Música Neopsicodélica, guitarrada e as novas de Terno Rei e Chinaina. Confira a coluna Destaques da Semana
Semana quente, tanto do lado de fora de nosso quartel general, quanto em nossa caixa postal. Música bem feita e provocadora vindo de todos os lados do país, obrigando-nos à deliciosa tarefa de filtrar tudinho e separar as mais surpreendentes
Toda semana Jota Wagner saltita com sua cestinha pela horta de novidades musicais, colhendo saborosos frutos sonoros que você não pode deixar de provar! São os Destaques da Semana.
Destaque dos Destaques – Gui Flowerz – Róliude
Meeeo Deoooos do céeeeeeeeeeu!!
Uma mistura de Bee Gees, Snoop Dogg e The Residents. Antes que você se pergunte, estou sóbrio (talvez um flashback). A música “neopsicodélica” de Gui Flowerz é sensacional. Que presente! Destaque do destaque do destaque do destaque.
Chinaina – Carnaval Infinito
China sendo China
China é um artista que abusa do carisma e das boas ideias. De Roberto Carlos cover a discos que aliam qualidade e leveza, ele segue botando no mundo músicas divertidas de ouvir, adocicadas por sua voz e sotaque tão simpáticos que dá vontade de tascar um beijo. Carnaval Infinito nas ruas!
Terno Rei – Difícil
Surfando na estética dos festivais
Existem bandas, e também músicas, “de festival”. Batidas e mixagens preparadas para grandes palcos ao ar livre, cheios de gente, feitas para pular. Centenas de bandas indie gringas sacaram este movimento, como o caso dos Dandy Warhols, e outras existem praticapamente para ocupar este lugar. Em Difícil, o Terno Rei clama seu lugar ao sol e em cima do palcão.
Zé Cafofinho – Mal-Dito
Opa!! Tem coisa aqui.
Mal-Dito é disco bom. Ao começar a ouvi-lo, já bate aquele sentimento de “tem coisa aqui”. Experimental, puxando referências de todos os lados e moderno. Tudo isso aliado á uma vibração “sussa”, graças à mixagem e à voz gravona de Zé. Um disco profundo.
Do Amor – A Morte do Amor
Groovão bagunçado
Bastante bacana a nova faixa dos cariocas Do Amor. O groove tem um cheiro delicioso de manguebeat, todo bagunçado, todo torto. O quarteto lança álbum ainda este ano pela gravadora Balaclava e A Morte do Amor, é o segundo aperitivo servido ao público. Vale conferir.
Felipe Cordeiro – O Som da Floresta
Rap com guitarrada = reggae
Aos poucos a guitarrada vai sendo reconhecida como um dos mais importantes, sofisticadas e, principalmente, originais, movimentos sonoros do país. E isso é ótimo. Felipe Cordeiro confirma o quanto este elemento pode engrandecer uma música. Ao misturar com o rap, o resultado é uma canção com gosto festeiro, reggae, bom para dançar com pé na areia, da praia ou do rio.
Bruna Alimonda – Vista pro Mar
Brega sem vergonha
Em Vista pro Mar, a música nortista continua comandando, mas desta vez através do brega, outra fonte onde tantos novos artistas andam se afogando. A música, cuja letra é ótima, nos transporta àquela casa de baixo meretrício, enfumaçada de cigarro e uísque barato, lá pelas 5 da manhã, momento em que nos damos conta de que nada, absolutamente nada deu certo.
MASM – Motelwave
Eletrônica, experimentação e cafonice
Estranha e interessante a música Motelwave, de MASM. A faixa traz referências do retrowave, do R&B e tem uma aura sexy e cafona, a representação perfeita de um motel que se preze, aliás. É como um Barry White ressuscitado no Brasil.