Ex “artista eletrônico da moda”, Moby volta ao país em abril

Claudia Assef
Por Claudia Assef

Ele foi um dos primeiros artistas gringos em ascensão na música eletrônica a pisar no Brasil, quando tocou na rave indoor L&M Music, em 1993. Na época, ele ainda era entusiasta do hardcore, som agressivo e cru impulsionado pelo hit Go (de 91), nada a ver com a beleza delicada das músicas de Play, seu disco de 1999 que aplacou dez entre dez publicitários mundo afora.

De lá pra cá, muita água passou por debaixo da ponte deste franzino careca. Ele abriu uma loja de chás em Nova York, se firmou como famoso vegan, fez trilha para filmes, lançou um disco de punk rock (com o aka Animal Rights), ganhou discos de platina no mundo todo, criou lindas faixas atmosférias de ambient, remixou de David Bowie a Metallica.

Apesar desse currículo, a impressão é que Moby nunca quis dar o pulo do gato, se transformar em hit de FM, se render ao som uniformizado dos produtores da moda (tudo bem que ele vendeu todas as faixas de Play para publicidade e afins, mas isso é outro papo). Em 2008, ele lançou Last Nite, um belo disco de música de pista que praticamente passou batido.

Ele volta agora ao Brasil para divulgar o novo álbum, Wait For Me, cinco anos depois dos shows que fez por aqui na época do lançamento do CD Hotel – aliás, que eu quase nem vi, graças às várias pilastras do Espaço das Américas, que estava lotado.

Moby já não é mais um nome da moda, talvez o show não lote tanto. Mas, pelo conjunto da obra, acho que vale bem a pena – só vamos esperar por preços dentro de um valor aceitável, né?

MOBY – WAIT FOR ME

Porto Alegre (20/4), no Pepsi On Stage
Curitiba (21/4), no Master Hall
São Paulo (23/4), no Credicard Hall
Rio de Janeiro (24/4), no Citibank Hall/RJ

Claudia Assef

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Autora do único livro escrito no Brasil sobre a história do DJ e da cena eletrônica nacional, a jornalista e DJ Claudia Assef tomou contato com a música de pista ainda criança, por influência dos pais, um casal festeiro que não perdia noitadas nas discotecas que fervilhavam na São Paulo dos anos 70.