Aos oitenta, De Palma ainda é um dos grandes cineastas do suspense
Brian De Palma, nasceu em 11 de setembro de 1940, em Newark, Nova Jersey. Filho de um cirurgião, o garoto fora apaixonado com cinema desde a infancia. Já na vida adulta, se dedicou ao estudo de física, entretanto não deixou de experimentar sua paixão, realizando curtas metragens.
A carreira de De Palma
Nos anos 1970, fez parte do movimento conhecido como Nova Hollywood, inspirado pelos cinemas de vanguarda europeus. Os filmes feitos pelo grupo de jovens cineastas era influenciado pela época e, em suas histórias, eram encontradas discussões da contracultura, igualdade racial, pacifismo, liberdade sexual, etc. Nomes como Martin Scorsese, Peter Bogdanovich, Michael Cimino, George Lucas, e Steven Spielberg são dessa mesma geração.
De Palma, contudo, não possui prêmios significativos adquirido ao longo de sua carreira. Ainda que tenha sido indicado ao Framboesa inúmeras vezes, seu primeiro e único prêmio significativo veio apenas em 2007, pelo filme Guerra Sem Cortes. A fim de emular as coberturas televisivas da guerra, o filme conta histórias de soldados americanos em combate no Iraque e as técnicas usadas pelos meios de comunicação para transmissão das informações. Por essa produção o diretor venceu Leão de Prata de melhor direção, no Festival de Veneza.
Aos que querem conhecer mais a obra de De Palma, segue uma lista com cinco títulos que trazem seu estilo inconfundível de construir um ótimo suspense.
Scarface (1983)
Na regravação do clássico dos anos 1930, Al Pacino encarna o cubano Tony Montana, um poderoso narcotraficante e sua ascenção e decadência no mundo do crime. Vivendo em Miami, o homem precisa manter seu negócio e ter cuidado com as ações policiais e a concorrência. A marca do diretor nesse filme é o cuidado com os personagens, em sua caracterização física, bem como em sua personalidade. Não vemos apenas mais um filme sobre máfia e tráfico e sim um estudo de personagem dos mais primorosos já feitos.
Os Intocáveis (1987)
Nesse drama policial a história da luta entre o detetive Elliot Ness e o criminoso Al Capone é recontada. Com a polícia local tomada pela corrupção, o agente precisa criar sua equipe e, com a ajuda de seus companheiros, erradicar o império das bebidas ilegais, nos anos 1930. De Palma admira muito alguns diretores clássicos, sendo um deles Sergei Eisenstein. Assim, em Os Intocáveis, o diretor refaz a cena da escadaria de Odessa, presente em O Encouraçado Potemkin.
Síndrome de Caim (1992)
Um psicólogo está obcecado em estudar a mente das crianças, inclusive a de sua filha. Não satisfeito o homem passa a sequestrar crianças da região em que mora para fazer testes. Ainda que o roteiro não seja tão conciso, De Palma consegue nesta produção trazer elementos hitchcockianos em suas cenas e sequências. Assim, o diretor abusa dos close-ups, deslocamentos pelos espaços e contrastes entre luzes e sombras. Além disso temos John Lithgow interpretando o protagonista, seu pai e uma série de personalidades do protagonista.
O Pagamento Final (1993)
Em O Pagamento Final o narcotraficante cubano de Scarface é subistituido por um porto-riquenho e a vontade de ascenção na máfia, pela tentativa de desligamento do meio. Entretanto o desejo de Carlito (novamente temos a parceria De Palma/Pacino) não se realizará tão fácil. Nesse filme em que as pessoas têm seus sonhos destruídos, Brian chega ao ápice de sua qualidade visual e nos presenteia com uma cena de beijo baseada inspirada Um Corpo Que Cai.
Olhos de Serpente (1998)
Um detetive e seu amigo militar, vão a um evento de boxe e é presenciam o assassinato do Secretário da defesa. Em um jogo de gato e rato proposto pelo diretor o espectador é levado a acreditar em apenas uma verdade, um ponto de vista, a partir de uma sequência inicial de cerca de doze minutos, sobre o crime. O desenvolver do filme é uma das obras primas da carreira de De Palma com seus planos bem elaborados, roteiro bem amarrado e personagens complexos e diversificados.