music non stop

Baterista, cantora de punk, dançarina. Conheça as muitas facetas de Madonna

Madonna 1979

Madonna em foto de Dan Gilroy. Foto: Reprodução/YouTube

Artista chega ao Brasil pela quarta vez para celebrar com mais de um milhão de fãs o fato de que cumpriu sua missão

Madonna anunciou sua volta ao Brasil, para 04 de maio, com toda pompa e circunstância. Show de duas horas para mais de um milhão de pessoas, em apresentação única na América do Sul, segundo informações dos organizadores do evento.

Será o quarto show da ícone da música pop no Brasil. A artista já veio 1993 (São Paulo e Rio de Janeiro), em 2008, quando voltou a lotar os estádios do Morumbi (SP) e Maracanã (RJ), e pela última vez em 2012, quando também incluiu Porto Alegre em sua passagem.

Esteve no país em outras ocasiões para acompanhar projetos sociais, namorou um brasileiro e trabalhou (ainda trabalha) com vários outros profissionais nascidos por aqui, o que faz dela íntima da nossa cultura.

A garota que deixou Michigan, no Estados Unidos, e partiu para Nova Iorque com uma única certeza na vida (queria ser famosa), hoje é um dos maiores ícones da história da música pop. A artista é conhecida pelo seu perfeccionismo, a ponto de ter ido para a UTI depois de ensaiar exaustivamente (12 horas por dia) para a turnê que apresentará em maio em Copacabana, a Celebration Tour, uma festa de 40 anos de carreira.

Uma das primeiras fotos promocionais da banda Breakfast Club. Foto: Reprodução/Youtube

Passear pela adolescência artística de Madonna é compreender a definição suprema do foco. Após perder a mãe aos cinco anos, escolheu o balé como a primeira forma de se expressar. E, como em tudo o que faz, foi metódica e perseverante. Estudou dança na Universidade de Michigan e, logo ao perceber que a cidade não lhe daria o espaço que precisava, se mandou para Nova Iorque.

I Love New York

Madonna Louise Veronica Ciccone soube usar a cidade a seu favor. Foi a festas, encontrou gente, e se aproximou naturalmente de todos os que podiam ajudá-la na carreira. Ficou de saco cheio do cenário da dança no final dos anos 70 e avisou seu namorado, Dan Gilroy, que estava mudando de área: “música ou cinema”.

Gilroy a levou à antiga sinagoga onde morava e ensaiava. Botou a garota no banco da bateria e a ensinou a batucar. Madonna, novamente, foi Madonna. Passava o dia inteiro sentada no instrumento até aprender tocar. E ainda aprendeu guitarra e teclado. Quando outro colega de banda, apaixonado pela namorada do amigo e propenso à talaricagem, a chamou de canto para tentar se declarar, ouviu de volta: “eu sei exatamente o que eu quero e vou fazer o que for preciso para conseguir”.

Se achando subvalorizada na bateria da Breakfast Club, avisou que queria dividir o show entre os vocais e o instrumento. Ouvindo um “não”, deixou o grupo e rompeu com Dan Gilroy. Levou metade da banda consigo e tentou vários outro projetos de new wave: Madonna In The Sky, Emmy And The Emmys, até começar a assinar, finalmente, como Madonna.

Foi assistir ao The Clash, tocou no icônico Max Kansas City, escreveu uma porção de músicas (com uma sonoridade totalmente punk rock, antenada com o que acontecia na época em NYC) e, sabendo do poder de sua imagem, descolou filmes para atuar. O pessoal do cinema independente da cidade era fissurado pelo magnetismo e fotogenia daquela garota que circulava pelas festas e palcos. Atuou em A Certain Sacrifice e Procura-se Susan Desesperadamente, em 1985. Desde então, foram 17 papéis em grandes produções.

Seu colega de Breakfast Club, Ed Gilroy (irmão de Dan), foi a pessoa que melhor sintetizou esse magnetismo, em entrevista ao documentário Madonna And The Breakfast Club, de 2018:

“Madonna era a união perfeita entre Elvis Presley e David Bowie“.

À versatilidade e ao perfeccionismo, a artista aliava um efeito hipnótico trazido pelos grandes olhos e os cabelos negros. Soube, como Elvis, usar o cinema a favor de sua carreira musical.

A partir de 1983, a cantora compreendeu que seu destino estava selado à sua imagem. Em carreira solo, explodiu com uma sequência de álbuns que a levaram ao estrelado que sempre sonhara, e do qual jamais abriria mão, mesmo depois de 40 anos de carreira. Madonna (1983), Like a Virgin (1984) e True Blue (1986).

Na edição brasileira da Celebration Tour, em Copacabana, Madonna volta ao país para transmitir, de forma definitiva, a mensagem: sua missão pessoal foi cumprida.

 

 

 

Sair da versão mobile