Brian Eno em seu estúdio nos anos 1970. Foto: Reprodução‘Another Green World’: 50 anos de um clássico e a reinvenção na pandemia
Celebrando cinco décadas do terceiro disco solo de Brian Eno, Luiza Padilha resgata projeto de releituras feitas por artistas gaúchos
Este dia 14 de novembro marca os 50 anos do lançamento do álbum seminal Another Green World, de Brian Eno. O terceiro disco solo do músico e produtor inglês contou com a produção de Rhett Davies e com contribuições de artistas historicamente renomados, como Robert Fripp, Phil Collins e John Cale.
Em 1975, em meio à efervescência cultural britânica, Eno rompeu com a lógica do rock como centro estrutural de sua obra e abriu espaço para atmosferas minimalistas e paisagens sonoras que influenciariam gerações de artistas a partir dali, do pós-punk aos produtores eletrônicos contemporâneos.
Em 2020, ano marcado pelo isolamento social, quando a indústria cultural enfrentava paralisação e artistas se viam confinados às próprias casas, decidi levar adiante uma tradição pessoal: comemorar aniversários de discos que marcaram minha vida. A celebração, que antes era íntima, virou convite. E o convite virou um projeto coletivo. A partir de trocas e diálogos, selecionei 14 músicos gaúchos que deram uma nova roupagem à estética de cada uma das faixas, resultando em Another Green World Revisitado.
“Esse projeto tem um mote estético muito forte, pois não tem só o lado de revisitar um álbum seminal, mas por ter sido durante uma pandemia. Não deixa de ser um Another Green World, mesmo. É quase como se fosse um retrato sonoro”, comentou Carlos Ferreira, artista da cidade de Porto Alegre que participou da idealização do projeto junto comigo e com o produtor Fu_k The Zeitgeist, que assina a masterização de todas as faixas.
Sem shows, sem estúdios, sem encontros presenciais, os músicos voltaram-se para seus próprios home studios e criaram suas releituras. O isolamento, que interrompeu circuitos culturais inteiros, acabou estimulando novas formas de criação, o que torna o projeto uma espécie de cápsula sonora do período.
+ Participe do canal de WhatsApp do Music Non Stop para conferir todas as notícias em primeira mão e receber conteúdos exclusivos
+ Siga o Music Non Stop no Instagram para ficar atualizado sobre as novidades do mundo da música e da cultura
Tracklist/ficha técnica
- “Sky Saw” – Rita Zart
- “Over Fire Island” – Bel_Medula
- “St. Elmo’s Fire” – Lorenzo Gehlen
- “In Dark Trees” – Fu_k The Zeitgeist
- “The Big Ship” – Carlos Ferreira
- “I’ll Come Running” – Gabriela Lery
- “Another Green World” – Euphorbia
- “Sombre Reptiles” – Viridiana
- “Little Fishes” – Luciano Zanatta
- “Golden Hours” – Solomon Death
- “Becalmed” – Marcelo Henkin
- “Zawinul/Lava” – Daniel Lumertz
- “Everything Merges with the Night” – Zanettini + SVQO
- “Spirits Drifting” – The Rise and Fall of Ice-Pick Lobotomy
Masterização: Fu_k The Zeitgeist
Organização e projeto gráfico: Luiza Padilha



