
A volta da Dourada: Festival Psica 2025 mergulha nas águas da Amazônia
Celebrando a cultura amazônica, evento vai acontecer entre os dias 12 e 14 de dezembro, em Belém do Pará
Um festival com dez palcos celebrando a cultura amazônica, no Norte do país, com ingressos a cem reais? Existe. O Festival Psica, uma das mais bacanas iniciativas lotada na região Amazônica, em Belém do Pará, rola desde 2012 e volta em dezembro com uma edição padrão mega, programada para acontecer nos dias 12 (nas ruas do bairro Cidade Velha, com shows gratuitos em cinco palcos abertos), 13 e 14 (no Mangueirão).
O primeiro lote dos ingressos será lançado na próxima terça-feira, 22, no esquema venda cega, sem ainda atrações musicais anunciadas, com o nome de “confia no Psica”. Sonhado por produtores da periferia, o evento segue olhando para o lugar tão comum para a maioria da população brasileira, mas não tão comum para quem comanda o mercado brasileiro de festivais. Daí veio a ideia de oferecer ingressos (bem) antecipados com preços para lá de acessíveis considerando um evento que terá nada menos do que dez palcos em três dias, reverberando música pela cidade.
O conceito da edição 2025 é o caminho de volta do percurso do peixe Dourada, que faz a mais longa migração de água doce do mundo: são mais de 11 mil quilômetros percorridos na imensidão da Amazônia. Depois de descer a cordilheira dos Andes, no Peru, onde nasce o rio Amazonas no Brasil, até o Pará, no estuário amazônico, agora a ideia é fazer o caminho contrário: mostrar a influência e contribuição da cultura da foz em toda a extensão do rio e na cultura latina. Da melodia caribenha às maracas do carimbó, o festival está de ouvidos abertos para pluralidade rítmica forjada no fluxo de trocas e vivências milenares neste território continental.
Não é novidade que Belém do Pará tem sido um dos polos culturais mais quentes (sem trocadilhos) do país, sempre com um olhar que mescla tanto o resgate da natureza e seus povos quanto a desmistificação do conceito existente de que lá só existe floresta. Pelo contrário, eventos como o Amazônia Mapping, focados no audiovisual e na tecnologia, por exemplo, levantam a bandeira da desmistificação. O Psica, a da união cultural de um movimento que olha para si sem deixar de estar com as antenas ligadas no resto do planeta.
Quem nos lê do Norte já corre buscar seu ingresso. E quem está em outras regiões, saiba que tem mais de seis meses para planejar uma viagem a Belém e conhecer, de dentro para fora, toda a efervescência do Pará.