Cate Blanchett Foto: Reprodução

Cate Blanchett cria financiamento para diretoras mulheres, trans e não binárias em Hollywood

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Proof Of Concept conta com participação da Netflix, Universidade da Califórnia e da fundadora da Dirty Films

Uma nova iniciativa pretende diminuir o domínio masculino na produção cinematográfica de Hollywood. A premiada atriz Cate Blanchett, dona de um considerável currículo nas telonas — Thor, O Curioso Caso de Benjamin Button, Senhor dos Anéis, e muito mais — se une a uma turma de peso na indústria local para lançar o Proof Of Concept.

Ao lado dela, participam a amiga Coco Francini, fundadora da Dirty Films, a Netflix e a Universidade da Califórnia para lançar o programa, que, além de financiar, também oferece mentoria no desenvolvimento dos projetos.

A iniciativa é bem bacana. Diretoras mulheres, trans ou não binárias selecionadas recebem a quantia de 50 mil dólares somente para rodar um curta-metragem e apresentar à banca da fundação. Se o trabalho for aprovado, automaticamente os mentores do projeto alocam a profissional para algo maior, como um longa ou uma série.

“Homogeneidade em qualquer indústria resulta na morte do progresso e da inovação. Está acontecendo nas indústrias criativas. Quando você dá uma volta em um set onde a direção técnica é homogênia, você meio que sente o gosto do atraso. As coisas que são realmente disruptoras, que terão influência na próxima década, sempre começam porque alguem assumiu um risco”, contou Blanchett à revista People.

A iniciativa vale para profissionais do mundo todo (alô, brasileiras!). É preciso ser maior de 21 anos e ter, pelo menos, cinco anos de experiência no mundo audiovisual para tentar uma chance.

Sacadas como essa promovem uma espécie de ocupação, pelo mundo real, da fábrica de sonhos que é Hollywood. Há tempos, histórias de grandes personagens mulheres ou trans vêm sendo contadas por homens. Por mais que haja talento envolvido, sempre sobra aquele estereótipo.

Artistas de influência assumindo o timão de propostas como esta não estão navegando na solidão. Em novembro passado, o Music Non Stop contou que Viola Davis veio ao Brasil, no festival Liberatum, para lançar sua produtora destinada a aproximar a produção negra do audiovisual a Hollywood.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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