Honey Dijon Foto: Reprodução

Ativista trans e remixer de Madonna a Bowie, Honey Dijon toca no Brasil

Jota Wagner
Por Jota Wagner

DJ e produtora de mão cheia de Chicago toca no Rio de Janeiro e em Santa Catarina na próxima semana

“Muita coisa europeia influenciou o começo da house music em Chicago. A italo disco, o techno alemão, os pioneiros da eletrônica e o synth -pop britânico. Mas a cultura que se formou em torno disso é a cultura queer preta. Foi ela que pegou toda essa inspiração musical e a transformou em algo nosso. Foi a trilha sonora da marginalização e da opressão, criando espaço para pessoas que não eram admitidas em outros lugares”, declarou Honey Dijon ao canal Southbank Centre.

E é importantíssimo que todos os que estejam presentes em seus próximos dois shows no Brasil — no Rio de Janeiro neste domingo, 28, e em Santa Catarina, no dia seguinte — saibam disso. “Muita coisa bonita surge a partir da opressão e do confrontamento.”

Negra e trans, Honey Dijon cresceu nas pistas de Chicago nos anos 90, recebendo o apoio técnico e motivacional de mestres como Derrick Carter e Mark Farina. Mudou-se para Nova Iorque no começo da carreira, conquistou o mundo da música underground e da moda, se tornando a DJ predileta de Madonna e figura carimbada em festas de várias outras celebridades e estilistas.

E mesmo com champagnes caríssimas rolando para cima e para baixo na frente de sua cabine, jamais se esqueceu de suas raízes. Como pôde provar (e a gente te contou tudo em detalhes) em seu excelente álbum Black Girl Magic, de 2022.

Honey nasceu na década de 70 em Chicago. Na adolescência, se encontrou na cena clubber da cidade, e no começo da década de 90 já começou a discotecar. Já queridinha nos Estados Unidos por suas performances apresentando o fino da música de sua cidade natal, lançou em 2017 seu primeiro álbum, The Best Of Both Worlds, pelo lendário selo Classic Music (do próprio Derrick Carter). Apesar de ter apenas dois álbuns de estúdio, ela já lançou dezenas de singles e remixou artistas como Madonna, Neneh Cherry, Lady Gaga, Beyoncé, David Bowie e Dua Lipa.

Ativista dos direitos dos transgêneros, Honey Dijon é assídua no Brasil e retorna para tocar na festa Don’t Panic!, no Rio de Janeiro, e no aniversário de quatro anos do Surreal Park, desfilando 20 anos de excelentes serviços prestados à real função da música eletrônica, divertindo, instruindo e educando. Em ambas as festas, se apresenta com outros DJs, em eventos especiais de final de ano. Mas o mais importante é: ao pisar na pista de dança de Honey Dijon, pise com respeito.

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Serviço

Don’t Panic! presents Honey Dijon + Maz

Data: 28 de dezembro de 2025 (domingo)
Local: Armazém Utopia – Rio de Janeiro/RJ
Horário: A partir das 22h
Atrações: Honey Dijon, Maz, Valentina Luz, Leo Janeiro B2B Marta Supernova, simo not simon e Analu
Ingressos: Via Ingresse

Surreal 4 Years Festival

Data: 29 de dezembro de 2025 (segunda-feira)
Local: Surreal Park – Camboriú/SC
Horário: A partir das 22h
Atrações: Honey Dijon, Loco Dice, Marco Faraone, Ratier, Gabe, Letícia Stempi, Vegas, Liquid Soul, Trampsta, HNGT B2B Bervon, V.Falabella, Henry Saiz, Khen, Dani Puerta, Fell Reis, Sweely, DPR, Grooma e Bruno Limma
Ingressos: Via Ingresse

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.