
Saiba mais sobre as principais atrações do C6 Fest 2025
Iniciado nesta quinta-feira, 22, em São Paulo, festival segue até domingo com uma programação especial
Após meses de muita ansiedade, espera e mudanças de última hora, começou a tão aguardada edição de 2025 do C6 Fest, festival exposto na mais alta prateleira aqui na redação do Music Non Stop.

A quinta, primeiro dia do rolê, com shows no Auditório Ibirapuera, quentinho e para assistir sentado, começou com a tristeza (e os votos de melhoras rápidas) do cancelamento de Mulatu Astatke por problemas de saúde. Se cuida aí, tio, porque o queremos em 2026. Amaro Freitas foi o rei da noite.
Para quem vai nesta sexta, preste atenção na fusão interessantíssima de Meshell Ndegeocello. Uma mistura de androginia, hip-hop, reggae e, principalmente, a essência do jazz estadunidense. Michelle Lynn Johnson (seu nome de registro) nasceu na Alemanha, filha de um major do exército americano em missão por lá. O amor pelo jazz veio do pai, saxofonista amador. Voltou para o país natal dos pais ainda criança e cresceu em Washington, terra em que mergulhou no cenário jazz da cidade e estudou no Duke Ellington Institute.
Ndegeocello, nome fácil de pronunciar e escrever, foi adaptado pela artista já no meio de sua carreira (é possível encontrar bons trabalhos dela assinando como Meshell Suhaila Bashir-Shakur). Trata-se da tradução bantu para “livre como um pássaro”. Saiba mais sobre ela aqui.

Chrissie Hynde lidera The Pretenders. Foto: Divulgação
Sábado e domingo, o C6 Fest veste a roupa de festival mesmo, em área aberta no Parque do Ibirapuera, dois palcos e uma pista dedicada a DJs. No primeiro dia, 24 de maio, uma sequência matadora de atrações promete fazer cair muitos queixos. Não à toa, está com os ingressos esgotados. A festa começa às 14h e a metralhadora de superstars sobe ao palco no começo da noite.
A ícone dos anos 80, The Pretenders, toca às 19h na Arena Heineken. Chrissie Hynde, fundadora e único membro orginal da banda, tem 12 álbuns dos Pretenders, lançados ao longo da carreira, para extrair o repertório de seu show em São Paulo. Hits como Don’t Get Me Wrong e Back In The Chain Gang não deverão faltar. Mas a expectativa mesmo é sacar ao vivo as ótimas músicas do álbum Relentless, além de testemunhar a energia vital da artista. Leia mais sobre The Pretenders aqui.
Antes de Hynde e sua turma saírem do palco, o Gossip já chega com tudo, às 19h30, na Tenda Metlife. Pop ativista e relevante. Em 2007, Beth Ditto, vocalista, criadora e responsável pela força visual do projeto, olhava orgulhosa para o movimento em que estava incluída. A artista surgiu em meio ao Riot Grrrl, um bastião cultural do feminismo no rock mundial. Tudo no palco da banda estadunidense era resistência, incluindo o gigantesco serviço que prestou à destruição do padrão “magrinha loirinha” que até mesmo o punk insistia em sustentar desde os tempos de Debbie Harry, até até suas contemporâneas Gwen Stefani e Courtney Love.

Gossip. Foto: Cody Critcheloe/Divulgação
E tudo o que fizeram de bom para milhares de garotas pelo mundo precisando de um impulso para se expressar será celebrado no sábado do C6 Fest, prometendo um dos shows mais quentes do festival. Leia mais sobre o Gossip aqui.
A atração mais esperada da noite, no entanto, é o Air tocando seu histórico álbum Moon Safari, a partir das 20h45, na Arena Heineken, prometendo um encerramento pra lá de inesquecível. No espetáculo, o duo francês apresenta o disco na íntegra, acompanhado de um baterista, em uma espécie de caixa retangular cujas paredes e teto são tomados por painéis de led, transmitindo mensagens subliminares que vão de um tesouro momentaneamente desvelado para o público a uma caixinha de música vinda do espaço.
Curiosamente, a estrutura é bem parecida com o palco principal que o C6 montou nas duas últimas edições. As execuções são bastante fiéis ao som original do álbum lançado em 14 de abril de 1998. Leia mais sobre o Air aqui e aqui.

Air. Foto: Mathieu Rainaud/Divulgação
No domingo, muita gente está esperando para ver, pela primeira vez no Brasil, a revelação do indie britânico The Last Dinner Party, garrado em influências dos anos 80, que sobe na Tenda Metlife às 17h. O que mais impressiona nos shows é justamente como elas se distanciam do que se tem, no imaginário musical, como “banda de minas”.
O grupo faz um pop radiofônico oitentão, com influências pesadas de outras protagonistas femininas como ABBA, Annie Lennox e Pretenders, além de The Bangles e The Go-Go’s. Aliás, se você comprou ingressos para ver Chrissie Hynde e os Pretenders, saiba que irá adorar o show da The Last Dinner Party. Do vozeirão aos arranjos, está tudo lá, incluindo aquela sonoridade limpa e metalizada dos anos 80. Leia mais sobre The Last Dinner Party aqui.
Ao final do show tão esperado, mal dá tempo para ir ao banheiro e comer um quitute. Nomão do rock alternativo dos Estados Unidos, o Wilco festeja com os brasileiros a partir das 18h30, no mesmo palco. É uma banda de gente livre, dona de seu próprio estúdio e com carta branca para experimentações mil, orbitando em seu tronco folk feito abelhas na pitaia. Um livramento conquistado, claro, graças ao seminal Yankee Hotel Foxtrot, seu quarto álbum de estúdio, de 2003.

The Last Dinner Party. Foto: Divulgação
E pelas traquinagens de uma interessante trama do universo — o tal hotel grudado em qualquer texto, documentário ou conversa de botequim sobre a banda —, Jeff Tweedy e seus parças atingiram um lugar bastante exclusivo no mundo da música. Um certo “status Beatles” de fazer o que quiser e como quiser. E fizeram: dez bons LPs desde 2004. Leia mais sobre o Wilco aqui.
Indie rock como esquenta para a grande atração do C6 Fest 2025: certamente, o maior guitarrista do planeta em atividade, Nile Rodgers, que vem com sua icônica banda Chic. O que veremos na Arena Heineken dia 25 de maio será uma biografia contada em forma de música. E que biografia!
A história de Nile Rodgers tem tantas nuances e dramas que será um calvário concentrá-la em duas horas de show. Quando montou o grupo, ele e o baixista Bernard Edwards já eram tarimbados músicos de estúdio e de apoio a outros artistas em cima do palco. Tanto que, desde que começaram a fazer música até o momento em que conseguiram um contrato com a Atlantic Records para lançarem seu primeiro single, foram necessários sete anos de batalha. Leia mais sobre Nile Rodgers & Chic aqui.

Foto: Peter Crosby/Divulgação
Você vai acompanhar tudo o que está acontecendo no C6 Fest, com atualizações em tempo real em nosso Instagram, e aquela resenha matuta, feita a muitas mãos, pelo time de apaixonados por música que estará no festival. Cola na gente!