Festivais beneficentes O Freedom Festival, em 1988. Foto: Reprodução

Os maiores festivais beneficentes da história da música pop

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Do Freedom Festival, que lutou contra o Apartheid em 1988, ao One Love Manchester, de Ariana Grande, em 2017

Quando grandes ídolos pop resolvem fazer o bem, não sobra para ninguém. Já capazes de reunir milhões de pessoas em suas turnês habituais, ao apoiar uma causa sua capacidade de engajar o público se amplifica, principalmente em festivais beneficentes que reúnem não uma, mas várias superestrelas.

Foi o que aconteceu, por exemplo, com o Freedom Festival, dedicado a lutar contra o Apartheid e pressionar o governo sul-africano a libertar Nelson Mandela, então preso há 26 anos. A movimentação da opinião pública mundial foi fundamental para ajudar a reverter a injustiça. Solto, Mandela se candidatou a presidente de seu país e foi fundamental para o combate à segregação racial.

A ideia de usar a música como instrumento de mudança em grande escala, pela primeira vez, foi de George Harrison e Ravi Shankar. Os dois amigos se uniram para ajudar uma Bangladesh, terra que conheciam tão bem, arrasada por uma guerra civil que causou um êxodo de refugiados para outros países.

As somas arrecadadas em grandes eventos são aburdamente altas, mostrando a capacidade de engajamento dos grandes ídolos de suas épocas. Confira a lista dos seis maiores festivais beneficentes da história da música pop!

Live 8 (2005)

Realizado em dez cidades diferentes, de Londres a Tóquio, o Live 8 tinha como proposta aumentar a conscientização sobre a situação de fome na África, além de pressionar os países do G8 a perdoar dívidas dos países africanos. Entre os artistas convidados, tocaram U2, Madonna, Paul McCartney, The Who e Keane. Somados, os shows reuniram 1,5 milhão de pessoas.

Live Aid (1985)

Também simultâneo (em Londres e na Filadélfia), o Live Aid pedia doações para combater a crise alimentar na Etiópia. Os shows são considerados históricos até hoje, e reuniram 172 mil pessoas. No entanto, considerando a audiência de TV, o impacto de público foi infinitamente maior. Tocaram Queen, David Bowie, U2, Elton John e Madonna, entre outros.

The Concert for Bangladesh (1971)

George Harrison juntou os amigos para este megashow beneficente no Madison Square Garden, em Nova Iorque. As doações recebidas do público, que chegaram a quase dois milhões de dólares em valores atualizados, ajudaram aos refugiados da guerra de libertação de Bangladesh. Para aproximadamente 40 mil pessoas, tocaram Bob Dylan, Eric Clapton, Ringo Starr e outros.

One Love Manchester (2017)

Em 2017, um homem-bomba se explodiu em um show de Ariana Grande em Manchester, matando 22 pessoas. Mais tarde, no mesmo ano, a cantora realizou o festival One Love, em homenagem às vítimas, ao lado de Justin Bieber, Katy Perry, Coldplay e Miley Cyrus. A arrecadação, usada para apoiar as famílias vítimas da tragédia, chegou a dez milhões de libras. 50 mil pessoas prestigiaram o evento in loco.

The Concert for Sandy Relief (2012)

Após o desastre provocado pelo furacão Sandy, nos Estados Unidos, nomes como The Rolling Stones, Bruce Springsteen, Paul McCartney e Kanye West se uniram em um show para arrecadar dinheiro para as famílias afetadas. A arrecadação total passou de 50 milhões de dólares e, embora o número de pessoas presentes seja desconhecido, mais de 19 milhões de americanos assistiram pelo menos parte dele pela TV

Freedom Festival (1988)

Em luta aberta contra o Apartheid na África Do Sul, artistas se uniram para um megashow no estádio de Wembley, na Inglaterra, às vésperas do aniversário de 70 anos de Nelson Mandela, ainda preso. A empreitada reuniu nomes como George Michael, Dire Straits, Whitney Houston, Sting, UB40, Aswad, Sly and Robbie, Bee Gees, Miriam Makeba e Hugh Masekela, e foi transmitida pela TV para mais de 60 países, com uma audiência global de 600 milhões. Apenas um ano depois, Mandela seria finalmente solto da prisão onde ficou por 27 anos.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.