
‘Take On Me’: 40 anos de um dos clipes mais icônicos de todos os tempos
Descubra seis curiosidades sobre o revolucionário videoclipe da banda norueguesa a-ha
Em qualquer lista de melhores videoclipes da história, pode apostar que lá estará o da música de Take On Me, da banda norueguesa a-ha. Quando chegou às TVs, o híbrido de imagens com história em quadrinhos foi uma revolução. No roteiro, uma garota se apaixona por um personagem da revistinha. O amor, capaz de fazer possível tudo o que manda o coração, a transporta para dentro da trama: a garota e o vocalista do grupo, Morten Harket, se envolvem numa aventura, fugindo de uma gangue de malvadões.
Take On Me é uma história de persistência. O single já havia sido lançado em 1984, mas deu água. Os produtores do a-ha não se conformaram. A música era muito boa. Mandaram a banda gravar de novo, relançaram um ano depois com um novo videoclipe (o primeiro era ruinzinho que só).
A repaginada levou o grupo ao segundo lugar do ranking britânico e transformou a banda em um sucesso mundial. E o novo vídeo ajudou muito.
Lançado dia 19 de outubro de 1985, o agora quarentão videoclipe traz consigo fatos e curiosidades para lá de interessantes, dignas de um projeto audiovisual icônico. E para celebrar seu aniversário, o Music Non Stop te conta curiosidades pouco conhecidas sobre esse superhit norueguês.

Versão 1: fail!
De 1984, a primeira versão de Take On Me não era de todo mal. Os principais elementos, como o riff de teclado e o refrão cativante, levando a harmonia a uma altura capaz de estourar os tímpanos de qualquer operador de karaokê, já estavam lá. Mas a mixagem era menos impactante, muito mais voltada para o synth-pop.
Já o videoclipe, era a quintessência do baixo orçamento na década de 80. Limitava-se ao trio em um palco de teatro, com a batida luz azul ao fundo, muita fumaça de gelo seco e cortes de vídeo com cada integrante performando. Por sorte, nem a banda e nem sua gravadora desistiram da música.
Para salvar o single, vamos chamar o melhor
Após regravar a música, com uma pegada mais pop-rock (as baterias eletrônicas foram trocadas por uma percussão acústica, por exemplo), era hora de resolver o fiasco do vídeo. A solução? Ir atrás de alguém que havia acabado de despontar na linguagem. Steve Barron era o cara que havia acabado de entregar ao mundo o clipe para Money For Nothing, do Dire Straits. Um sucesso monstruoso, utilizando a novíssima tecnologia de animação em 3D feita em computadores. Era o gênio de 1985. Barron aceitou o desafio e para alegria de todos, conseguiu se superar.

Lápis e caderno na mão
Evitando a repetição, Barron teve a genial ideia de ir na contramão do que havia feito com os Dire Straits. Se no primeiro, havia espantado a todos usando recursos da computação, agora era hora de valorizar o “feito a mão”. Se fechou com a equipe e levou 16 semanas desenhando cada quadro de Take On Me, usando uma técnica chamada rotoscopia, na qual imagens reais filmadas são redesenhadas. No total, foram mais de três mil ilustrações. As filmagens com os integrantes do a-ha levaram apenas dois dias. O resto do prazo foi todo consumido com a turma do lápis e papel.
Um pouco de realidade para facilitar
Economizando um certo trabalho de preparação de atores, a equipe resolveu cortar caminho contratando, para protagonizar a garota apaixonada por Morten, sua própria namorada na vida real, Bunty Bailey. A química, portanto, já estava garantida. E também o final feliz, quando o galã dá um jeito de fugir do mundo dos quadrinhos (e de seus malvados perseguidores) para o mundo real. Apesar de o roteiro ter sido escrito para ser um “conto de fadas moderno”, a dupla não viveu feliz para sempre. Se separaram em 1987, quando Bailey seguiu sua carreira de modelo e atriz.
Estourou no norte (e no sul, leste e oeste)

O a-ha nos anos 80. Foto: Reprodução
O novo clipe levou a canção ao primeiro lugar das paradas nos Estados Unidos, com sucesso seguido em todo o planeta. Fê-la, também, imortal. Popularizado 20 anos depois, o YouTube já registra mais de dois bilhões de visualizações da obra, mesmo com tantas novas tecnologias sendo usadas para efeitos especiais.

E virou inspiração para muita gente
É enorme a lista de artistas que se influenciaram no trabalho de Steve Barron para seus próprios clipes, incluindo a técnica de rotoscopia. Peter Gabriel, Aerosmith, Radiohead, The White Stripes, Interpol, Billie Eilish, Gnarls Barkley e mais dezenas de outros. Take On Me fez escola e mostrou que inovar traz ótimos frutos para a carreira de um artista.