Neste 8 de março, assim como todos os outros 364 dias do ano, é dia da mulher. Se tentarmos definir como uma mulher é, iremos nos deparar com tantas caraterísticas que elas não caberão em apenas um corpo.
Com o propósito de mostrar que mulheres são muitas e coexistem com seus corpos, mentes propósitos e vidas diferentes, preparamos essa lista com dez protagonistas de séries que representam um pouco de tudo o que é ser mulher. Porque todo dia é dia da mulher
Olivia Benson, de Lei e Ordem – Unidade de Vítimas Especiais
A capitã Olivia “Liv” Margaret Benson (Mariska Hargitay) é a oficial comandante da Unidade de Vítimas Especiais de Manhattan. Olivia é fruto do estupro de Serena Benson e tem um meio-irmão chamado Simon Marsden. A policial foi nomeada guardiã da custódia de Noah Porter, um bebê órfão que ela resgatou de pornógrafos infantis. Apesar das demandas de seu trabalho, Benson adota formalmente Noah um ano depois.
Liv é uma personagem focada nos valores que aprendeu diante dos anos de UVE, bem como uma pessoa humana, disposta a defender pessoas vítimas de violência. Ainda que se envolva demais em alguns casos é reconhecida por sua competência no cargo que ocupa.
A série pode ser assistida no Canal Universal.
Blanca Evangelista, de Pose
Blanca (MJ Rodriguez) é uma mulher transexual soropositiva que tem o desejo de cuidar de jovens abandonados, assim como ela foi um dia. Diante do medo da morte que pode vir a tirar sua vida antes que ela realize algo ela cria a sua casa e se dedica ao cuidado daqueles que acolheu.
Ainda que se encontre endividada e sofrendo com os efeitos da doença em seu corpo seu tempo é voltado para proporcionar o sucesso dos membros de sua casa e dar à eles o amor que não receberam de suas famílias. Ela luta por sua sobrevivência a AIDS, lida com seus medos e contra os preconceitos de uma sociedade preconceituosa que a rejeita por ser latina e transexual.
Nesta última semana a última temporada de Pose foi anunciada, Enquanto a nova season não é lançada as duas primeiras temporadas podem ser assistidas na Netlfix.
Candice Renoir, de Candice Renoir
Candice Renoir (Cécile Bois) é mãe de quatro filhos e acabou de se separar. A mulher decide sair dos Estados Unidos e voltar para França, recuperando seu cargo de comandante da polícia. Desta forma ela recebe a liderança da Brigada Criminal de Sète, no sul da França, apesar de estar há quase dez anos fora da profissão.
A série se destaca por mostrar que uma mulher que enfrenta os desafios de conhecer novas tecnologias em sua área de atuação, lidar com os julgamentos de sua equipe que subestimam a sua capacidade e retomar sua vida amorosa e sexual após a separação.
Apesar de estar em sua oitava temporada, a série estreou no Brasil no ano passado e sua segunda temporada estás sendo exibida no Canal AXN.
Miranda Bailey, de Grey’s Anatomy
Miranda (Chandra Wilson) se formou na faculdade de Wellesley, foi a única mulher no seu internato e se destacou ganhando a primeira cirurgia solo. Em seu ano de residência, foi responsável pelos internos Meredith, Cristina, Izzie, Alex e George e tinha adquirido o apelido de “nazi”. Decerto essa alcunha era um tanto questionável por se tratar de uma mulher negra que vivia em tela o conflito de estar sob o estereótipo da negra raivosa.
Contudo, por mais que ela fosse dura com seus internos, sempre esteve disposta a ajudá-los. Fã de cultura nerd foi superprotegida pela mãe, se casou muito jovem e viveu conflitos relacionados ao seu casamento e sua profissão. Miranda passou por uma separação devido a sua dedicação a profissão e também enfrentou o racismo em inúmeros momentos da série. Ainda que mostrada como uma fonte de força inabalável, passou por um AVC, importante para sua humanização nas telas.
A série pode ser assistida na Netflix.
Temperance Brenan, de Bones
Antropóloga forense e romancista a Dr. Temperance Brennan (Emily Deschannel) é a estrela do seriado Bones. Ela tem três doutorados sendo eles em antropologia, antropologia forense e cinesiologia (análise dos movimentos). Sendo assim, seu trabalho no Jeffersonian Institute está relacionado a cadáveres em estado de decomposição já avançados.
Devido seu sucesso com a venda de seus livros Bones é rica, mas opta por trabalhar por amor a profissão. Ainda que pareça ser uma pessoa deslocada do mundo por ter sempre respostas racionais demais para relacionamentos, emoções e maneiras de lidar com a rotina cotidiana, a divertida cientista tem uma vida rodeada por seus amigos e amores, sendo também mãe e esposa.
A série pode ser assistida no Prime Video.
Fleabag, de Fleabag
A protagonista que nomeia a série foi considerada no último ano como o retrato da mulher moderna. Fleabag (Phoebe Waller-Bridge) é um livro aberto de desejos, medos e sentimentos que compõe a sexualidade feminina. Enquanto na primeira temporada temos um exemplo devastador de uma mulher lidando com os efeitos do sexo praticado como maneira de fuga de seus problemas na segunda temos a reconstrução pelo amor.
Com toda certeza a série não está preocupada em julgar as escolhas sexuais, sequer condenar relações casuais. Desta forma vivemos com a protagonista o árduo percurso de amar a si mesma.
As duas temporadas de Fleabag podem ser assistidas no Prime Video.
Nola Darling, de Ela Quer Tudo
Em 1986, Spike Lee rompia com o perfil da mocinha de Hollywood da época e nos presenteava com Nola Darling. Em 2017, a NEtflix resgata a personagem na série que durou 2 temporadas, Ela Quer Tudo. Nola (DeWanda Wise) posssui autonomia de sua vida emocional e material. Não monogâmica a jovem se relaciona com três homens e precisa lidar com o conflito que surgem por conta dessa escolha.
A mulher lida com a hipersexualização do seu corpo, com as ofensas proferidas por seus parceiros que não aceitam o fato dela ter mais liberdade sexual que a deles e com a opressão que não permite que ela seja vulnerável por ser tida pelos outros como uma mulher forte. Ao ser violentada sexualmente a personagem escolhe o caminho do amor próprio para entender como se reinventar diante de uma sociedade que pune quem foge da norma de como se relacionar.
A série pode ser assistida na Netflix.
Wanda, de WandaVision
Sem dúvidas a mulher mais vista e comentada do último mês é a Feiticeira Escarlate, Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen), super heroína do Universo Marvel. A minissérie da Disney é paralela aos acontecimentos dos filmes de heróis e mostra a maneira que Wanda lida com a morte de seu amado.
A heroína não está apenas lidando com uma morte, mas com todas uma história de perdas de familiares e amigos que a deixam abalada e a colocam em negação. Wanda se afasta do verdade para se proteger, mas isso só é possível por um tempo e ela precisa encarar seus medos para passar por essa momento de sua vida. A partir do momento que a Feiticeira entende a força do amor que rompe a barreira que separa a vida da morte sua jornada do lutos está completa.
A primeira temporada de Wandavision pode ser assistida no Disney +.
Aprli Kepner, de Grey’s Anatomy
A personagem, April Kepner, criada por Shonda Rhimes é interpretada pela atriz Sarah Drew. Ela entra para o time como uma residente cirúrgica do Mercy West Hospital, que se junta à equipe do Seattle Grace.
O arco da personagem envolveu sua vida profissional, suas crenças religiosas e seu relacionamento com Jackson Avery. A médica é caracterizada por sua determinação e inteligência, mas também por sua insegurança, ansiedade e vulnerabilidade foram destacadas como sua principal fraqueza. Ainda assim o crescimento de sua personalidade chamou a atenção do público, principalmente por seus conflitos relacionados a sua religião. Além disso a cirurgiã passa por uma gestação de risco e lida com o nascimento de um bebê com uma doença que não o deixará viver por muito tempo.
Entretanto, mesmo passando por inúmeras situações desgastantes, Kepner recupera sua fé (religiosa e pessoal) e segue sua vida praticando a medicina e auxiliando ao próximo.
Molly Carter, de Insecure
Yvonne Orji interpreta Molly Carter, melhor amiga de Issa (Issa Rae) protagonista da série da HBO, Insecure. Ainda que seja uma advogada de sucesso a personagem se sente frustrada por acreditar estar fadada a ser solteira. Sua inseguranças são provenientes das relações afrocentradas que a personagem tenta manter, porém têm pouca duração.
Desta forma a história de Molly é um drama real dos percalços e dúvidas que mulheres vivem ao tentar encontrar sua felicidade em várias áreas da vida. Ademas, o que faz da advogada uma personagem forte é a capacidade que ela tem de entender seus problemas, sejam emocionais ou não, e de arcar com eles.
Assim a série se caracteriza por mostrar pessoas adultas lidando com as consequências de suas escolhas na vida e a personagem é uma das que apresenta as nuances que compõem a vida das mulheres que se equilibram emocionalmente entre rotina de trabalho, desenvolvimento intelectual e relacionamentos amorosos.