A equipe do Music Non Stop escolheu dez discos perfeitos lançados em 2022, de diversos gêneros musicais. Confira nossa lista
Dezembro, mês de “festas da firma”, comerciais melosos de TV, promessas de mudança, prêmios, retrospectivas e, claro, listas dos melhores do ano!
O Music Non Stop entrou na onda pela primeira vez e compilou, segundo a opinião dos nossos colunistas e colaboradores, dez álbuns brasileiros perfeitos de 2022.
Muita coisa boa foi lançada e, claro, há bem mais do que dez álbuns brasucas que merecem ser ouvidos com todo o cuidado. Mas lista é lista, é aqui vai uma dezena de pedradas para você, se ainda não o fez, conferir com carinho.
MPB, rock, latinidades, música eletrônica. Diverso, eclético e divertido. Dez dicas para você maratonar e enriquecer seu universo musical.
Participaram da “junça”: Claudia Assef, Jota Wagner, Camilo Rocha, Leo Vinhas, DJ Maravilha, Letty, Amanda Sousa, Laerte Castagna e Bruna Moura
Xênia França – Em Nome da Estrela
O segundo álbum de Xênia França, lançado em junho, traz uma atmosfera deep e eletrônica à MPB. A produção é de Pipo Pegoraro e Lourenço Rebetez.
Tatá Aeroplano – Não Dá Pra Agarrar
O trovador psicodélico Tatá Aeroplano lançou, também em junho o sexto disco de sua carreira solo. O nosso QG considerou Não Dá Pra Agarrar um dos melhores discos de sua carreira. A produção é de Dustan Gallas.
Maglore – V
O “quinto’ de Maglore saiu em agosto e foi celebrado pela crítica. Mergulhado na música de festa brasileira, com sabores de Black Rio, Azymuth e Marcos Valle. É um baita de um disco. Produção de Leonardo Marques.
Elza Soares – Ao Vivo No Municipal
Elza, guerreira mãe da música brasileira, nos presenteou com uma das últimas gravações em vida. O registro foi lançado e é mais duma prova de que Elza seguiu queimando até o fim de sua vida. A música de abertura, Meu Guri, abre o show de forma emblemática.
Festa Tempestade – Festa Tempestade
Quando Festa Tempestade chegou ao QG, causou grande arrepio aos calejados ouvidos. Imagine uma gaveta abarrotada de camisetas amassadas de artistas como 14 Bis, Secos e Molhados, Milton Nascimento, Azymuth… você fecha o olho e pega uma. Festa Tempestade está lá. Aliás, mergulhe na gaveta.
Naissius – Ballet Para Cegos
Apesar de Ballet Para Cegos ser seu terceiro álbum, Naissius ainda é um mistério para a maioria das pessoas. O vozeirão imprime densidade teatral ao som do grupo. O disco foi lançado em outubro e você precisa conferir.
Janequeo – Brisa Flow
Artistas indígenas têm muito a contribuir para nossa estrutura cultural. Uma delas, é dissolver a fronteira inútil que separa o Brasil do resto da América Latina. Brisa de la Cordillera (nome de batismo de Brisa Flow) nos mostra que a força dos povos ameríndios, brothers desde antes do idioma português chegar por aqui e implantar a falsa noção de que somos diferentes do resto do continente. Janequeo é demais.
Rafael Cancian – Fundamento
Cancian celebra a aurora da música eletrônica com um álbum cheio de referências sonoras à acid house classicona. Mas o disco é para todos os amantes de um bom groove, e não só para os saudosistas. Música Eletrônica Brasileira na lista.
Bruno Morais – Poder Supremo
Bruno Morais, em Poder Supremo, resgate o rock brasileiro setentista com composições sublimes, calcadas no rock rural e no soul. Doce e emocionante, o disco já abre com a sensacional De Olhos Abertos, cujo arranjo de sopros está entre um dos mais épicos dos últimos tempos.
Planet Hemp – Jardineiros
Jardineiros traz consigo uma confluência de atos que não pode passar despercebida. Primeiro, a reunião integral dos integrantes de uma das mais incendiárias bandas brasileiras de todos os tempos. Daquelas que, como poucos, tinha coragem de dizer tudo o que pensam, e ir para a cadeia por isso. A segunda, é justamente direcionar este lança-chamas para os maiores problemas que o país atravessa nos últimos anos. Como disse Marcelo D2, o responsável por possibilitar a volta do Planet Hemp foi o reaparecimento da extrema-direita no Brasil.