Os anos 80 são a década marcada pelo domínio dos videoclipes. Prepare seu videocassete, uma boa fita VHS e grave os vídeos dos 10 artistas que o Music Non Stop separou para você
Os anos 80 marcam o início do casamento da TV e da indústria musical, com a chegada da MTV.
De uma maneira muito, mas muito resumida, os vídeos clipes são basicamente uma junção de cinema + publicidade + música + “preguiça” (ou agenda apertadíssima) dos Beatles. Inicialmente chamado de “promos”, lá nos anos 70, no auge da beatlemania que devorou não só Londres, mas como o mundo todo, o quarteto de Liverpool descobriu uma maneira de estar em mais de um lugar ao mesmo tempo.
Através das Promos, vídeos gravados em estúdio, os artistas conseguiam promover seus singles e álbuns de maneira remota, sem precisar estar nos programas de televisão. E como a gente chama esse produto audiovisual hoje em dia? Isso mesmo, CLIPES. E é claro, não foram só os “strawberry fielders” que usaram esse, digamos, “macete”. Bob Dylan, Tony Bennett e David Bowie já estavam familiarizados com as Promos. Destaque para o camaleão da música, David Bowie é conhecido não só por sua genialidade na música, mas também por conta de ser um artista extremamente visual, os pré-vídeos-clipes se tornaram uma ferramenta de marketing muito potente para o dono da persona (e ET) , Ziggy Stardust, promover sua arte de maneira muito mais completa e “crossmidiática”.
Dez anos depois, nos anos 80, a técnica tomou forma e evoluiu de maneira muito significativa e indispensável no mundo da música. Os clipes se tornaram uma evolução do jukebox da adolescência televisiva. O que serviu para revolucionar a maneira de como nós, até hoje, consumimos música (só para deixar claro aqui: odeio quando colocam ‘consumo e música’ na mesma frase, mas também tenho que aceitar o mundo como ele é, não é mesmo? E também não quero pagar de tio velho, mas… infelizmente… já sou.
Quando digo “crossmidiática”, me refiro quando a obra transborda e atinge várias mídias e vertentes, e os clipes nos anos 80 foram bem isso. Tudo ali era ligado: música, cinema, moda, estilo de vida, cultura e contracultura e tudo mais. Experiência complexa que os canais MTV e VH1 tiveram muita importância.
A seguir, alguns clipes mais marcantes dessa era! Bora lá, vamos conferir:
Triller – Michael Jackson (1983)
Sim, é ele: rei do pop e dos clipes. O clipe de Triller foi literalmente um reset na cultura. Dirigido pelo mesmo cara do Um Lobisobem Americano em Londres (1981), a dupla Michael Jackson e John Landis conseguiram colocar o curta-metragem no Registro Nacional de Filmes da Biblioteca do Congresso Americano (Estados Unidos). Nem preciso falar do sucesso… Ícone dos anos 80.
SLEDGEHAMMER – PETER GABRIEL (1986)
A baladinha de Peter Gabriel contraste e tecnologia que chamaram muito atenção naquela época ao ponto de ser o clipe que mais tocou na MTV, o poder do surrealismo reimaginado.
Atmosphere – Joy Division (1988)
Como um ultra fã do Radiohead, as vezes eu gosto de jogar o clima lá embaixo, chegou a hora aqui com Atmosphere, do Joy Division. O clipe bizarramente estranho, fúnebre e tristíssimo foi uma espécie de homenagem ao Ian Curtis produzido e dirigido pelo holandês Anton Corbjin, fotografo que acompanhou os poucos anos da banda até a morte do vocalista.
ONCE IN A LIFETIME – TALKING HEADS (1980)
Nesse mundo capitalista, sempre existiu o drama falta de grana VS vontade de criar alguma coisa massa. Mesmo sem orçamento estratosférico, Talking Heads e o diretor Toni Basil colocaram geral pra dançar na frente da tv com Once In A Lifetime.
LIKE A PRAYER – MADONNA (1989)
Tem como falar de clipes sem citar Like A Prayer, da Madonna, a resposta é: não. Sempre flertando fortemente com as polêmicas, quebrando tabus, a rainha do pop soube onde e como ela poderia incomodar a galera conservadora. É só dar play no link pra saber do que estamos falando.
ASHES TO ASHES – DAVID BOWIE (1980)
Ashes To Ashes é quase um fashion filme de David Bowie, exemplo perfeito pra para demonstrar que dos anos oitenta para cá, musica e moda andam juntos.
Total Eclipse of the Heart – Bonnie Tyler (1981)
Ok, o clipe é contestável, mas por conta da grande explosão dessa música nas rádios, a obra televisiva tocou muitas, mas muitas vezes na MTV.
Orange Crush – R.E.M – (1988)
Na vibe homoerótica, a ideia do vocalista Mike Stipe era exatamente essa, objetificar o corpo masculino neste clipe. Ponto extra para a fotografia maravilhosa, toda feita em preto e branco.
WELCOME TO THE JUNGLE – GUNS N’ ROSES (1987)
O clipe de Welcome To The Jungle foi o responsável pelo alavancamento da carreira da banda liderada por Axl Roses. Era ligar na MTV que e você já era impactado por Guns, talvez esse seja o maior erro cometido pela emissora.
TAKE ON ME – A-HA (1983)
Talvez se não existisse Take On Me, Britney e Daft Punk não poderiam nos entregar clipes maravilhosos na base da animação. A-HA fez a limpa nos prêmios da MTV, em 83, por conta dessa obra. Curiosidade: Take On Me “fracassou” duas vezes até o clipe e entrar no coração da geração.