Balaclava Fest mostra a força da diversidade no independente

Itaici Brunetti
Por Itaici Brunetti

Música pop, indie rock, punk, folk, rap, instrumental, eletrônica e samba: a 10ª edição do Balaclava Fest, que rolou neste domingo, 13, na Audio, em São Paulo, mostrou a força e a diversidade que há no independente. Admiradores de cada gênero musical lotaram o espaço para apreciar o seu estilo preferido. E de quebra, conhecer novos sons e artistas.

No line-up variado, a Rainha do Samba, Elza Soares, foi a headliner e lançou oficialmente o seu álbum mais recente, Planeta Fome, no palco Stage do festival. Aos 82 anos, a carioca, que representa a coragem da mulher brasileira, mostrou o mesmo show lindíssimo apresentado semanas atrás no Rock in Rio; um concerto de teor político, social e necessário para os dias atuais. Elza, “a mulher do fim do mundo”, ainda tem muito a dizer, e nós a ouvi-la.

Horas antes, a cantora norte-americana Kelela, de 36 anos e dona dos hits “LMK” e “Rewind”, satisfez os seus muitos fãs (jovens em sua maioria) com um pop ultraprogressivo e contemporâneo, misturado com R&B e de ritmo sensual.

 

Elza Soares por @rodrigogianesi (reprodução Instagram/ @balaclavarecords)

 

Enquanto a música pop era bem representada no palco principal, no palco Club, o secundário, acontecia um dos shows mais divertidos do ano: a estreia dos ingleses Shame no Brasil. O lugar intimista foi perfeito para os fãs se aglomerarem e se empurrarem do começo ao fim da apresentação, sempre no ritmo acelerado do som punk e alternativo do grupo. Sorte de quem esteve presente. Foi de lavar a alma.

 

Shame por @rodrigogianesi (reprodução Instagram/ @balaclavarecords)

 

Outra atração a ser exaltada com mérito foi o duo instrumental Battles, do cultuado baterista Jon Stanier (ex-Helmet) com o muti-instrumentista Ian Williams. O rock minimalista, barulhento e matemático (embora eles mesmos não gostam de ser classificados desse modo, como math rock), deixou todos em transe em uma apresentação hipnótica.

 

 

Para completar o ecletismo, ainda tiveram os brasucas e psicodélicos Boogarins, e o projeto eletrônico Àiyé, de Larissa Conforto, conhecida como baterista da banda Ventre. David Pajo, ex-integrante dos grupos Slint, Interpol, Tortoise, Stereolab e Zwan também mostrou o seu som com o Papa M, enquanto Riley Walker acalmou os ouvidos com um belo indie folk.

Sem perder a essência vinda do rock independente, o Balaclava Fest ampliou seu horizonte e tornou-se um festival para todos os gostos e estilos. Diversificado. O público que gosta dos bons sons, e de novidades, agradece.

 

Boogarins por @rodrigogianesi (reprodução Instagram/ @balaclavarecords)

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