Destaques da Semana: Marcos Valle, Áurea Martins e grande elenco apresentam as incríveis novidades musicais que você precisa ouvir
Em meio a uma profusão de flores, nosso quartel-general recebeu a visita etérea (áurea) de Áurea Martins. Junto, colaram Marcos Valle, Jônatas Petróleo e sua turma. Eis que uma grande festa psicodélica esta formada, em meio a cantos, danças e risos.
É um prazer selecionar o que de melhor nos chega pela caixa de correio para esta coluna. Música psicodélica brasileira, cantigas curandeiras, rap com samba de primeira linha e house music brasileira. De Áurea Martins a Marcelo Callado, sons que inspiram e nos mostram que a produção brasileira de música segue de vento em popa. Pega a visão:
Destaque dos Destaques – Aurea Martins – Senhora das Flores
Onde você esteve este tempo todo, amor?
Caiu, feito uma bomba de flores, folhas e borboletas, este lançamento de Áurea Martins, de 81 anos, resgatando canções que honram o feminino curador. Sim, o disco homenageia as curandeiras e benzedeiras brasileiras resgatando esta cultura incrível, que une indígenas, afrodescendentes e portugueses.
“ÁUREA MARTINS encarna o feminino curador em canções que homenageiam as rezadeiras, curandeiras e benzedeiras do Brasil, mulheres-matriz fundamentais no esgarçado tecido social deste país profundo. No repertório, Incelenças do sertão de Minas Gerais e bendito medieval ganham roupagem luxuosa e camerística que une viola caipira, violoncelo e viola da gamba”
O álbum tem participações da galera da nova geração, como Projota e Camila Costa. Mas a pergunta que não quer calar é: Áurea, onde você esteve este todo que não passou pela minha vida?
Que disco!!
Jônatas Petróleo
Retrato definitivo da quebrada em 2022
Jônatas Petróleo se une a Mc Alex pr, Soró Abelardo e Amanda Negrasim para criar uma obra-prima que retrata o dia a dia da periferia em São Paulo. A música narra o rolê, as personagens, as dificuldades, as gírias e comportamentos. Pqp como é bom! As participações convidadas representam e o clipe é outra cacetada (conta com a participação de Ailton Graça fazendo o papel de pai brabo). Não bastassem as credenciais, o rap ainda tem como uma base um sambão da qualidade que só a quebrada consegue batucar. Pega a visão, cachorro!
Marcos Valle
Não para, não para, não para
Como é bom ver um ícone de outras décadas produzindo e produzindo bem. Marcos Valle não para. Shows, lançamentos (o último, Cinzento, de 2020, é demais) e composições que acorrentam perfeitamente a música que o consagrau com temperos modernos. No caso de Valle, este tempero é sofisticado e meticuloso. Mas o que não é, em sua música?
Andrea Martins – Vinheta de Amor
De amor mesmo!
Bacanerrímo o lançamento de Andrea Martins, Vinheta de Amor. Produção de esmero, com elementos saborosos e surpreendentes dando aquela roupagem atualizada à música brasileira que tanto amamos por aqui. A compositora trabalha junto a Rana Tosto, que ilustra seus lançamentos. Exemplo é este singelo videoclipe:
Marcelo Callado – Tecido Vivo
Psicodélico no melhor sentido (se é que há um ruim)
O grande Marcelo Callado meteu a boa com este novo lançamento, Tecido Vivo. Mais do que MPB psicodélico, eu diria que chega a ser lunático. A faixa vira no avesso no meio e mergulha num kraut rock sem perder a linha. Excelente e provocante.
Igor B – Se Pah
Barulho do bom
Belo som abusando do experimentalismo vindo de Igor B, artista baiano radicado em Brasília. Rap com R&B com Nu Soul bastante competente. Vocalzinho preguiçoso e barulho do bom na produção. Vale conferir.
Barbara Goes – Deixa
House Music brasileira
Existe uma house music brasileira. Bastante conectada nos sons clássicos de Nova Iorque e sem medo de abusar das vocalistas brasileiras. Tivemos momentos de produção voltada para este colchão, com artistas como Memê e Anderson Soares no comando, além de alguns lançamentos do guerreiro selo brasileiro Grooveland. Barbara Goes é brasileira e vive entre França e Portugal. Produziu este novo EP, Deixa, que vai agradar aos fãs do BHM
João Suplicy – Samblues
Mais uma dentro do João
João Suplicy manda bem. Seus shows são competentes e únicos e a falta de vergonha na cara que ele tem ao timbrar seu violão, ora acústico, ora distorcido, faz a diferença. Neste vídeo mostra uma de suas composições para a série de lançamentos Samblues. Nunca o termo “samba rock” foi tão apropriado.