Conheça 5 histórias que combinam inovação, ousadia e criatividade – e que transformaram a forma de curtir música
DJ Obi recordista. Jefferson Airplane inovador. Gorillaz aventureiro. A velocidade de transformação da música é algo incapaz de ser capturado no radar em tempo real. Pensando nisso, o music non stop preparou uma lista com 5 momentos icônicos do pop para você se aprofundar. Aumente o som e comece a viagem!
Gorillaz: um iPad nas mãos e muitas ideias na cabeça
Mordomias? Hotéis de luxo? Nada disso. Damon Albarn decidiu que o tempo vago entre os shows da Escape to Plastic Beach Tour do Gorillaz seria ocupado com ainda mais trabalho – e o principal, muita…muita criatividade. O resultado das sessões realizadas entre outubro e novembro de 2010 aparece nas 15 faixas de The Fall, o quarto álbum do Gorillaz que a banda virtual apresentaria ao mundo exatamente à meia-noite da véspera de Natal daquele ano.
No arsenal do artista inglês, tecladinhos mágicos como o micro Korg e o minimoog Voyager, além de um ukulele e uma melodica usados para o registro do disco do Gorillaz gravado 100% em um iPad. Já os apps usados para produzir a música composta em cidades americanas, como Boston, Seattle, Denver, Detroit e Chicago, Albarn baixo na Apple Store itens como Speak It, Funk Box, Gliss, iElectribe e AmpliTube.
“Me apaixonei pelo iPad no exato momento que o tirei da caixa. Por isso fiz um disco completamente diferente de tudo”, declarou 2-D – o alter ego do artista no Gorillaz.
Sigur Rós transforma uma piscina em estúdio para dar luz a “( )”
Jón Birgisson – ou Jónsi – pode até ser mais facilmente reconhecido pela composição de trilhas sonoras mágicas e etéreas, como a do recente thriller de ação Sem Remorso, disponível no serviço de streaming Amazon Prime. Isso não significa resumir o poder criativo do músico e líder da banda islandesa Sigur Rós.
Em 2002, Jónsi (guitarra, vocal, teclados), Kjartan (teclados, guitarra), Georg Hólm (baixo, teclados) e Orri Dýrason (bateria) se reuniram para produzir ( ), o terceiro disco da discografia, em uma piscina convertida em estúdio na cidadezinha de Mosfellsbær.
A exótica locação selecionada pelos nórdicos foi, na verdade, a terceira opção. Antes de optar pela piscina, o Sigur Rós cogitou gravar no topo de uma montanha e numa base abandonada da OTAN.
“A gente estava em busca de uma locação para conduzir nossos ensaios e descobrimos esse ponto escondido em uma pequena cidade, que na verdade foi onde cresci, bem no meio do campo. A piscina ficava no interior de uma antiga tecelagem”, recorda Jónsi.
Thom Yorke usa torrent para divulgar trabalho solo
Depois de perguntar aos fãs o quanto eles pagariam para baixar In Rainbows (2008), o vocalista do Radiohead optou por um canal diferente para comercializar Tomorrow’s Modern Boxes, seu segundo trabalho solo.
A decisão de cobrar o download via Bittorrent (que usa um software com sistema P2P) foi definida no final de setembro de 2014, após Yorke discordar dos valores de compensação financeira pagos pelo Spotify. No ano anterior à chegada de Tomorrow’s Modern Boxes, o músico disparou contra o app de streaming: “Sinto que nós precisamos lutar contra o Spotify. De certa forma, eles representam os últimos suspiros da velha indústria. Quando eles morrerem – e eles irão morrer – algo diferente irá acontecer”, declarou.
Apesar de manter sua discografia no Spotify oito anos após ter criticado duramente o canal, a empreitada de Thom Yorke provou ser bem-sucedida. Em apenas seis dias, um milhão de fãs baixaram Tomorrow Modern Boxe’s, que demoraria mais de um ano até sair em CD.
Jefferson Airplane sobe no terraço antes dos Beatles
Vamos combinar que o famoso “show do teto” dos Beatles se transformou (por merecimento) em um dos marcos do rock, após ser editado como o gran finale das gravações do filme Let It Be (1970).
Não desmerecendo a apresentação captada pelo diretor/videomaker Michael Lindsay-Hogg em um gélido 30 de janeiro, em Londres, é preciso que a verdade seja dita. A primeira banda de rock integrante do mainstream a se apresentar em um formato semelhante foi o Jefferson Airplane.
A aventura ao ar livre havia acontecido quase dois anos antes, em Nova York. Precisamente, em 19 de novembro de 1968, no topo do Schuyler Hotel, situado no número 57 da W. 45th st. Tudo registrado pelas lentes do cineasta francês, Jean-Luc Godard – o mesmo que ficaria encarregado de rodar Sympathy For The Devil, dos Rolling Stones, em 1969.
No repertório do miniset da banda californiana, apenas duas canções: “Somebody to Love” (cover da banda The Great Society) e “The House at Pooneil Corners”, faixa de seu então mais recente disco, Crown Of Creation.
DJ quebra todos os recordes em set na Nigéria
Quem chutar Bruce Springsteen ou Paul McCartney como provável campeão dos campeões no quesito duração de shows, vai errar feio. Segundo o Guinness Book of World Records, o highlander dos palcos é um DJ. Mais precisamente, o DJ Obi – nome artístico do nigeriano Obinna Levi Ajuonuma.
A épica performance aconteceu em Lagos, durante 10 dias ou 240 horas consecutivas, entre 22 de junho e 2 de julho de 2016. Mas nem tudo foi cor-de-rosa no megaevento. Quando DJ Obi atingiu o quinto dia de sua maratona musical, seu organismo começou a ratear, provocando alucinações no artista.
De acordo com o Guinness, o set do nigeriano superou a marca de 200 horas do polonês Norbert Selmaj, estabelecida em novembro de 2014.