Garbage Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

Garbage: a banda que juntou dois continentes

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Grupo formado pelos americanos Duke Erikson e Butch Vig e pela escocesa Shirley Manson se apresenta no Brasil neste final de semana

Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba recebem neste final de semana a banda estadunidense Garbage, liderada por Shirley Manson. O grupo, representante do movimento grunge rock, se une a L7 (no mesmo espaço) e Mudhoney, que já está em São Paulo para show no Cine Joia nesta sexta-feira (21) — uma onda que a gente ajudou a explicar aqui no Music Non Stop.

O grupo já se apresentou no Brasil várias vezes. Em 2025, pela primeira vez divide o palco com L7 (e as ótimas paulistanas da banda The Monic), em uma celebração às garotas na frente de bandas seminais para o rock da década de 90 e que seguem produzindo. O próximo disco do Garbage, Let All That We Imagine Be the Light, oitavo da carreira da banda, chegará às plataformas dia 30 de maio, pela BMG.

Duke Erikson e Butch Vig participaram de várias bandas do rock alternativo estadunidense desde 1983. Quando decidiram montar o Garbage, dez anos depois, até tentaram ensaiar com Butch nos vocais. Mas faltava algo. Segundo a banda, um potente vocal feminino. Vig assistiu, no programa 120 Minutes, da MTV local (uma espécie de Lado B, do Fábio Massari deles), um clipe de uma banda chamada Angelfish, e ficou doido na performance da escocesa Shirley Manson.

Pediu para o empresário da banda tentar a sorte. Manson, ao atender o telefone, jamais havia ouvido falar nos caras, mas estava ligada no que estava acontecendo nos arredores de Seattle. Quando os dois foram até Londres para encontrá-la, a notícia do suicídio de Kurt Cobain, em 1994, acabava de tomar conta dos noticiários.

O primeiro disco do Garbage veio ao mundo embalado pelos maiores hits do grupo, que até hoje são presença obrigatória em festas alternativas pelo Brasil: Stupid Girl e Only Happy When It Rains. A banda trazia um pouco da modernidade dançante da Grã-Bretanha ao seu som estadunidense. Até então, o mundo era polarizado. De um lado do oceano o rock dançante, embalado pelo ecstasy, de Stone Roses e sua turma de Manchester. De outro, a melancolia de Seattle.

Como quase todos os colegas de sua geração, o grupo pausou a carreira no meio do caminho, quando todo mundo voltou sua atenção para novas gerações do rock e queridinhos da cena indie pós-Strokes. Mesmo em meio ao lançamento de um álbum muito bem recebido pelo povo, Bleed Like Me, de 2005, sem brigas ou escândalos, o grupo mandou o bom e velho “vamos nos dedicar a alguns projetos paralelos”. As férias duraram seis anos. Ninguém se esqueceu do Garbage. Seu legado seguiu forte, como a banda que juntou dois continentes, e agora veremos novamente sua performance em palcos brasileiros.

Serviço

Garbage e L7 no Rio de Janeiro

Data: 21 de março de 2025 (sexta-feira)
Local: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro: Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo – Rio de Janeiro/RJ
Horário: 19h
Ingressos: A partir de R$ 396 via viagogo

Garbage, L7 e The Monic em São Paulo

Data: 22 de março de 2025 (sábado)
Local: Terra SP: Av. Salim Antônio Curiati, 160 – Campo Grande – São Paulo/SP
Horário: 19h
Ingressos: A partir de R$ 300 via Clube do Ingresso
Classificação etária: 18 anos. Entre 14 e 18 anos, somente acompanhado de responsável legal (pagante)

Garbage e L7 em Curitiba

Data: 23 de março de 2025 (domingo)
Local: Ópera de Arame: R. João Gava, 920 – Abranches – Curitiba/PR
Horário: 18h
Ingressos: A partir de R$ 300 via Fastix

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.