DJs mulheres Indira Paganotto é a mulher que mais tocou em 2023, segundo estudo da A2D2. Foto: Reprodução/Internet

Estudo sugere que mulheres DJs precisam trabalhar quase o dobro dos homens para terem o mesmo destaque

Flávio Lerner
Por Flávio Lerner

Investigação foi conduzida pela empresa de tecnologia em áudio A2D2, usando dados da DJ Mag e do Resident Advisor

Um estudo conduzido pela empresa de tecnologia em áudio A2D2 (via Mixmag) constatou que as DJs do sexo feminino tocam, em média, quase o dobro do que seus pares do sexo masculino. A proporção é de uma média de 23 gigs para elas para outra de 13 para eles, segundo números de 2023.

A estatística sugere que, apesar de cada vez termos mais mulheres brilhando no universo da música eletrônica, elas precisam trabalhar muito mais para conseguir o mesmo destaque.

“Nossa pesquisa revela que [as DJs mulheres] representam 40% dos 10 DJs que mais trabalham. Aprofundando os dados, identificamos que, em média, essas profissionais tocam quase duas vezes mais que os homens da lista. A média de gigs de um DJ homem foi de 13 em 2023, enquanto a média de DJs mulheres foi de 23, uma diferença bastante considerável. Isso diz muito sobre a determinação delas em deixar uma marca numa indústria historicamente masculina”, diz o texto.

O estudo, na verdade, foi feito para descobrir quais foram os disc-jóqueis que mais trabalharam neste ano. Para isso, se basearam no Top 100 de DJs da DJ Mag e em estatísticas do Resident Advisor, “com foco no número total de shows, países visitados, correlação entre estilos musicais e quantidade de trabalho e representação geográfica e de gênero”.

“Esta abordagem multifacetada nos permitiu obter insights sobre a natureza de trabalho dos DJs e as tendências dinâmicas que moldam a indústria da música eletrônica”, explica a a A2D2.

Os 10 DJs que mais trabalharam em 2023

A investigação da empresa levou a um top 10 dos DJs que mais trabalharam em 2023, sendo que quatro são mulheres. O grande fominha das picapes é o alemão Claptone, com nada menos que 94 gigs no ano, em 33 países diferentes. Logo depois, vem o sul-africano Black Coffee (93 gigs em 25 países).

Em terceiro lugar, a espanhola Indira Paganotto é a primeira mulher da lista, com 89 gigs em 28 países. O britânico Jamie Jones (82 gigs em 19 países) e o brasileiro Vintage Culture (75 gigs em 25 países) fecham o top 5. Confira a lista completa:

#DJPaísEstiloNo. gigs (2023) Países visitados
1ClaptoneGermanyHouse9433
2Black CoffeeSouth AfricaHouse9325
3Indira PaganottoLas Palmas, Gran CanariasPsy-techno8928
4Jamie JonesUKHouse8219
5Vintage CultureBrazilHouse, tech-house, melodic house7525
6Deborah De LucaNaples, ItalyTechno6720
7Charlotte de WitteBelgiumTechno6723
8Amelie LensBelgiumTechno6523
9SolomunGermanyMelodic techno / house6417
10 FisherAustraliaTech-house6214

 

O estudo — que você pode conferir na íntegra aqui — ainda aponta que house e techno são os estilos mais populares no mundo, e que a popularidade dos alemães e dos belgas tem aumentado.

WME

No Brasil, o WME vem há seis anos propondo o debate, a reflexão e o empoderamento das mulheres que trabalham na indústria da música, nas mais diversas áreas e profissões. Nesta noite de quinta-feira (14), no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, vai rolar o sétimo WME Awards, com 85 indicadas a 17 prêmios, e homenagem à Rita Lee e Dona Onete.

Clique aqui para saber mais.

Flávio Lerner

https://flaviolerner.medium.com/

Editor-Chefe do Music Non Stop.

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