtir muito bem, sentadinho no gramado íngreme da lateral.

O madonnismo de Lil X Nas

O furacão Lil Nas X, que chamou a “amiga” Pabllo para dançar com ele no palco, entregou um show belíssimo. Fotos Sidinei Lopes

Um show com S maísculo. Foi o que nos entregou o americano Lil X Nas. O palco montando com uma cenografia com esculturas, perfeitas para receber as projeções e o corpo de baile que o acompanhou já dava a dica de que veríamos um grande espetáculo. E foi justamente o que o Nas entregou, um show com cara de grande espetáculo da Madonna. Cantou, rebolou, abriu espacate, entrou no palco montado num enorme cavalo de troia para cantar Old Town Road e convidou “uma amiga para dançar comigo”, ninguém menos que Pabllo, que fez uma participação the flash, dançando e batendo cabelo. Foi um desbunde.

…Billie Eilish, que soube chegar e soube sair no Lollapalooza Brasil

O que dizer de Billie Eilish? Showzaço, inesquecível! Sou suspeito para dizer… para mim, é a “mais mais” entre os artistas pop gringos da nova geração. A conexão da cantora com o público é especial, culminando inclusive em uma despedida sem a menor pressa, com Billie catando todas as bandeiras jogadas no chão da sua passarela (e até um sutiã), uma por uma, demandando repetidamente de cada área do público um tchau muito bem dado.

 

Billie Eilish no palco Budweiser – foto: divulgação

Foram mais de 25 músicas cantadas por Billie, ora com a persona jovial e cheia de atitude de momentos como “Bury a Friend”, “Oxytocin” e “you should see me in a crown”, ora com a persona meiga e, ao mesmo tempo, enigmática das sequências musicais mais melodiosas e menos dançantes, como “Billie Bossa Nova” e “Your Power”. “GOLDWING”, graças a Deus, ganhou mais tempo e foi um dos pontos altos do show, tal como . Já os 30 segundos de “lovely” que vieram e foram do nada, quem sabe nem precisariam ter feito parte da apresentação. “Happier Than Ever” foi o melhor desfecho possível.

Além dos ótimos ângulos de câmera, muito bem pensados para acompanhar os movimentos de Billie, os efeitos visuais aplicados em tempo real nos telões foram um show à parte – real/oficial – com muitos efeitos em glitch, que frequentemente revezavam com outros materiais pré-produzidos. Por isso mesmo a produção precisou se virar para resolver o mais rápido possível o problema técnico no telão esquerdo, que perdurou por um tempo considerável no início do show, gerando até um hilariante “oh my god!” da própria Billie.

Estamos prontos para o dia 2 de Lollapalooza Brasil. Quem vamos?

 

 

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