Sucessos da artista brasiliense vêm sendo repaginados com traços da house music por grandes nomes da cena nacional
Texto: Marllon Gauche
Letícia Fialho já vinha se posicionando como uma voz brilhante da nova safra de artistas da MPB, mas parece que ela descobriu um caminho diferente que tem ajudado a abrir novas portas para seu trabalho: o da música eletrônica. Isso começou no fim de 2023, com o Bruce Leroys — dupla headlabel da Aureum, gravadora de house que tem focado na inserção das mulheres no mercado, como você já leu aqui — incorporando os vocais de Maravilha Marginal para uma pegada mais groovy, voltada às pistas de dança. O resultado se destacou a ponto de estrelas globais do gênero, como Damian Lazarus, Joseph Capriati e Dennis Cruz, terem reverberado a faixa pelo mundo.
Mais recentemente, em março, a artista fez parte de outra colaboração que tem feito muito sucesso nas pistas e nos portais de venda. Dois dos principais nomes da afro-house brasileira, Maz e Antdot remixaram sua composição mais célebre, Corpo e Canção. Lançada pela Dawn Patrol Records, a track chegou a pegar o Top #1 Afro House no Beatport, e quase dois meses depois, ainda se encontra na posição #6, graças à profundidade sonora e a composição sensível de Letícia.
Natural de Brasília, Letícia Fialho é uma cantora, compositora e multi-instrumentista que se guia pela ancestralidade e pela vivência dos subúrbios, cultivando um carinho “pela magia boêmia das ruas e madrugadas, pelo gosto por soltar pipa e pela tendência a ralar joelhos” — como descreve em sua biografia, mostrando toda a simplicidade e verdade que carrega consigo e traduzindo isso em sua música através de temas como a vida cotidiana, o tempo e o afeto.
Agora desbravando os horizontes que a música eletrônica tem a oferecer, não só ajuda a fortalecer os laços entre diferentes comunidades musicais, mas também evidencia como a colaboração entre gêneros distintos pode ser verdadeiramente prolífica para todos os envolvidos quando se tem amor e verdade. Que parcerias como essa continuem acontecendo, e que selos como Aureum, Dawn Patrol e tantos outros sigam destacando o que a música brasileira tem a oferecer de melhor.