Assinando o disco de número 46 da coletânea, a paulista de Amparo se inspirou na cidade de Lisboa, onde mora há dois anos
Criada em 1996 pela conceituada gravadora britânica Global Underground, a série de coletâneas Global Underground nasceu com uma premissa simples: reunir sets mixados por DJs representando, cada um, a essência de alguma cidade específica do mundo. E ANNA acaba de se tornar a primeira artista brasileira — e a segunda mulher — a lançar por ela.
“Conheço essas compilações desde o início da minha carreira. Elas sempre foram um marco significativo para qualquer DJ, uma parte da cultura. É uma honra fazer parte desta série agora!”, declarou a DJ ao Music Non Stop. Responsável pelo disco de número 46 da GU — Global Underground #46: ANNA – Lisbon —, ela se inspirou em Lisboa, cidade que chama de lar desde 2022.
“Inicialmente, pensei no Brasil, mas outros DJs já haviam utilizado as cidades que discutimos. Então Lisboa se tornou a escolha óbvia e foi uma das razões pelas quais decidi embarcar nesse projeto. Me apaixonei completamente quando me mudei para cá, há dois anos, pela energia da cidade e das pessoas. É um encanto quase místico que me cativou. Essa compilação é uma homenagem a este lugar fantástico”, complementou.
Para representar a capital lusitana, ANNA escolheu 40 músicas, dividas em dois sets mixados. O primeiro representa seu lado espiritual, trazendo sons ambient, mais meditativos e introspectivos, de artistas como Nosaj Thing, Jacques Greene, ODESZA, Bonobo, Fatima Yamaha, TSHA, BICEP e Daniel Avery, sem contar duas produções próprias.
O segundo, por sua vez, foca na pista de dança, explorando a house e o techno — estilo este pelo qual a paulista de Amparo se consolidou mundialmente —, incluindo mais material autoral e faixas de Luedji Luna [remixada por Maz], Mind Against, Recondite, Agents Of Time, Stephan Bodzin, Victor Ruiz, Âme, Len Faki e o namorado Wehbba, que também vive com ela em Lisboa, dividindo o estúdio Anaweh.
“Também incluí músicas que normalmente não toco em meus shows; músicas que têm um grande impacto em elevar meu humor e aumentar minha frequência”, explicou, agora através de um release para a imprensa.
Apesar de ANNA ser a primeira brasileira a assinar pela Global Underground, o país já foi protagonista por duas vezes na série: em 1998, São Paulo foi a cidade a ser abordada pelo DJ inglês Nick Warren, na Global Underground #008. Em 2007, a também inglesa dupla Layo & Bushwaka! se inspirou no Rio de Janeiro para a Global Underground #033.
Outros nomes célebres da dance music que contribuíram para a GU [alguns por mais de uma vez] são Paul Oakenfold, Carl Cox, Sasha, John Digweed, Dubfire, Sharam, Felix Da Housecat, Solomun, Patrice Bäumel, Joris Voorn, Amelie Lens, Danny Tenaglia e Tony De Vit [responsável pelo GU #001, gravado em Tel Aviv, Israel]. A Global Underground tinha lançamentos com mais frequência nos anos 90 e 2000, época de ouro da gravadora homônima. A partir de 2010, eles se tornaram mais raros, com apenas nove discos lançados de lá pra cá, incluindo este de ANNA. Em 2022, Amelie Lens se tornou a primeira mulher a assinar um disco para a série.
Além de poder ser ouvido nas plataformas de streaming, o GU #46 pode ser comprado em diversos formatos, incluido CD, vinil e edição especial de colecionador. Saiba mais no site da Global Underground.