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Ratier: “Sem a cultura do clube, a música eletrônica vai se deteriorar”

Ratier D-EDGE

Renato Ratier. Foto: Divulgação

Às vésperas dos 25 anos do D-EDGE, Jota Wagner conversa com o criador da marca, Renato Ratier, sobre a história, o legado e a recente polêmica que abalou a casa

O D-EDGE nasceu no ano 2000 em Campo Grande, mudou para São Paulo em 2003, virou gravadora e escola de DJs, trouxe tudo quanto é artista relevante para tocar em sua pista com cara de imersão ao filme do Tron, abriu filial no Rio de Janeiro, se transmutou em festival grandão no Canindé, emprestou sua expertise para transformar uma fazenda no “maior clube do mundo” e, ainda por cima, inspirou casas gringas em cidades como Manchester e Lisboa.

É uma senhora de uma boa história. Toda acompanhada de perto por Renato Ratier, fundador da coisa toda, que largou o trabalho com moda na capital sul-mato-grossense para se tornar empresário multinível da noite brasileira e, por tabela, DJ internacional.

Os 25 anos serão comemorados neste final de semana com festas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Uma comemoração que vem em boa hora, semanas após o clube ter se enfiado em uma tremenda saia justa, abrindo a casa para um culto evangélico, “na melhor das intenções”, como reforçou Ratier na entrevista que deu ao Music Non Stop. A fé, para o empresário, tem sido “a única coisa que o faz levantar da cama”. Sua esposa está há nove meses internada e, sim, é preciso buscar força onde for para lidar com uma situação dessas.

O problema é que o que era para ser um evento dedicado ao amor e à inclusão acabou passando uma imagem completamente contrária no universo de fãs do D-EDGE. Os pastores do culto, incluindo a cantora Baby do Brasil, acharam que seria uma boa se apresentar como “ex-travesti”, ou tocar em assuntos que levam décadas de terapia para serem resolvidos (quando não acabam em tragédia), o abuso sexual infantil. Tudo dentro de um ambiente que historicamente serve como casa de acolhimento a jovens que sofrem nas mãos de famílias conservadoras.

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Mas acima de uma noite malconduzida (tem tanto pastor progressista que poderia ter feito algo realmente bonito naquela noite), existe uma história de 25 anos que jamais pode ser esquecida. Uma história de doação ao cenário eletrônico brasileiro, formação estética de muito DJ, festeiro, promoter e artista gráfico.

Quando o D-EDGE São Paulo foi inaugurado, as sextas-feiras dedicadas à house music, Freak Chic, tinham Luiz Pareto e Marcos Morcerf como residentes, além de Ratier. Os sábados techno, chamados Mothership, atualmente NAVE, traziam Daniel UM, mestre do funky techno. Às 05h começava o Paradise, com DJ Mau Mau e George ACTV. Só isso? Não. Havia ainda as noites de progressive trance, drum’n’bass e até a famosa segunda feira rock’n’roll de João Gordo, dos Ratos de Porão.

Pelas pistas do D-EDGE, praticamente todos os grandes nomes do planeta deram pinta em São Paulo, de Derrick Carter a John Digweed. E em seu rolê de aniversário (que em São Paulo será comemorado no KOMPLEXO TEMPO), tão importante para que nos lembremos do serviço prestado pelo clube, é estrelado. Só na linha de cima do cartaz, aquela de letras grandes, reservadas para os headliners, temos Armand Van Helden (grande sonho de Renato Ratier para a casa) e Sébastien Léger.

Imagem: Divulgação

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A ideia, ao conversar com o empresário por trás de tudo isso, foi de trazer de volta esta história, contar os muitos passos dados nestes 25 anos. Claro que não dava para fugir da polêmica, mas o D-EDGE é maior do que uma desastrada noite de louvor dentro de uma pista de dança. E é importante não nos esquecermos disso.

Jota Wagner: O D-EDGE está prestes a comemorar 25 anos, e vou começar com uma pergunta difícil. Quais foram as três melhores noites de todo os tempos lá, na sua visão?

Renato Ratier: Uma muito significante para mim foi a que eu toquei depois do Derrick Carter [2010] porque, dentro da minha construção como DJ, o Carter foi uma grande referência. Eu tenho todos os discos da Classic Records. E foi muito bom para o clube trazer ele naquele momento. Teve uma noite incrível também depois de um Nokia Trends [2005], em que tocou uma galera… Ellen Allien, !!!, o cara do Alter Ego, o Roman Flügel

Não tinha um line-up certo nesse dia, não é?

Não tinha. Eles chegaram todos juntos, todos pedindo para tocar. Foi uma noite mágica, com uma energia muito bacana. Chegou uma turma de gente e foi uma coisa muito longa. A noite do Sven Väth [2011] também, tocou por sei lá quantas horas. Essas três foram marcantes. E teve a noite do Jeff Mills [2010] também, muito boa. São tantas que é mesmo difícil responder isso. Teve outra com o Ricardo Villalobos [2007] que foi muito, muito, muito forte também.

Teve alguém que você tentou muito trazer para o D-EDGE que nunca rolou?

Um cara que a gente sempre tentou muito trazer e não tinha conseguido ainda vem para a festa de aniversário, o Armand Van Helden. Fizemos algumas tentativas e ele não queria viajar. Era um cara difícil, como todos os caras grandes. Os meninos do Keinemusik, que estão estourados, tocaram lá inúmeras vezes, o Solomun tocou umas quatro. Jeff Mills tocou, Nina Kraviz, todos esses grandes. O Armand a gente sempre tentava e não conseguia, mas vai tocar agora.

Como surgiu a ideia de trazer o D-EDGE para São Paulo?

Em vim tocar em uma festa do Marcos Morcerf e do Luiz Pareto chamada Farra, no [clube] Piranha. Foi em 2001. Saí de lá e fui para o clube Stereo [onde hoje funciona o D-EDGE], para o after Paradise, do Oscar Bueno. Estava rolando um after da São Paulo Fashion Week. Eu já conhecia o Oscar e o Tony [dono do Stereo] porque em 1998 eu fui para o Dance Valley, em Londres, e os encontrei lá. Como eu trabalhava com moda na época, eu vinha muito a São Paulo para comprar aviamentos, tecidos, e ficava mais uns dias para ir nas noites e eventos.

Você estava com que idade?

Fazendo as contas aqui, estava com 26. Quando cheguei no Paradise, me lembro de que o Oscar me chamou no canto do bar e me perguntou se eu não queria comprar o Stereo, porque o Tony estava a fim de vender. O engraçado é que nesse dia eu estava com o Muti (Randolf, designer do D-EDGE), e contei o que tinha acabado de acontecer. E ele me falou: “você está louco, montar um D-EDGE na Barra Funda? Aqui não vira”. Então respondi: “ué, e o que você está fazendo aqui na Barra Funda?”. Foi bem engraçado.

Liguei para o Tony depois, passamos um mês e pouco naquela conversa e então o negócio fechou. O Muti falou que não podia fazer o projeto, porque estava trabalhando em coisas grandes e me pediu para esperar um pouquinho. Eu sei que fiquei alugando o Stereo por uns oito meses, sem poder mexer nele. Foram mais quatro meses de obra e, em abril de 2003, abrimos. O Muti não queria colocar o nome D-EDGE de jeito nenhum. Ficou mandando umas sugestões horríveis, até que falei: “Muti, você é bom de projetos, mas não é bom de nomes”.

Me corrija se eu estiver errado, mas a abertura do D-EDGE Rio também envolveu uma epopeia, não é?

Na verdade eu peguei aquele prédio e comecei a fazer a reforma. E a cada hora o negócio foi aumentando. Era para ser um clube e de repente foi virando um centro cultural. Eu também estava trabalhando no meu restaurante nos Jardins [em São Paulo], o Bossa. Estava com a marca de roupas, a Ratier, que estava super bem, desfilando na Fashion Week… E na hora que fui mexer, precisamos tirar o telhado.

A obra foi crescendo, crescendo… Chegamos lá antes de tirar aquele viaduto [Elevado da Perimetral, na Zona Portuária]. Demorou para demolirem tudo. Então soubemos que tínhamos de passar toda a fiação elétrica por um túnel que eles haviam construído. Um valor muito alto. Precisamos brigar com a companhia de luz para que eles passassem os cabos sem cobrar. Financeiramente, também, o negócio foi tomando uma proporção realmente muito alta. São 2.600 metros quadrados. Seis andares. Então entrou a pandemia, eu estava construindo o Surreal Park. Eu tinha saído da minha sociedade com o Warung, mas também não estava recebendo. Todo mundo fechando e eu investindo.

Uma fita que durou uns dez anos…

Foi um momento difícil. Terminou a pandemia, retomamos e depois de um ano e pouquinho conseguimos abrir.

Por que o Surreal Park não virou mais um D-EDGE?

O projeto que eu cheguei a pagar para o Muti era de fazer uma pista dentro do Surreal. Só que o resultado foi algo muito diferente, porque o D-EDGE tem uma característica mais urbana. O Surreal é uma fazenda, são 135 mil metros. É o maior clube do mundo em tamanho. Quando olhei, pensei: “nossa, essa parada é surreal”. E daí veio o nome. Você se lembra do selo, o Surreal, também, né?

Sim, do Mark Parsons…

Pois é, chegamos até a trazer ele por causa do selo e do nome.

O projeto do Rio saiu com uma proposta bastante bacana, de ter um lado educativo, de aproveitar o dia. Você pensa em espelhar isso em São Paulo?

É algo que eu sempre quis fazer. Uma vez, estava conversando com o Felipe Venancio e o Edu Corelli, e eles me disseram “não sei por que você quer fazer tudo”. Então expliquei: quando voltei dos Estados Unidos, já era com a ideia de ser DJ. Meu pai teve paredões de som. Fiz um curso em 1997, ainda era menor de idade, mas tive um amigo que se perdeu um pouco na vida e acabei parando com essa ideia. Mas tenho isso comigo desde criança.

Quando voltei para Campo Grande, não havia nada de música eletrônica. Os clubes ainda tocavam coisas dos anos 80. Então fiz um programa de rádio, comecei a trabalhar com moda, fiz um fanzine. Fui criando uma porção de coisas em um ambiente cultural que tivesse uma linguagem que se comunicava com a moda. Quando abri o clube, já trabalhava em uma marca de roupas e fui fazendo festas em paralelo.

O D-EDGE daqui [SP] também teve coisas interessantes. Fizemos aulas de yoga de manhã. Cheguei segunda-feira, tipo 07h, e o clube estava lotado. Não havia mais espaço nas duas pistas. Uma porrada de gente fazendo. Minha flexibilidade não estava muito boa e, para não passar vergonha, acabei só olhando. Também fizemos workshops.

No Rio, estamos agora com o Leo Janeiro. Convidamos o Camilo Rocha para escrever o livro dos 25 anos do D-EDGE, e a ideia é termos painéis, trocas de ideias, um lugar para se encontrar e conversar. No Rio, o espaço é muito maior. Mas também acho superválido fazer isso aqui. Uma coisa mais multidisciplinar.

Centro Cultural D-EDGE, também conhecido como D-EDGE Rio. Foto: Bruno Contrino/Divulgação

Os line-ups do D-EDGE fazem uma conexão histórica que não é muito comum. Temos no Brasil uma virada de geração em geração, onde os mais novos simplesmente não conhecem o que veio antes. Por que isso acontece?

Eu acho que o Brasil tem sim esta falta de valorização. No meu canal de YouTube, fiz um podcast com o Anderson Noise. Senti que realmente a gente tem isso, e posso dizer que não acontece em outros lugares do mundo. Se você ver um line-up como o do Time Warp alemão, por exemplo, verá DJs mais novos e verá Sven Väth. O pessoal mais novo não se esquece dos outros.

No Brasil há uma falta de memória histórica e é importante bater mais nesse assunto da importância. Se hoje existe uma estrada asfaltada, é porque uma turma lá atrás fez esse trabalho, e continuam sendo excelentes artistas.

O Noise é um cara que continua fazendo música, lançando, continua ativo. Lançamos juntos uma música para a coletânea do Ayrton Senna, tocamos no Tomorrowland. Mau Mau sempre teve a residência no clube, e toca novamente esse mês também.

Sinto que as gerações mais novas só conhecem os grandes DJs, como Black Coffee ou Solomun. Quando vieram, foi sold-out e com uma galera muito, muito jovem. Se você traz caras bons que são “da prateleira de baixo”, tem uma dificuldade em fazer acontecer. Acho que está faltando mesmo um trabalho nesse sentido.

Nós não somos perfeitos, mas sempre procuramos fazer algo nesse sentido. Nossa escola de DJs, a DJ College, já teve mais de mil alunos. A Ingrid dá aula pra gente até hoje. O Magal também. Temos três gravadoras e procuramos dar espaço para arte, a cultura e a educação. Não é simplesmente uma balada. Parece que todo mundo quer colher, mas ninguém quer plantar.

D-EDGE está desde 2003 em São Paulo. Foto: Divulgação

O D-EDGE sentiu na pele essa mudança de comportamento que se fala muito, da substituição da cultura clubber para a dos festivais?

Eu acho que as coisas mudaram. As gerações mudam. Há essa procura por coisas diferentes, por festas de dia. Mas acho que quando se faz um bom trabalho… e aqui temos um grande problema: se a gente não tiver a cultura do clube, a música eletrônica só vai se deteriorar. No clube, há a cultura de ouvir. Não se trata de um evento, uma experiência — que não é uma coisa ruim. Mas é preciso ter ali o pão de cada dia. Aquela coisa de sair para dançar, de ouvir música.

E tem a coisa da curadoria da noite, de ir a um lugar sem saber quem estará tocando…

A gente manteve isso durante bastante tempo. Ainda continua acontecendo, mas a gente se tornou um pouco mais engessado. Quando veio o Jeff Mills, por exemplo, ele só poderia tocar na sexta (quando rola a programação de house)Mas aí pensei: a gente não pode deixar de fazer o Jeff Mills porque temos engessada a programação das duas noites.

Mas existe sim uma curadoria, e posso dizer que está bem democrática. Temos muitos núcleos que participam com a gente, temos DJs mais antigos, mais novos, tanto aqui quanto no Rio. O critério, obviamente, sempre foi a música. Mesmo nas noites da DJ College, que a gente forma, colocamos os que sabemos que estão bem.

Esse aniversário do D-EDGE chega em um momento importantíssimo, que faz com que as pessoas compreendam a história do clube como um todo, logo após o polêmico assunto do culto evangélico. Que lição foi aprendida com esse episódio?

Eu conheço bem os meus valores e o conceito que carrego — assim como os do clube. Nosso trabalho e minha postura ao longo dos anos dizem mais do que qualquer palavra. Sei exatamente as intenções que me levaram a realizar o culto no D-EDGE. O que fica de aprendizado, principalmente, é que consegui passar por tudo isso mostrando a verdade. Tenho um vídeo no meu canal do YouTube em que explico com clareza tudo o que aconteceu. Minha maior lição foi entender como consegui manter a tranquilidade e a paz — porque a verdade sempre prevalece.

O conceito do clube continua sendo o mesmo. Desde o início, ele nunca mudou. Sempre trabalhamos com muito respeito, diversidade e amor. Na minha conversão, o que me guia é a figura de Jesus — e Jesus é completamente livre de qualquer discriminação. Ele é puro amor e compreensão. É isso que procuro seguir na minha vida. O D-EDGE continua sendo uma casa que respeita a todos, abraça a diversidade e vibra com muito amor e música boa.

Sim, mas há um plano maior aí, do sentimento das pessoas que sofreram muito por causa de dogmas religiosos, que foram expulsas de casa, e tinham no D-EDGE um lugar de acolhimento. Pessoas que não estavam naquele culto…

Eu hoje vivo da minha fé, não numa questão só da religião, mas na questão da figura de Jesus. Jesus não ia expulsar ninguém da casa, podia ser gay, podia ser quem fosse. Ele não expulsaria.

Obviamente que pastores, igrejas, essas coisas nos decepcionam. E eu entendo essa questão de falar “aqui eu tenho um lugar seguro”, e de repente acontece isso [o culto], mas as pessoas precisam entender exatamente o que aconteceu. Não é só, “peraí, o Renato se converteu”. Ele está passando por um lance, a mulher dele está há nove meses em um hospital. Eu estou vivendo isso, e o que me faz levantar todo dia é a fé. Quis transmitir isso na melhor das intenções. E o que eu procuro tirar das coisas é que sempre fica o aprendizado.

Melhor do que uma fala, é o que a gente fez a vida toda e continua fazendo. O D-EDGE jamais deixou de ser uma casa de acolhimento. Nós não toleramos nenhum tipo de preconceito ali dentro. Sempre tivemos um line-up muito democrático, bem distribuído. Mostramos isso o tempo todo. A Valentina Luz é minha amiga e muito amiga da Sara, minha mulher. É amiga do meu filho, Guilherme.

Todas as pessoas que estão ao meu redor, gays, quando isso aconteceu, sabem quem nós somos e nos apoiaram. Sofremos muitos ataques fakes, de contas de Instagram que não tinham nenhuma foto, e de muitas pessoas que não seguem o clube. O que pego disso é o que realmente foi feito dentro da história da música.

D-EDGE, em São Paulo. Foto: Divulgação

O que você pensa para o futuro? Seguir abrindo clubes?

Eu estou com 52 anos, já não sou mais um garoto. Meu filho, Guilherme, está seguindo os meus passos, tem 21 anos de idade, está cursando Relações Internacionais e fez curso de DJ. O Pedro, mais velho, também, mas não seguiu a carreira; mora em Campo Grande, pegou outro rumo.

Eu tive muitos sonhos em fazer clubes em outros lugares. Esses dias chegou uma proposta de comprar o Watergate [em Berlim]Os caras me mandaram tudo, ficaram em cima. Mas eu tive uma sociedade lá, que era o Holzmarkt , onde era o Bar 25. Fiquei 11 anos nesse projeto e depois resolvi sair. Então não tenho mais um sonho tipo “vou abrir um clube em Ibiza”. Eu ficava com um olho ali na Europa, principalmente em Berlim. Já tive um sonho de abrir em Los Angeles, porque meus filhos moraram lá. Já pesquisei galpões em Nova Iorque… Mas hoje eu quero administrar bem o que eu tenho e poder melhorar.

Tenho um projeto de reforma para o D-EDGE. No Rio de Janeiro também tem bastante trabalho. E tem também o Surreal, que é bastante grande e tem muita coisa para arrumar.

Já teve gente de Portugal e de vários outros lugares querendo fazer algo com a marca D-EDGE. Ele foi muito copiado. O Sankeys, um clube de Manchester que depois abriu em Ibiza, tem iluminação totalmente copiada. Eu tive uma residência lá. Eles mencionam o D-EDGE como inspiração.

O que eu estou olhando, com certeza, é fortalecer as tours da marca pelo país. Estou montando um pátio lá no Surreal, um galpão bem grande, para cuidar dessa estrutura. Vamos poder rodar por aí fazendo eventos. Quero também fortalecer as gravadoras, com a entrada agora de uma nova pessoa pro nosso time com bastante experiência.

Em que momento você olha para isso e pensa: “vale a pena”?

Tem alguns momentos, sabe? Foram 25 anos de doação a um clube que era de Campo Grande, foi para São Paulo e agora está no Rio de Janeiro. Eu doei boa parte da minha vida com energia e tempo para fazer isso acontecer. Muita energia, muita vontade e muito amor. Chegar em SP com o clube de um cara que morava no interior do Brasil… Acreditar no Rio de Janeiro, uma cidade com muitos problemas…

Momentos como olhar a pista ali, com todo mundo se divertindo, como receber um “obrigado” de alguém olhando no seu olho, por ter construído tudo aquilo. Ouvir que pessoas começaram a discotecar porque foram no D-EDGE, pessoas que criaram uma festa… Isso é muito legal.

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