Foto: Reprodução/YouTube

Por Jota Wagner

9 de janeiro de 2025

Sim, tem muito artista na Coreia do Sul fazendo som de primeiro nível

Sabe quando a gente fica puto com um gringo que chega no Brasil e só sabe falar de “samba, mulher bonita e caipirinha”? Pois é. A mesma coisa sente um coreano quando é obrigado a falar de K-pop com absolutamente todo mundo que visita o país. Tudo bem que o gênero musical tomado por dancinhas coreografadas, letras açucaradas e jovens chapa-branca é um produto de propaganda tão forte para a Coreia do Sul, que o próprio governo tem diversos programas de financiamento e apoio para exportá-lo. Mas há muito mais do que isso — há bandas coreanas fazendo sons indie/punk/eletrônico/experimental de primeira linha.

Um exemplo foi a apresentação do OBSG no Tiny Desk, o programa da rádio estadunidense NPR que já virou uma plataforma de divulgação de boa música. O grupo liderado pela cantora Lee Heemoon junta o canto tradicional coreano com uma funkeira braba, da pesada mesmo. O episódio nos mostra que vale a pena desviar dos canhões publicitários coreanos e garimpar o que está por baixo da onda K-pop. E gente, tem muita coisa boa.

Para te ajudar na imersão coreana fora do K-pop, lhe apresentamos dez bandas coreanas incríveis que passam longe do padrão jovens-dançarinos-bonitinhos.

Leenalchi

Baita banda que mistura a tradição coreana com indie rock e pós-punk

Yaeji

Música eletrônica seríssima feita por um artista que nasceu em Nova Iorque, filha de coreanos. Yaeji mudou-se para a terra dos pais com nove anos de idade

HYUKOH

Para fãs de Velvet Underground!

Idiotape

Eletrônica retrowave ácida (e fantástica)

Wave to Earth

A dupla faz uma boa misturinha de dream pop com indie rock

Junny

R&B coreano do cantor Mauve Company, que também viveu no Canadá

Sandeul

Projeto paralelo de Lee Jung-Hwan, do grupo B1A4, fazendo jazz-pop

J.Bass

Eletrônico cool, à la Phoenix e Lumo. Aqui, com o vocal do cantor Dori

Jane Pop

Duo mergulhado no som retrô dos anos 80. Uma viagem no tempo

OBSG

Um blend groovento da música oriental e ocidental

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.